sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Existem casas assombradas?


Teresa nos pergunta se existem casas assombradas.
De acordo com inúmeros e conceituados pesquisadores espíritas, casas assombradas existem, mas não há motivo real para temermos a aparição dos chamados fantasmas, que nada mais são que as almas de pessoas como nós que, extinta a vida do corpo físico, volveram ao plano espiritual.
Se quisermos ajudar, caso o agente da assombração se apresente atormentado, podemos fazê-lo com orações e pensamentos elevados. Muitas manifestações de efeitos físicos são sinal de que o causador do fenômeno deseja chamar a nossa atenção para algo, o que é fácil esclarecer em uma sessão mediúnica bem organizada, levada a efeito em grupos bem estruturados e que disponham de médiuns preparados.
Dez anos atrás, em maio de 2002, conforme os jornais registraram, o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, decidiu mudar de residência, mas o motivo alegado nada teve a ver com a realidade dos fatos.
Segundo o povo japonês, o ministro mudou-se para escapar das assombrações de sua anterior moradia, um casarão construído há mais de setenta anos e que ganhou notoriedade pelos estranhos fenômenos que ali dentro foram registrados. Dois anos antes, por exemplo, o antigo morador da mansão, o primeiro-ministro Yoshiro Mori, declarou que ouvia ruídos insólitos à noite e que portas e janelas se abriam sem que ninguém as tocasse.
O medo das almas do outro mundo, especialmente as que animaram pessoas mortas em circunstâncias violentas, é um traço comum às mais variadas culturas. No caso do Japão, o medo dos mortos vem de muito longe e ainda persiste, em que pese o desenvolvimento tecnológico experimentado pelo país nos últimos quarenta anos.


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pílulas gramaticais (27)


As locuções “é preciso”, “é proibido”, “é necessário”, “é bom”, “é feio” podem ficar invariáveis em frases deste tipo:
- É preciso cautela.
- Vitamina é bom para a saúde.
- Não foi preciso rodeios.
- É necessário esforços de todos.
- É proibido entrada.
- Piruetas em plena rua é feio.

Contudo, se nas frases houver determinação, a concordância deve ser a regular:
- É proibida a entrada.
- Será necessária muita ajuda.
- A vitamina C é boa para a saúde.
- Não foram precisos muitos recursos para terminar a obra.
- São necessários muitos dólares para quitar a dívida.

*

O vocábulo “epidemia” é utilizado quando o fato abarca grande número de pessoas numa área extensa. Esse termo é aplicável, porém, somente quando se trata de seres humanos.
Se o fato se refere a animais, o vocábulo a ser usado é “epizootia”.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um anjo de perto



CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR


– Bom dia, D. Raquel. Tudo bem? – cumprimentei minha vizinha de há muito tempo.
– Bom dia, minha menina. Estou bem – respondeu-me com a elegância que sempre a compusera.
D. Raquel sabia meu nome, pois me conhecia desde a infância. Um dia me confidenciou que quando me chamava de “minha menina”, sentia em seu coração como se eu fosse um pouquinho mais dela – talvez por seus filhos e netos não estarem tão presentes. Toda família era da Espanha e uma ou duas vezes ao ano os parentes a visitavam. Ela viera para o Brasil ainda jovem.
Então, como me aproximei da grade do quintal, ela, com a “performance” permitida por suas quase oito décadas e meia, “correu” para prolongar a conversa.
– E você, tudo bem? – perguntou-me ternamente.
– Sim, estou sim – respondi-lhe com carinho.
– Quero lhe dar um presente – falou-me tão generosa.
– Outro, D. Raquel? – surpreendi-me. –  A senhora me presenteou terça passada –  procurei lembrá-la do último “regalo”.
– Eu sei. Mas se podemos e queremos, por que não fazer? – explicou-me com a sabedoria que lhe era própria. – Tenho aqui um livro que muitas vezes li e sempre me encantou –  ela o passou pelo vão da grade.
– Ah, D. Raquel. Quanta gentileza! – agradeci-lhe.
– Não é só gentileza... é sintonia... é carinho – falou-me com sua simplicidade peculiar.
O livro estava embrulhado e, sutilmente, retirei o papel, continuando a conversa. Ela estava no quintal; eu, na calçada da rua. Quando olhei para a capa do livro, lá estava o famoso clássico “Encontros e reencontros a céu aberto”, de um conceituado escritor francês.
– Este é um livro que traz a história de incontáveis pessoas que se (re)encontraram e se melhoraram, e trouxeram também à luz os que as prejudicaram –  falou-me com autoridade da conhecedora que era.
– Que interessante! – extasiada, apenas essas duas palavrinhas consegui pronunciar.
Olhando aquela tão querida senhora, percebi que há pessoas com grande sabedoria e desenvolvimento que muito se dedicam a ajudar os outros a também se aprimorarem. Essas pessoas podem ser chamadas de anjos e estão muito próximas de nós. Podem ser o vizinho de infância ou qualquer outro companheiro de jornada que tenha nos olhos o brilho do amor.


O irmão não é pesado


GEBALDO JOSÉ DE SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
De Goiânia-GO


“O título de irmão é, hoje, o único de que efetivamente me orgulho.” (Gúbio, Espírito, in ‘Libertação’, p. 179 – Espírito   
André Luiz/Chico Xavier.)

No livro Lendas do Céu e da Terra, de Malba Tahan, há um miniconto (O irmãozinho) de rara beleza, quer pela síntese, quer por aquilo que expressa em sua essência:
“Menina chinesa conduzia às costas um pequenino de dois anos de idade.
Ao vê-la passar, vergada ao peso daquela carga, um sacerdote perguntou-lhe:
– É pesado, menina?
– Não, senhor – respondeu ela muito viva. – É meu irmão!
Que linda resposta a desta menina!
Atentai no profundo ensinamento que suas palavras encerram!
Como parece suave a carga quando levamos ao ombro o irmãozinho querido!”
E tece outras considerações, convidando-nos a vivenciar as lições do Evangelho, especialmente no que se refere ao próximo.
Ao final desse texto, indica, com a letra D entre parênteses, que o trabalho recebeu contribuição de vários autores, segundo informa na página inicial ‘Ao Leitor’.”

*

Há uma balada (He Ain't Heavy, He's My Brother – Ele não é um fardo, é meu irmão), em que os autores, Bobby Scott e Bob Russell (Wikipedia), registraram as ideias contidas na bela fábula! Foi gravada em 1969 pelo conjunto The Hollies e, em 1970, por Neil Diamond. Ouçam as duas interpretações, pelo You Tube, eis que belíssimas! Eis o link para a gravação de Neil Diamond: https://www.youtube.com/watch?v=usZtSl8mX08
Obtivemos a letra, em inglês e em sua versão em nosso idioma, abaixo transcritas, no site http://letras.mus.br/bill-medley/451029/tradução.html

He Ain't Heavy, He's My Brother

The road is long
With many a winding turn
That leads us to who knows where
Who knows when
But I'm strong
Strong enough to carry him
He ain't heavy, he's my brother
So on we go
His welfare is of my concern
No burden is he to bear
We'll get there
For I know
He would not encumber me
He ain't heavy, he's my brother
If I'm laden at all
I'm laden with sadness
That everyone's heart
Isn't filled with the gladness
Of love for one another
It's a long, long road
From which there is no return
While we're on the way to there
Why not share
And the load
Doesn't weigh me down at all
He ain't heavy, he's my brother
He's my brother
He ain't heavy,
he's my brother...

Ele Não É Um Fardo, Ele É Meu Irmão.

A estrada é longa,
Com muitas curvas sinuosas,
Que nos leva quem sabe aonde!
Quem sabe aonde!
Mas eu sou forte;
Forte o bastante para carregá-lo!
Ele não é um fardo, ele é meu irmão!
E assim continuamos...
Seu bem-estar é a minha preocupação.
Não é um fardo carregá-lo!
Nós chegaremos lá!
Pois eu sei:
Ele não seria um estorvo para mim;
Ele não é um fardo, ele é meu irmão!
Se estou absolutamente sobrecarregado,
Estou sobrecarregado de tristeza.
Que o coração de todos
Não está repleto de alegria;
De amor de uns pelos outros!
Esta é uma longa, longa estrada,
Da qual não há retorno.
E, enquanto seguimos por ela,
Por que não partilhar?
E a carga
Não me pesa absolutamente nada!
Ele não é um fardo, ele é meu irmão!
Ele é meu irmão!
Ele não é um fardo:
Ele é meu irmão.

A Wikipedia, além de informar que foi escrita por Bobby Scott e Bob Russell, atribui a frase-título ao Padre Edward J. Flanagan, nosso conhecido.
Contudo, acreditamos que aquele sacerdote, em sua sabedoria, conhecia a narrativa e a citava para educar crianças rebeldes, que amou como um pai terno e bom. Mas, a historieta é certamente de origem oriental, seja por sua leveza, seja por conter preciosa lição, a valorizar o espírito fraternal, seja, ainda, porque Malba Tahan assinala que o fato se deu com menina chinesa.
De qualquer forma, tanto a preciosa lição, quanto a balada, em quaisquer de suas interpretações, merecem divulgadas!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Para a eficácia dos passes, a fé é indispensável


Mais uma etapa do estudo relativo ao livro Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), foi cumprida nesta noite.
Três foram as questões propostas:
1. Num grupo destinado ao serviço dos passes, é bom que os médiuns sejam sempre os mesmos?
2. Na aplicação dos passes é necessário o contato físico com o enfermo?
3. Por que a fé do enfermo é importante na ação magnética curadora?

*

Após um rápido debate em torno das questões citadas, foram apresentadas e comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e o estudo do texto-base relativo ao tema da noite.
Eis, de forma sintética, as respostas dadas às questões propostas:

1. Num grupo destinado ao serviço dos passes, é bom que os médiuns sejam sempre os mesmos?
Sim. Contudo, em casos de impedimento justo, podem ser substituídos, embora nessas circunstâncias se verifiquem, inevitavelmente, pequenos prejuízos resultantes do natural desajuste. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17, pp. 163 e 164.)

2. Na aplicação dos passes é necessário o contato físico com o enfermo?
Não, pois os recursos magnéticos aplicados a reduzida distância penetram assim mesmo o “halo vital” ou a aura dos doentes, provocando nestes as modificações desejadas. Vendo os médiuns passistas em ação, André Luiz diz que pareciam duas pilhas humanas deitando raios de espécie múltipla, a lhes fluírem das mãos, depois de lhes percorrerem a cabeça, ao contacto dos benfeitores espirituais. (Obra citada, cap. 17, pp. 164 a 166.)

3. Por que a fé do enfermo é importante na ação magnética curadora?
A explicação de Aulus foi dada quando André reparou que alguns enfermos não logravam a mais leve melhoria, visto que as irradiações magnéticas não lhes penetravam o veículo orgânico. Qual seria o motivo? “Falta-lhe o estado de confiança”, informou Aulus. A fé é, nesses casos, indispensável. “Em fotografia precisamos da chapa impressionável para deter a imagem, tanto quanto em eletricidade carecemos do fio sensível para a transmissão da luz. No terreno das vantagens espirituais, é imprescindível que o candidato apresente uma certa tensão favorável. Essa tensão decorre da fé.” Ele referia-se à fé, não como crença cega, mas como atitude de segurança íntima, reverente e submissa, diante das Leis Divinas, em cuja sabedoria e amor procuramos arrimo. “Sem recolhimento e respeito na receptividade, não conseguimos fixar os recursos imponderáveis que funcionam em nosso favor, porque o escárnio e a dureza de coração podem ser comparados a espessas camadas de gelo sobre o templo da alma.”  (Obra citada, cap. 17, pp. 166 a 168.)

*

Na próxima terça publicaremos aqui o resumo do estudo realizado, para que os interessados, caso queiram, possam acompanhar a matéria estudada.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

As mais lindas canções que ouvi (11)



Insensatez

Tom Jobim e Vinicius de Moraes


A insensatez que você fez,
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, por que você foi fraco assim
Assim tão desalmado?
Ah, meu coração, quem nunca amou
Não merece ser amado.

Vai, meu coração, ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão,
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração, pede perdão
Perdão apaixonado
Vai porque quem não
Pede perdão
Não é nunca perdoado.


Você pode ouvir a canção acima, na voz de diferentes intérpretes, clicando nos links abaixo citados:
Astrud Gilberto - https://www.youtube.com/watch?v=XxVWqOdn150
João Gilberto - http://www.youtube.com/watch?v=45avyvbAXxU 




domingo, 25 de novembro de 2012

O perdão faz bem à saúde


É conhecida a advertência evangélica a respeito do perdão. Ensinou-nos Jesus que constitui medida salutar a busca de nossos adversários e a reconciliação com eles, antes de oferecermos a Deus nossas oferendas e preces.
A doutrina ensinada pelos Espíritos superiores inclui o perdão das ofensas, a indulgência para com as imperfeições alheias e a benevolência para com todos entre as virtudes que formam o conceito de caridade tal como a entendia Jesus.
Como a caridade é, conforme a Doutrina Espírita, o caminho único da salvação – pois não existe outra maneira de se interpretar a máxima Fora da caridade não há salvação, adotada por Allan Kardec –, o perdão faz bem em qualquer circunstância, sobretudo aos que o concedem.
Os espiritistas, todas as vezes que examinavam essa questão, jamais pensaram em benefícios materiais. O bem resultante do perdão foi considerado sempre uma recompensa para o Espírito eterno, ainda que não significasse vantagem alguma em termos puramente materiais.
Usemos um exemplo colhido à vida.
Uma pessoa é espoliada por alguém, sofrendo por isso um enorme prejuízo. Ao perdoar ao seu algoz, ela não obtém, com esse gesto, nenhuma compensação material ou financeira, uma vez que seus benefícios serão tão-somente de ordem espiritual.
Esse era o pensamento dominante quando se falava no valor do perdão, até que um fato novo veio mostrar que o efeito de perdoar aos que nos prejudicam ou ofendem vai além de uma simples satisfação interior que enobrece a alma capaz desse gesto.
A novidade veio-nos de Michigan (Estados Unidos), onde pesquisadores do Hope College, situado na mencionada cidade, garantem que perdoar as ofensas é uma forma de manter a saúde e pode ser até mesmo crucial para a sobrevivência da espécie.
Comparando-se os batimentos cardíacos, a taxa de suor e outras reações de pessoas expostas ao sofrimento ou à raiva que conseguiram ou não perdoar, foi que os pesquisadores americanos concluíram que perdoar faz bem ao corpo e não somente à alma, algo que Jesus, com toda a certeza, sabia.
Fosse de outro modo, o Mestre não teria insistido tanto no assunto, que houve por bem incluir até mesmo no modelo de prece que passou à posteridade com o nome de Oração Dominical.
É fácil, pois, compreender esta singela lição que Joanna de Ângelis inseriu no cap. 23 de seu livro Episódios Diários, psicografado por Divaldo Franco:
“Só os homens de pequeno porte moral se desforçam, tombando em fosso mais profundo do que aquele em que se encontra o seu perseguidor.
Se desculpas o acusador, és melhor do que ele.
Se perdoas ao inimigo, te encontras em mais feliz situação do que a dele.
Se ajudas a quem te fere, seja por qual motivo for, lograste ser um homem de bem, um verdadeiro cristão.
Desforço, jamais! ”


sábado, 24 de novembro de 2012

Pérolas literárias (11)



Alma minha gentil, que te partiste

Luís Vaz de Camões

Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
alguma cousa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder-te,

roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo de meus olhos te levou.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Há Judas no movimento espírita?


Um leitor de São Paulo-SP pergunta-nos se nas casas espíritas são realizados trabalhos de magia negra. A indagação mostra que o leitor nada conhece de Espiritismo ou, então, o confunde com determinadas seitas que se dedicam ao que ele chama magia negra.
Para que todos saibam, dá-se o nome de magia negra à magia praticada com maus propósitos. Magia negra significa também bruxaria, necromancia, nigromancia.
Quem frequenta um centro espírita sabe que as instituições e os centros espíritas que seguem a doutrina espírita, tal como foi codificada por Allan Kardec, não realizam trabalhos de magia branca ou negra, nem qualquer prática que seja parecida com isso. 
As principais obras de Allan Kardec que contêm os ensinamentos espíritas são estas: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno, A Gênese e o Evangelho segundo o Espiritismo, complementadas pelos artigos que ele publicou na Revista Espírita, no período de 1858 a 1869. 
Em nenhuma delas recomenda-se algo que tenha relação direta ou indireta com as práticas mencionadas, que foram, aliás, objeto de severa crítica por parte do codificador do Espiritismo, conforme o leitor pode verificar no texto seguinte constante da Revista Espírita de 1863, págs. 74 a 77:
“Os Judas existem também no movimento espírita. Eis o que os caracteriza: I) a tendência para fazer o Espiritismo sair dos caminhos da prudência e da moderação; II) o estímulo às publicações excêntricas; III) o costume de provocar nas reuniões assuntos comprometedores sobre política e religião; IV) o hábito de soprar a discórdia enquanto pregam a união entre os espíritas; V) o lançamento ao tapete, com habilidade, de questões irritantes ou ferinas, capazes de provocar dissidências; VI) a implantação da inveja e do desejo de supremacia entre os vários grupos, encantando-se quando, por meras diferenças de opinião, os grupos passam a apedrejar-se, erguendo bandeira contra bandeira. Alguns organizam ou fazem organizar reuniões onde se ocupam exatamente daquilo que o Espiritismo desaconselha, envolvendo a reunião espírita em práticas ridículas de magia negra, cartomancia, quiromancia, leitura da buena-dicha e quejandos, cujo resultado é o descrédito que se lança à doutrina espírita.”
Acreditamos que, à vista destas palavras de Kardec, ninguém poderá nutrir dúvida alguma com relação ao que os espíritas verdadeiros pensam a respeito do assunto.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Pílulas gramaticais (26)


Como devemos dizer:
- Puxou da faca para se defender, ou puxou a faca...?
- Sacou do revólver e atirou pra cima, ou sacou o revólver...?
- Pobre do brasileiro que enfrenta fila nos hospitais, ou pobre brasileiro que...?
- Feliz da mãe cuja família é unida, ou feliz a mãe cuja família...?
A construção das frases acima, de uma forma ou de outra, é mera questão de preferência, porque não existe erro nas construções abaixo, chamadas pelos gramáticos de expressões idiomáticas:
- Puxou da faca...
- Sacou do revólver...
- Pobre do brasileiro...
- Feliz da mãe...

*

Poucas pessoas certamente ignoram que os vocábulos “quanto” e “quão” rejeitam o artigo antes deles.
Devemos, portanto, escrever:
- Viaje quanto antes (e não “o quanto...”)
- Saiba quanto o convite nos honra (e não “o quanto...”)
- Percebi quão difícil é passar no concurso (e não “o quão difícil...”).


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O caminho das águas


Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR

Realmente, quando estamos calmos e equilibrados, podemos valorizar as simples razões essenciais da vida. É notável que em todos os lugares e tempo os fatos estão presentes, às vezes, da forma mais tocante, ou então, da mais leve maneira.
Sabe aquele riozinho que tem seu curso certo e ininterrupto andamento? Pois é... Hoje à tarde tive o privilégio de molhar os pés e tocar as mãos naquela água tão pura, tão fresca, tão viva.
Como eu estava próxima da margem, pude observar o universo fluvial.
Laranja é a cor da energia, e era semelhante à cor da folha de outono que, sobre a água, vinha de longe conhecendo os novos caminhos.
Ela descia com destreza, porque não resistia às mudanças ou intempéries encontradas na passagem. Movimentava-se conforme as curvas criadas pela água e, como aceitava o andamento e adaptava-se a ele, sabia do melhor para si; chegou ali intacta e vitoriosa.
Comigo não se intimidou; olhou-me e o impulso da água levou-a adiante, a um lugar determinado e seguro.
Cada vez mais com harmonia e sem desperdiçar forças com resistência, fez-se forte e feliz. A folhinha nasceu, desenvolveu-se e viveu de um modo sabiamente sensível.
A vida sempre está radiosa; o estado de espírito perante ela é que determinará a trajetória do progresso e quanto se quer estar vivo em sua companhia. 


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Aspirante à sabedoria, o médium deve trabalhar por amor


Realizamos hoje mais uma reunião de estudo do livro Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), psicografado por Francisco Cândido Xavier.
Quatro foram as questões propostas:
1. Diz André que um grande espelho fluídico foi posto junto da médium. Qual a sua finalidade?
2. Por que muitos médiuns começam a jornada e depois recuam?
3. Como são obtidas as imagens projetadas na reunião mediúnica?
4. Como os trabalhadores localizavam em determinada região as pessoas a serem atendidas? 

*

Depois de um rápido debate em torno das questões citadas, foram apresentadas e comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e o estudo do texto-base relativo ao tema da noite.
Eis, de forma sintética, as respostas dadas às questões propostas:

1. Diz André que um grande espelho fluídico foi posto junto da médium. Qual a sua finalidade?
O espelho fluídico foi situado junto da médium por trabalhadores espirituais da Casa, e na face dele, com espantosa rapidez, cada pessoa ausente, nomeada nas petições da noite, surgia ante o exame dos benfeitores que, a distância, contemplavam-lhe a imagem, recolhiam-lhe os pensamentos e especificavam-lhe as necessidades, oferecendo a solução possível aos pedidos feitos. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 16, pp. 154 a 156.)

2. Por que muitos médiuns começam a jornada e depois recuam?
Aulus explicou que o médium não é um animal subjugado a canga, mas sim um irmão da Humanidade e um aspirante à Sabedoria. Deve trabalhar e estudar por amor. Livre para decidir quanto ao próprio destino, muitas vezes prefere estagiar com indesejáveis companhias, caindo em temíveis fascinações. Inicia-se com entusiasmo na obra do bem, entretanto em muitas circunstâncias dá ouvidos a elementos corruptores que o visitam pelas brechas da invigilância. E, assim, tropeça e se estira na cupidez, na preguiça, no personalismo destruidor ou na sexualidade delinquente, transformando-se em joguete dos adversários da luz que lhe vampirizam as forças, aniquilando-lhe as melhores possibilidades. É por isso que se veem no mundo milhões de criaturas às voltas com a mediunidade torturante, milhares detendo possibilidades psíquicas apreciáveis e raras obtendo um mandato mediúnico para o trabalho da fraternidade e da luz. (Obra citada, cap. 16, pp. 156 e 157.)

3. Como são obtidas as imagens projetadas na reunião mediúnica?
Reportando-se ao espelho fluídico usado na reunião mediúnica, Aulus explicou que aquele aparelho assemelhava-se à televisão conhecida dos homens, manobrada, porém, com recursos da esfera espiritual, em que a própria alma, revestida por seu perispírito, era focalizada. “Pelo exame do perispírito – informou o instrutor –, alinham-se avisos e conclusões. Muitas vezes, é imprescindível analisar certos casos que nos são apresentados, de modo meticuloso; todavia, recolhendo apelos pela massa, mobilizamos meios de atender a distância. Para isso, trabalhadores das nossas linhas de atividade são distribuídos por diversas regiões, onde captam as imagens de acordo com os pedidos que nos são endereçados, sintonizando as emissões com o aparelho receptor sob nossa vista.” Embora semelhante à televisão terrena, as transmissões ali eram muito mais simples, exatas e instantâneas. (Obra citada, cap. 16, págs. 158 a 160.)

4. Como os trabalhadores localizavam em determinada região as pessoas a serem atendidas?
Segundo Aulus, muitas vezes, em face do número grande de pessoas a atender, os samaritanos da fraternidade não podem ajuizar se estão recebendo informes de um encarnado ou de um desencarnado, mormente quando não se acham laureados por vastíssima experiência. Por isso, as informações sobre as pessoas a serem atendidas pelos Espíritos devem ser, sempre que possível, minuciosas e completas. Desse modo é que localizam os enfermos objeto do atendimento a ser prestado. (Obra citada, cap. 16, pp. 158 a 160.)

*

Na próxima terça-feira apresentaremos aqui o resumo do estudo realizado, para que os interessados, caso queiram, possam acompanhar o que estudamos.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

As mais lindas canções que ouvi (10)



Valsinha

Vinícius de Moraes e Chico Buarque

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar,
olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
e não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
e nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar...
Então ela se fez bonita, como há muito tempo não queria ousar,
com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar,
depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
e cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar...
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou,
e foi tanta felicidade que toda cidade enfim se iluminou
e foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos, como não se ouviam mais,
que o mundo compreendeu e o dia amanheceu em paz.


Clicando no link abaixo você ouvirá a canção em foco na belíssima voz de Mônica Salmaso:
https://www.youtube.com/watch?v=9sE_iRDGMto&feature=related

Se preferir, clique neste outro –  https://www.youtube.com/watch?v=6Xov1hYYs3E – e ouvirá a canção na interpretação de Nelson Gonçalves e Chico Buarque.


domingo, 18 de novembro de 2012

Depois de um problema, aguarde outros


Diz um conhecido ditado que depois da tempestade vem a bonança, e é esta esperança que dá ânimo aos que se debatem nas dificuldades e tropeços da vida.
André Luiz (Espírito), em seu livro Sinal Verde, psicografado por Francisco Cândido Xavier, propõe pensamento bem diverso: “Depois de um problema, aguardar outros”, ideia que tem pelo menos o mérito de ser mais consentânea com a realidade das coisas.
De fato, a vida é uma sucessão de dificuldades. Nem bem superamos um obstáculo ou uma vicissitude, e lá vem outra. Isso significa que, conquanto jamais devamos perder as esperanças, não podemos pensar que a existência será, a partir de amanhã, um mar de rosas, porque essa qualidade dificilmente é a marca das experiências que o homem enfrenta no mundo em que vivemos. As razões são desfiladas nas linhas que se seguem.
O leitor conhece, por certo, este outro ditado: “Há males que vêm para bem”. Pois nós podemos dizer, com fundamento nos ensinamentos espíritas, que todos os males, ou pelo menos a maioria, vêm para bem, mostrando aí uma faceta diferente de algo que efetivamente perturba a criatura humana.
Ocorre que muitos dos chamados males só o são na aparência. Se mudarmos o ponto de vista pelo qual se encare determinado problema, outra ordem de ideias se apresenta e o indivíduo pode ver que o bem frutifica onde menos se espera. Assim é que determinada situação receberá análises diametralmente opostas de um materialista e um espiritista.
“A ideia clara e precisa que se faz da vida futura – escreveu Kardec em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, item 5 – dá uma fé inabalável no futuro, e essa fé tem consequências imensas sobre a moralização dos homens.”
A existência corpórea, para aquele que se coloca na vida espiritual, não é mais que uma passagem, uma estação ligeira num país ingrato.
As tribulações que enfrenta são incidentes que ele recebe com paciência, porque sabe que serão transitórias e seguidas de um estado mais feliz.
A morte nada lhe apresenta de apavorante, porque significa não a ruptura dos laços sociais, mas a libertação dos grilhões que o prendem ao vale de lágrimas que são os planetas como o nosso.
Claro que, assim pensando, as inquietações serão recebidas com maior resignação e isso dá uma tranquilidade e uma calma de espírito que atenua todas as amarguras.
É, pois, nesse sentido que assiste inteira razão a André Luiz. Depois de um problema, aguarde outros – porque aquilo que chamamos problema é, geralmente, a solução – e é também isso que dá à frase “a maioria dos males vem para bem” um valor inquestionável, porque, se os chamados males impulsionam o homem para o progresso, força é convir, disso resulta um bem e não um mal.
  

sábado, 17 de novembro de 2012

Pérolas literárias (10)



Depois da tormenta

Eugênio Júlio Savard de Saint-Brisson


Cresce a lousa sombria a embuçar o horizonte...
O pincel do corisco a explodir ansiedade,
Escrevendo com luz, proclama a tempestade,
E estrondeia o tambor do trovão pelo monte...

Cai a chuva a rugir por mil bocas de fonte...
Verte, foge e me impele à oração da saudade...
Sou agora ave êxul (1)  na bonança que invade
A Natureza erguida à paz de ninho insonte. (2)

Reencontrei o fanal da esperança perdida
E canto a exaltação do júbilo fecundo
De quem achou na morte a grandeza da vida.

Louvada seja a dor que a tudo eleva e acalma!
Bendito seja Deus, surgindo, mundo a mundo,
Por sol de céu em céu, por amor de alma em alma!...


Poeta de vastos recursos e profunda emotividade, Eugênio Savard nasceu no Rio de Janeiro em 13/11/1865 e desencarnou em Niterói no dia 1º de dezembro de 1899. O soneto acima integra o livro “Antologia dos Imortais”, psicografado pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

(1) Êxul: Exilado, desterrado, degredado. (Pronúncia: êzul.)
(2) Insonte: Sem culpa; inocente.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

É lícito cremar nosso corpo?


Um dileto amigo, atualmente radicado em Atibaia (SP), pergunta-nos qual é a posição do Espiritismo a respeito da cremação de cadáveres humanos.
Antes de responder a esta pergunta, é bom lembrar que foi em 1774 que começou no mundo o movimento pró-cremação, uma iniciativa do abade Scipion Piattoli, o qual se expandiu pela Suíça, Alemanha, Inglaterra, França etc. No século seguinte, uma lei de 1886 consagrou na França o direito à escolha pela sepultura ou pela cremação.
A cremação apresenta vantagens e desvantagens.
No campo econômico, as vantagens são evidentes. As despesas de funeral são reduzidas enormemente, o espaço físico destinado aos cemitérios não se torna mais necessário e, em vez de mausoléus, sempre muito caros, uma urna pequena resolve o problema de acondicionamento das cinzas, se a família pretender conservá-las.
No aspecto higiênico ou sanitário, a cremação é considerada também, em muitos casos, a solução ideal. Especialistas propõem a incineração obrigatória em casos de morte por moléstia contagiosa, como tifo, varíola, escarlatina, tanto quanto nas epidemias, em que apenas o fogo pode ensejar um saneamento em regra.
Já no campo jurídico, há quem seja contrário à cremação baseado no fato de que, uma vez destruído o cadáver, torna-se impossível toda e qualquer verificação post mortem que se fizer necessária.
No tocante ao Espiritismo, nada existe nas obras Allan Kardec sobre o assunto, um fato curioso tendo em vista que a cremação era e continua sendo um procedimento comum em alguns países importantes, como a Índia e Portugal.
Em face da inexistência de uma orientação específica na Codificação Kardequiana, as opiniões no meio espírita são divergentes.
Léon Denis, por exemplo, prefere a inumação, em vez da cremação, tendo em vista que a cremação provoca desprendimento mais rápido, mais brusco e violento da entidade desencarnante, além de ser muito doloroso para as almas apegadas à Terra.
Como sabemos, determinados Espíritos permanecem algum tempo imantados ao corpo material após o transe da morte, como acontece principalmente com os suicidas. O rompimento do cordão fluídico nem sempre se consuma num curto espaço de tempo. Nessas condições, o desencarnado é como se fosse um morto-vivo cuja percepção sensória, para sua desventura, continua presente e atuante. A cremação viria causar-lhe um angustiante trauma, o que seria "aumentar a aflição ao aflito".
Richard Simonetti entende que, embora o cadáver não transmita sensações ao Espírito, este experimentará obviamente "impressões extremamente desagradáveis" se no ato crematório a entidade estiver ainda ligada ao corpo.
Paul Bodier acha que "a incineração, tal como se pratica entre nós, é, com efeito, prematura demais". Talvez, por isso a inumação devesse ser o processo normal, só se cremando os cadáveres com sinais evidentes de putrefação.
Emmanuel afirmou, todavia, por intermédio de Chico Xavier, que "a cremação é legítima para todos aqueles que a desejam, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório".
Ao considerá-la legítima, Emmanuel quer dizer que não se trata de algo que fira as leis naturais, sendo, porém, importante que o falecido haja feito tal escolha e que se observe o prazo mencionado.


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Pílulas gramaticais (25)


Em determinados casos o uso do pronome “se” oferece dificuldade. Eis três situações em que ele não deve ser utilizado:
a) nas frases formadas por adjetivo seguido da preposição “de” mais o infinitivo:
- Fácil de entender (e não: “fácil de se entender”)
- Duro de fazer (e não: “duro de se fazer”)
- Difícil de realizar (e não: “difícil de se realizar”)
- Bom de ver (e não: “bom de se ver”)
- Passível de errar (e não: “passível de se errar”).
b) quando a preposição “de” mais infinitivo equivalem a um adjetivo:
- É de admirar (é admirável)
- Era de esperar melhor resultado (era esperável)
- Serão de temer novos retrocessos (são temíveis)
- É de notar (é notável).
c) Quando o pronome “se” não tem função alguma na oração:
- É preciso pensar nisso
- É hora de fazer o inventário
- É difícil conseguir a cura da aids
- É comum encontrar pessoas nessa esquina.

*

Existem nomes que rejeitam o artigo definido. Eis alguns deles: Timor, Israel, Cuba, Malta, Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo, frei, dom, madame, monsenhor.
Em face disso, não devemos dizer:
- Vim do Mato Grosso
- Estive no Mato Grosso
- Vi o dom Albano
- O frei Ambrósio é um bom homem.
- Viajei com o monsenhor Fernando.
Falemos então:
- Vim de Mato Grosso
- Estive em Mato Grosso
- Vi dom Albano
- Frei Ambrósio é um bom homem
- Viajei com monsenhor Fernando.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Como consultar as matérias postadas neste blog


Alguns leitores deste blog pedem-nos uma indicação simples de como consultar os assuntos que nele são publicados. Alegam que os jornais e revistas fornecem o índice de cada edição, não ocorrendo algo semelhante nos blogs que leem.

De fato, em um blog como este, em que postamos uma matéria todos os dias da semana, seria muito difícil localizar determinados assuntos, caso o blog não nos oferecesse duas formas de índice, um índice por assunto e outro cronológico, e uma ferramenta de Busca de assunto com uso de palavra-chave.

Índice por assunto - Há na coluna direita deste blog uma lista constituída de 8 títulos, sob a denominação geral de Marcadores, a seguir reproduzida:

Marcadores
Apresentação do Blog 
Canções e poemas 
Conhecimentos gerais
Contos e crônicas 
Espiritismo
Notas de família 
Notas sobre o movimento espírita
Questões de língua portuguesa. 

Se o leitor deseja ver todas as canções e poemas já postados, basta clicar em Canções e poemas. Feito isso, todas as matérias assim marcadas aparecerão no blog, permitindo ao internauta ver aquelas que lhe interessarem.

Índice cronológico - Na coluna esquerda do blog há uma lista constituída dos nomes dos meses do ano, sob a denominação geral de Arquivo do blog, a seguir reproduzida:

Arquivo do blog
►  Novembro (14)
►  Outubro (32)
►  Setembro (26)
►  Outubro (32)
►  Setembro (26)
►  Agosto (17)
►  Julho (16)
►  Junho (19)
►  Maio (19)
►  Abril (29)

Imaginemos que o leitor deseja ver as matérias postadas em julho. Basta, então, clicar em Julho e, feito isso, aparecerá a lista do que foi postado no mês em foco, na forma seguinte:

Julho (16)

É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos
Há na vida três tipos de dores
Icléa, parabéns por mais um ano de vida
A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos
Como entender tantas tragédias em nosso mundo?
A moral dos espíritas é a mesma que Jesus nos ensinou
Pílulas gramaticais - n. 13
A despedida de uma grande amiga
A imprensa espírita e seu papel
Os ensinos de Jesus e sua importância em nossa vida
Os selvagens podem alcançar o paraíso?
O médium e a crítica
Orar faz bem sempre
Viver o Cristo é conviver com o próximo
Pílulas gramaticais – n. 12
Por que Jesus é chamado de Cristo pelos espíritas?

Para ler a matéria escolhida, basta clicar no título a ela correspondente. 

    Ferramenta de Busca - O interessado deve digitar no retângulo a palavra indicativa do assunto que pretende localizar. Em seguida clique na palavra "Buscar". De imediato, todos os textos em que a palavra digitada aparecer surgirão visíveis ao leitor. 


Simplesmente sintonia


Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR

Aproximando-se das seis da tarde, numa das calçadas centrais de uma antiga cidade francesa, desciam menina e mulher, com laços de mãe e filha. A garotinha aparentava uns oito anos, poderia ter mais, no entanto, a aparência franzina era próxima disso.
Vinham em silêncio, de mãos dadas, com penúria de tudo o que fosse material. Roupas gastas e poucas para o frio temeroso. Os sapatos apenas isolavam do chão a sola do pé, e ainda um pouco além de seus números. O sentimento carinhoso era recíproco.
Após a caminhada de uma quadra em total silêncio de palavras, mas com a harmonia latente, e sabe-se lá quanto mais já haviam andado, chegaram quase ao final deste quarteirão.
 Um senhor, com carrinho de doces, estava parado na calçada; decerto havia permanecido lá o dia todo, satisfazendo quem pudesse pagar pelas guloseimas e aguçando ainda mais a vontade de quem não possuía uma moeda sequer em qualquer esconderijo da roupa. Assim eram as duas jovens que desciam – jovem, pois, mesmo aparentando ser mãe, a maior era bastante nova para o posto.
Quando passaram bem rente ao carrinho de doces - esses conhecidos no Brasil como os famosos pés-de-moleque ou ainda quebra-queixos - foi nítido o engolir de saliva com sabor de vontade e fome da menina. O vendedor, apoiando o pé direito em uma das rodas, presenciou e compreendeu o que ocorrera.
– Não estou com vontade não, mamãe – a pequenina frágil disse rápido, pois nos olhos da mãe estava visível a insatisfação de nem ao menos o doce poder oferecer à filha.
– Além disso, mamãe, não são desses que eu gosto – a garotinha reforçou o aperto na mão materna e estreitou o sentimento.
O sino da matriz anunciou seis em ponto. Prosseguiram a jornada, mas, na verdade, não sabiam de onde vinham nem para onde iriam, simplesmente, com amor, continuaram.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

O remédio não foi criado para os sãos


Levamos a efeito nesta noite mais uma reunião de estudo do livro Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), psicografado por Francisco Cândido Xavier.
Quatro foram as questões propostas:
1. A médium Ambrosina portava na cabeça um objeto pequeno. Que objeto era esse e qual a sua finalidade?
2. Ao atender as pessoas, Ambrosina percebeu que estava diante de dois criminosos. Ela titubeou na ajuda. Que lhe foi dito pelo mentor espiritual?
3. Havia médicos desencarnados, prontos para servir, na reunião descrita por André Luiz?
4. Durante a leitura e os comentários feitos na reunião, como se comportava a assembleia presente?

*

Após rápido debate em torno das questões citadas, foram apresentadas e comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e o estudo do texto-base relativo ao tema da noite.
Eis, de forma sintética, as respostas dadas às questões propostas:

1. A médium Ambrosina portava na cabeça um objeto pequeno. Que objeto era esse e qual a sua finalidade?
Dedicada à tarefa mediúnica fazia mais de vinte anos, a médium portava na cabeça, dentre os cabelos grisalhos, um pequeno funil de luz, à maneira de delicado adorno. Era um aparelho magnético ultrassensível com que ela vivia em constante contacto com o mentor espiritual responsável pela obra espiritual que por ela realizava. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 16, pp. 147 a 149.)

2. Ao atender as pessoas, Ambrosina percebeu que estava diante de dois criminosos. Ela titubeou na ajuda. Que lhe foi dito pelo mentor espiritual?
Ao perceber o que ocorria, Ambrosina disse mentalmente aos amigos espirituais: “Amados amigos espirituais, que fazer? Identifico nossos irmãos delinquentes e reconheço-lhes os compromissos... Um homem foi eliminado... Vejo-lhe a agonia retratada na lembrança dos responsáveis... Que estão buscando aqui nossos infortunados companheiros, foragidos da justiça terrestre?” Um dos mentores aproximou-se e tranquilizou-a: “Ambrosina, não receie. Acalme-se. É preciso que a aflição não nos perturbe. Acostume-se a ver nossos irmãos infelizes na condição de criaturas dignas de piedade. Lembre-se de que nos achamos aqui para auxiliar, e o remédio não foi criado para os sãos. Compadeça-se, sustentando o próprio equilíbrio!” “É indispensável receber nossos irmãos comprometidos com o mal, como enfermos que nos reclamam carinho.” (Obra citada, cap. 16, pp. 149 e 150.)

3. Havia médicos desencarnados, prontos para servir, na reunião descrita por André Luiz?
Sim. Muitos médicos ali se encontravam; contudo, embora excelentes profissionais, devotados e beneméritos em sua missão, não haviam, ainda, sido promovidos da ciência fragmentária do mundo à sabedoria integral. Com a imersão nas realidades da morte, adquiriram novas visões da vida e alargaram seus próprios horizontes, mas o que eles sabiam era ainda muito pouco daquilo que lhes competia saber. “Não poderia ser de outro modo”, aduziu Aulus. O milagre não existe como derrogação de leis da Natureza. (Obra citada, cap. 16, pp. 151 e 152.)

4. Durante a leitura e os comentários feitos na reunião, como se comportava a assembleia presente?
A assembleia, como é fácil entender, mostrava-se flagelada por problemas inquietantes. Dezenas e dezenas de pessoas aglomeravam-se em derredor da mesa, exibindo atribulações e dificuldades. Formas-pensamentos estranhas surgiam de grupo a grupo, denunciando-lhes a posição mental. Preocupações, amarguras, desânimo, desespero, propósitos de vingança... Desencarnados em grande número suspiravam pelo céu, enquanto outros receavam o inferno. (Obra citada, cap. 16, pp. 152 a 154.)

*

Na próxima terça-feira apresentaremos aqui a síntese do estudo realizado, para que os interessados, caso queiram, possam acompanhar o que estudamos.