sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Destino e fatalidade existem?


Uma leitora nos pergunta: Como o Espiritismo vê a questão do destino?
O vocábulo “destino” é usado na obra espírita com dois sentidos. Na questão 177 d´O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ele é utilizado como sinônimo de objetivo, de finalidade da existência humana, que é a perfeição e a suprema felicidade.
No sentido vulgar do vocábulo, que é provavelmente o proposto na pergunta acima, o tema é tratado de modo especial nas questões 259, 851, 866 e 872 d´O Livro dos Espíritos.
Resumidamente, ensina o Espiritismo que nem todas as provas da vida são previstas ou propostas pelo Espírito que se prepara para reencarnar, o qual elabora, com esse objetivo, sua programação reencarnatória.
A chamada fatalidade existe, portanto, tão-somente pela escolha que o Espírito fez de enfrentar, ao encarnar, determinada prova. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado.
Na aludida programação são previstos apenas os fatos principais, os que influem no destino e o gênero das provas. As particularidades correm por conta da posição em que a pessoa se acha e são, muitas vezes, consequências de suas próprias ações.
Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, o Espírito sabe a que arrastamentos se exporá. Ignora, porém, quais os atos que virá a praticar. Esses atos resultam do exercício de sua vontade, ou do seu livre-arbítrio. Sabe também que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie e não ignora, desse modo, de que natureza serão as vicissitudes que se lhe depararão.
Os acontecimentos secundários de uma existência corpórea originam-se quase sempre das circunstâncias e da força mesma das coisas. Se tomamos uma estrada cheia de sulcos profundos, sabemos que teremos de andar cautelosamente, porque há muitas probabilidades de cairmos. Ignoramos, porém, em que ponto cairemos e bem pode suceder que não caiamos, se formos bastante prudentes.


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