terça-feira, 19 de março de 2013

Lou Xiaoying – Extremado Amor à vida!


GEBALDO JOSÉ DE SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
De Goiânia-GO

Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? “O de viver. Por isso que ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer a sua existência corpórea.” (O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questão 880.)

Em 30/07/2012, o jornal britânico Daily Mail (MailOnline) exibiu reportagem com título iniciado pela frase China’s most incredible mother (A mais incrível mãe chinesa).
Divulga ações de Lou Xiaoying, com 88 anos, então hospitalizada com insuficiência renal. Realiza ela seu belo trabalho há quarenta anos, 23 dos quais com a participação do marido, Li Zin, falecido em 1995.
Em manchete, afirma: “Mulher chinesa de 88 ANOS já SALVOU mais de 30 BEBÊS abandonados nas ruas e em meio ao lixo”.
Eis um trecho:
(...) ficou conhecida em toda a CHINA por ter salvado a vida de mais de 30 crianças abandonadas nas ruas de Xinhua, na província de Zhejiang, e de ter criado várias delas com seu trabalho de reciclagem de lixo.
Lou conta que tudo começou em 1972 quando encontrou o primeiro bebê, uma menina abandonada na rua; Lou estava naquele momento coletando lixo. “Vê-la crescer e se tornar forte nos deu tanta alegria que eu percebi que tinha um verdadeiro amor por tomar conta de crianças.”
(...) recolheu as primeiras quatro crianças quando ainda estava com o marido, que morreu há 17 anos (quando ela já tinha 71 anos de idade).
“Mesmo que eu esteja ficando velha, eu simplesmente não podia ignorar aquele bebê e deixar ele morrer no MEIO DO LIXO. Ela olhava tão doce e tão necessitada que tive que levá-la para casa comigo.”
“Percebi que, se tinha força o suficiente para coletar lixo, como não poderia reciclar algo tão importante quanto vidas?”, questiona ela.
Lou, que tem apenas uma filha biológica, de 49 anos, dedicou sua vida desde então a cuidar de bebês abandonados.
Seu EXEMPLO comoveu o país, onde muitas crianças (na maioria meninas) são deixadas nas ruas e nos depósitos de lixo para morrerem.
Desde então ela recolheu outras dezenas de bebês, que repassou a parentes e amigos para que pudessem adotá-los, segundo informa o “Daily Mail”.  O filho mais novo, Zhang Qilin, que tem 7 anos, foi achado numa lixeira por Lou quando ela contava 82 anos.
Segundo a chinesa, os filhos mais velhos ajudaram a tomar conta de Qilin, que foi batizado com uma palavra em chinês que significa ‘algo raro e precioso’ (a vida humana).
O exemplo da mulher chinesa se espalhou pelo país, onde milhares de bebês são abandonados nas ruas por pais atingidos pela pobreza. O infanticídio que acomete, sobretudo, crianças não planejadas ainda é um problema grave em algumas áreas rurais da China, mas é raro em cidades, onde os pais costumam abandonar as crianças, mas não matá-las.
O destino de bebês tem horrorizado a China.
(...) uma menina recém-nascida foi descoberta quando um transeunte foi jogar um saco de lixo no depósito de lixo e viu o que ele pensava ser um bebê morto dentro de um saco. Ele disse à polícia que a criança estava roxa e não tinha se movido até que ele examinou o saco de lixo e seu conteúdo mais de perto. (...)
Os médicos disseram que, se o bebê tivesse sido deixado no saco mais alguns minutos, ele teria morrido de asfixia e já teria sido afetado pela falta de oxigênio, (...)

*

Lei de Controle da natalidade:
A controversa política oficial do governo chinês para o planejamento do nascimento de crianças foi introduzida em 1978 para reduzir a tensão sobre a crescente população do país e reduzir a pressão sobre os recursos naturais.
Ela restringe oficialmente casais urbanos casados a terem apenas um filho/filha e aqueles que quebram as regras têm que pagar uma multa ou taxa. Aqueles que seguem as regras geralmente recebem um certificado e podem se beneficiar financeiramente, como receber o salário de um mês adicional a cada ano, até que a criança complete 14 anos.
(...)
Apesar do fato de que é ilegal matar bebês recém-nascidos no país, o infanticídio feminino e a falha em relatar nascimentos femininos é muito suspeita, especialmente em áreas rurais.”]
(Fonte: http://www.dailymail.co.uk/news/article-2181017/Story-Chinese-woman-saved-30-abandoned-babies-dumped-street-trash.html.   Tradução: Thoth3126@gmail.com.)
Nossas culturas são diferentes, mas a linguagem do amor é universal! E a identificamos prontamente! Quantas renúncias lhe custaram o exercício do Amor pleno!
Indispensável conhecer não só esses fatos gravíssimos, mas a atitude de respeito pela vida, de abnegação, dessa humilde, heroica e admirável mulher!
De nossa parte, não nos cabe fazer crítica aos chineses: temos crianças e velhos ‘abandonados’ pelas ruas – e, o que é pior, mesmo em muitos lares – de nossas cidades. Por toda parte os agredimos e também às mulheres! Até quando o faremos?...
O programa Roda Viva (TV Cultura) de 28/01/1991 entrevistou o antropólogo, escritor, político – então Senador – Darcy Ribeiro (1922-1997).
Na ocasião, afirmou ele, indignado:
(...) uma coisa muito elementar: em São Paulo não há ninguém que possa criar um frango sem ração, nem um bode sem ração, mas o povo está sem ração. Pode manter o povo com fome?
(...) na França, se um policial encontra uma criança, ele pergunta: "Menino, onde é sua escola?" Se ele é encontrado em qualquer lugar, ele diz qual é a escola e o policial entrega-o para a diretora. Na terceira vez que isso acontece, a diretora não recebe [a criança] e manda levar o menino ao juiz. O pai tem que se explicar.
(...) Agora, se pega um menino de São Paulo, aqui, esses trombadinhas, esses coitados que me comovem, aqui do Largo da Sé e de toda São Paulo, se pegam um trombadinha ou qualquer menino e [perguntam]: “Qual é a sua escola?”, ele diz: "Fui de manhã", ou "vou de tarde", ou "não vou mais". 90% não vai mais.
(...) Outra coisa, você já ouviu falar no Brasil sobre algum cabrito abandonado? Já ouviu falar de bezerro abandonado? Isso não tem, mas crianças tem aos milhões. Não é de uma pouca vergonha horrível, um país que deixa o ser humano abandonado e não abandona o bode e o bezerro?”]
Como se vê, inúmeras Lou Xiaoying muito teriam o que realizar por estas bandas! Sabemos que há muitas delas atuantes (e homens também), Brasil afora. Mas ainda são insuficientes! Ânimo, amigos e irmãos! Imperceptivelmente, o Amor se espraia e um dia será universal!


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