domingo, 30 de junho de 2013

A Semana Espírita de Londrina e seu propósito

Iniciou-se ontem mais uma Semana Espírita de Londrina, evento que, surgido em julho de 1992, está na sua 22ª versão e tem-se constituído, ao longo dos anos, na mais importante realização do movimento espírita na região em que nos situamos, que é o Norte do Paraná.
A proposta da Semana Espírita encaixa-se nas ideias que inúmeros confrades têm manifestado, ou seja, que é preciso divulgar com maior intensidade os ensinamentos que nos foram trazidos pelo Espiritismo.
Como dizem todos eles, nós podemos e devemos, sim, contribuir no sentido de tornar mais conhecida a doutrina espírita.
Nascida há 21 anos, por iniciativa dos dirigentes do Centro Espírita Nosso Lar, a Semana Espírita de Londrina insere-se nesse propósito e pode-se dizer que, quando surgiu, apresentou algo inteiramente novo nos Estados que formam a Região Sul do País, onde o modelo das Semanas Espíritas não havia, até então, penetrado.
São inúmeros os relatos das pessoas que tiveram o primeiro contato com o Espiritismo graças a esse evento, um dos poucos capazes de levar a um ambiente espírita pessoas que aí comparecem para conhecer um pouco mais a respeito do Espiritismo, e não apenas para receber atendimento por meio da chamada imposição de mãos, mais conhecida como passe magnético.
Na Semana que ontem se iniciou teremos palestras, seminários, noite cultural e atividades para os jovens e as crianças, sem cobrança de taxa de inscrição, como deveriam ser sempre as atividades doutrinárias realizadas pelas instituições espíritas.(1)
Uma Semana Espírita, porém, não se resume nisso. Ela tem um significado muito maior, porque promove o congraçamento e a confraternização entre os espíritas, a união dos Centros Espíritas e, por conseguinte, o fortalecimento do próprio movimento espírita e da entidade – a URE Metropolitana Londrina – que com muitos sacrifícios a promove.
Ao fazer este registro, conclamamos a população espírita de Londrina e cidades vizinhas a participar com entusiasmo dos oito dias em que se desenvolverão as atividades programadas, compreendendo que a Semana Espírita é um momento de integração e participação, e não um período de férias como, infelizmente, alguns ainda pensam.
O sucesso do evento e sua continuidade pelos anos que virão dependem muito de nossa participação. Afinal, são tão poucos os eventos de grande porte programados para a nossa cidade que não se entende o descaso com que alguém possa encarar o que nos é oferecido graciosamente pela URE Metropolitana Londrina, com o apoio das instituições que a integram.

(1) A 22ª Semana Espírita de Londrina está sendo realizada no Centro de Eventos Inesul, localizado na Faculdade Inesul, na Rua Humberto Piccinin, 198, na Vila Brasil. A entrada para o Centro de Eventos fica no final da Rua Uruguai, bem próximo das instalações do Colégio Maxi.



sábado, 29 de junho de 2013

Pérolas literárias (42)


Do último dia

Alberto de Oliveira


O homem, no último dia, abatido em seu horto,
Sente o extremo pavor que a morte lhe revela;
Seu coração é um mar que se apruma e encapela,
No pungente estertor do peito quase morto.

Tudo o que era vaidade agora é desconforto.
Toda a nau da ilusão se destroça e esfacela
Sob as ondas fatais da indômita procela,
Do pobre coração, que é náufrago sem porto.

Somente o que venceu nesse mundo mesquinho,
Conservando Jesus por verdade e caminho,
Rompe a treva do abismo enganoso e perverso!

Onde vais, homem vão? Cala em ti todo alarde,
Foge dessa tormenta antes que seja tarde:
Só Jesus tem nas mãos o farol do Universo.


Fluminente, nascido em Palmital de Saquarema em 1859, e falecido em Niterói, em 1937, Alberto de Oliveira foi farmacêutico, mas dedicou-se principalmente ao Magistério. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, parnasiano de escol, foi tido como Príncipe dos Poetas de sua geração. O soneto acima, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo.



sexta-feira, 28 de junho de 2013

Como entender o autismo?

Um leitor de Belo Horizonte-MG pede-nos informações com respeito ao tema autismo de acordo com a visão espírita.
O assunto não foi, por motivos óbvios, tratado nas obras fundamentais da doutrina espírita, mas já foi, na revista “O Consolador”, examinado por alguns confrades.
Dentre as matérias já publicadas na citada revista, podemos indicar três em que o leitor pode extrair alguns subsídios sobre o tema:
1. Entrevista com a educadora carioca Cristina Maria Carvalho Delou, disponível em http://www.oconsolador.com.br/ano3/123/entrevista.html
2. Entrevista com a educadora cearense Eugênia Maria Pinheiro Ramires, disponível em http://www.oconsolador.com.br/ano3/106/entrevista.html
3. Artigo de autoria do médico Americo Domingos Nunes Filho, do Rio de Janeiro-RJ, disponível em http://www.oconsolador.com.br/ano3/104/americo_filho.html
No seu artigo, Americo Domingos Nunes Filho diz que o autismo se caracteriza por um grave transtorno do desenvolvimento da personalidade, revelando uma perturbação característica das interações sociais, comunicação e comportamento. O autista tem tendência ao isolamento, não responde satisfatoriamente aos chamados e demonstra certo desinteresse pelas pessoas.
Embora o autismo tenha sido descrito pela primeira vez em 1943 pelo psiquiatra Leo Kanner, suas causas permanecem ainda desconhecidas, apresentando, porém, fortes indícios de ser ocasionado por fatores genéticos. Nas poucas obras escritas por autores espíritas em que o tema foi tratado, é evidente a relação entre a situação do paciente e graves deslizes cometidos por ele em existências passadas, como se dá, por exemplo, nos casos de esquizofrenia.
Ainda de acordo com Americo Domingos, o comportamento do portador do transtorno autista é caracterizado por atos repetitivos (rotinas e rituais não funcionais, repertório restrito de atividades e interesses) e movimentos estereotipados, bem elaborados e intensos, podendo igualmente ser observados alguns sintomas comportamentais como hiperatividade, agressividade, inclusive contra si próprio, impulsividade e agitação psicomotora.
Três obras espíritas focalizam o tema em questão: Com Quem tu Andas?, de Hermínio C. Miranda, Jorge Andréa e Suely Caldas Schubert;  Os Poderes da Mente, de Suely Caldas Schubert, e Autismo, uma leitura espiritual, de Hermínio C. Miranda.



quinta-feira, 27 de junho de 2013

Pílulas gramaticais (57)

Examine as frases abaixo:

1. É capaz que chova amanhã.
2. O policial exorbitou-se de sua função.
3. A bola de neve cresceu e aumentou muito de tamanho.
4. Ela acenou a mão para mim.
5. Meu amigo sai com cada uma.
6. Já pedi a ele que largue do meu pé.
7. É preciso, em alguns casos, adotar a prova dos nove.
8. O João é médium e sua mulher também: ela é média.

Em todas elas há erro. Ei-las devidamente corrigidas:

1. É provável que chova amanhã.
2. O policial exorbitou de sua função.
3. A bola de neve cresceu e aumentou muito em tamanho.
4. Ela acenou com a mão para mim.
5. Meu amigo sai-se com cada uma.
6. Já pedi a ele que largue o meu pé.
7. É preciso, em alguns casos, adotar a prova dos noves.
8. O João é médium e sua mulher também: ela é médium.

*

Embora semelhantes, os vocábulos insipiente e incipiente têm significados diferentes.
Insipiente significa: ignorante, não sapiente, desassisado, insensato, sem cautela; imprudente.
Incipiente significa: iniciante, principiante, que está no começo.



quarta-feira, 26 de junho de 2013

A unicidade de tudo

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR 

Não se pode segurar a vida; ela é a liberdade plena. O tempo, como a vida, possui os olhinhos procurando o horizonte novo... avante sempre!
Quando se pensa na arte de viver, as atitudes, os sentimentos ganham um brilho renovador. É agora... já foi. Não há muito o que fazer, a não ser conquistar a sabedoria para mais, decididamente, percorrer pelo campo das horas e das ações.
Nada volta. Ninguém diz duas vezes o mesmo enunciado. Cada acontecimento, em toda história, ocorreu uma vez; também é assim para cada emoção. A construção do intento e o fato em si sempre serão uma única vez realizados, ainda que aparentem a mesma ação.
 O som pronunciado da palavra estará impregnado de um inédito sentimento a cada proferir de um tempo novo, pois este nunca voltará ao segundo vivido, mesmo que as situações se repitam incontáveis vezes; a unicidade é a certeza como o é a luz do sol. A cada sopro, um novo momento nasce e uma nova realidade se constrói.
Conforme Heráclito, “Não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio porque as águas se renovam a cada instante.” Esse preceito traz maior valorização do tempo, da intenção, da palavra, do fato.
Que a renovação possa alargar o entendimento e que os olhos busquem a luz da vida, por ser única em cada suspiro; por ser inédita a todo momento e por ser infinita, característica de sua existência.

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terça-feira, 25 de junho de 2013

O Senhor, diz Moisés, é um Deus misericordioso

Realizamos nesta noite mais uma etapa do estudo metódico e sequencial do Deuteronômio, livro que integra o chamado Pentateuco Mosaico. O estudo é realizado semanalmente no Centro Espírita Nosso Lar, em Londrina, na terça-feira à noite e na quinta-feira à tarde.

Foram quatro as questões propostas para debate:

1. Que recomendação especial fez Moisés no final do seu primeiro discurso?
2. Que recado especial o Senhor enviou aos filhos de Israel?
3. Onde e como Moisés recebeu os Dez Mandamentos?
4. Os Dez Mandamentos ficaram de algum modo registrados?

*

Depois de rápido debate acerca das questões citadas, fez-se o estudo da noite e, no final, foram apresentadas e comentadas as respostas dadas às perguntas propostas.

Ei-las:

1. Que recomendação especial fez Moisés no final do seu primeiro discurso?

Moisés exortou os filhos de Israel a observar os preceitos e os juízos que lhes haviam sido ensinados, para que, observando-os, pudessem viver e possuir a terra que o Senhor lhes daria.  Advertiu-os a não ajuntar nem tirar nada às palavras que ele lhes dissera. Lembrou-os do que o Senhor fizera aos adoradores de Beelfegor, e asseverou que nenhuma outra nação havia tão grande que tivesse deuses tão próximos a si, como Deus estava presente a todas as suas deprecações. Pediu-lhes ensinassem aos filhos e netos as coisas que eles haviam visto e ouvido, desde os fenômenos em Horeb, quando o Senhor lhes falou do meio da chama, mostrando o seu pacto e as dez palavras, que escreveu em duas tábuas de pedra. Exortou-os, assim, a observar os mandamentos e a não fazer imagem alguma de escultura para ser adorada, numa referência direta à proibição do culto aos ídolos. (Dt., 4:1-24.)

2. Que recado especial o Senhor enviou aos filhos de Israel?

Primeiro: não toleraria qualquer culto ou adoração de imagens. Se isso acontecesse, eles não habitariam por muito tempo a terra prometida, porque o Senhor os destruiria, espalhando-os por todos os povos e pelas nações, onde acabariam servindo a deuses fabricados pela mão de homens, feitos de pau e de pedra, os quais não veem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram. Segundo: quando buscassem ao Senhor, seu Deus, achá-lo-iam, contanto que o buscassem de todo o coração e de toda a alma, porque o Senhor é um Deus misericordioso, que não os deixaria nem os extinguiria inteiramente, nem se esqueceria do pacto que jurou a seus pais. Dito isso, Moisés asseverou que o sucesso dos israelitas na terra prometida estaria ligado diretamente à observância dos preceitos e dos mandamentos que o Senhor lhes prescrevera por seu intermédio. (Dt., 4:25-49.)

3. Onde e como Moisés recebeu os Dez Mandamentos?

Foi no monte Sinai que o Senhor lhe disse, face a face, no monte, do meio do fogo, as palavras que contêm os Dez Mandamentos. A aliança com o povo israelita fora firmada anteriormente em Horeb. (Dt., 5:1 a 21.)

4. Os Dez Mandamentos ficaram de algum modo registrados?

Sim. Pronunciados pelo Senhor a toda a multidão no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com uma voz forte, sem ajuntar mais nada, os Dez Mandamentos foram depois escritos pelo Senhor em duas tábuas de pedra, que, ato contínuo, entregou a Moisés.  (Dt., 5:22 a 33.)

*

Na próxima terça-feira apresentaremos aqui o resumo do estudo realizado, para que o leitor, caso queira, possa acompanhar o desenvolvimento de nossas reuniões.




segunda-feira, 24 de junho de 2013

As mais lindas canções que ouvi (41)


Você é linda

Caetano Veloso


Fonte de mel
Nuns olhos de gueixa
Kabuki, máscara
Choque entre o azul
E o cacho de acácias
Luz das acácias
Você é mãe do sol
A sua coisa é toda tão certa
Beleza esperta
Você me deixa a rua deserta
Quando atravessa
E não olha pra trás.

Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz:
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim.

Você é forte
Dentes e músculos
Peitos e lábios
Você é forte
Letras e músicas
Todas as músicas
Que ainda hei de ouvir
No Abaeté
Areias e estrelas
Não são mais belas
Do que você
Mulher das estrelas
Mina de estrelas
Diga o que você quer.

Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim.

Gosto de ver
Você no seu ritmo
Dona do carnaval
Gosto de ter
Sentir seu estilo
Ir no seu íntimo
Nunca me faça mal.

Linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz.


Clicando neste link - http://www.youtube.com/watch?v=9XGEEWV6o_E - você ouvirá esta canção na voz de Caetano Veloso, precedida de um lindo solo do guitarrista Lee Ritenour. Se quiser ouvi-la também na interpretação de Caetano Veloso, voz e violão, basta clicar em http://www.youtube.com/watch?v=W6H_4YAF4zI



domingo, 23 de junho de 2013

Clamor das massas


Nenhuma pessoa que ame este País e deseja o bem-estar para todos os brasileiros pode negar a importância das manifestações que tomaram o Brasil nas últimas semanas.
Iniciadas em São Paulo, elas se espalharam por todas as capitais dos Estados e pelas cidades do interior mais importantes, para mostrar que esta nação necessita de maior seriedade e sensibilidade no trato da coisa pública.
Uma educação de qualidade, um sistema de transporte rápido e digno, assistência médica para todos, independentemente de terem ou não planos de saúde, tolerância zero com a corrupção, fim da impunidade, segurança efetiva para que se possa ir e vir sem medo, eis algumas das bandeiras que, sem cor partidária nem finalidade eleitoreira, foram apresentadas com clareza na sucessão dos dias. Fosse em Porto Alegre ou em Macapá, na gigantesca São Paulo ou na pequena e não menos importante Cataguases, o povo expressou toda a sua indignação com o que vem ocorrendo neste país, onde a corrupção, o descaso, o deboche e a indiferença atingiram níveis jamais vistos.
É-nos, por isso, difícil acrescentar alguma coisa, razão pela qual fazemos nossas as palavras que, com o título de “Clamor social: o clímax e a indiferença dos governantes”, Divaldo Franco escreveu em seu artigo quinzenal publicado no dia 20 de junho no jornal A Tarde, de Salvador-BA.
Eis o texto assinado por Divaldo:
“Quando as injustiças sociais atingem o clímax e a indiferença dos governantes pelo povo que estorcega nas amarras das necessidades diárias, sob o açodar dos conflitos íntimos e do sofrimento, se generaliza, nas culturas democráticas, as massas correm às ruas e às praças das cidades para apresentar o seu clamor, para exigir respeito, para que sejam cumpridas as promessas eleitoreiras que lhes foram feitas...
Já não é mais possível amordaçar as pessoas, oprimindo-as e ameaçando-as com os instrumentos da agressividade policial e da indiferença pelas suas dores.
O ser humano da atualidade encontra-se inquieto em toda parte, recorrendo ao direito de ser respeitado e de ter ensejo de viver com o mínimo de dignidade.
Não há mais lugar na cultura moderna para o absurdo de governos arbitrários, nem da aplicação dos recursos que são arrancados do povo para extravagâncias disfarçadas de necessárias, enquanto a educação, a saúde, o trabalho são escassos ou colocados em plano inferior.
A utilização de estatísticas falsas, adaptadas aos interesses dos administradores, não consegue aplacar a fome, iluminar a ignorância, auxiliar na libertação das doenças, ampliar o leque de trabalho digno em vez do assistencialismo que mascara os sofrimentos e abre espaço para o clamor que hoje explode no País e em diversas cidades do mundo.
É lamentável, porém, que pessoas inescrupulosas, arruaceiras, que vivem a soldo da anarquia e do desrespeito, aproveitem-se desses nobres movimentos e os transformem em festival de destruição.
Que, para esses inconsequentes, sejam aplicadas as corrigendas previstas pelas leis, mas que se preservem os direitos do cidadão para reclamar justiça e apoio nas suas reivindicações.
O povo, quando clama em sofrimento, não silencia sua voz, senão quando atendidas as suas justas reivindicações. Nesse sentido, cabe aos jovens, os cidadãos do futuro, a iniciativa de invectivar contra as infames condutas... porém, em ordem e em paz.”


Texto escrito por mim para publicação na edição 318 da revista “O Consolador” – www.oconsolador.com




sábado, 22 de junho de 2013

Pérolas literárias (41)


Mãos benditas

Maria Dolores


Escuta-nos, Senhor,
Na luz do Lar Celeste!
Desejamos, Jesus, agradecer-te
As mãos benditas que nos deste!
Aquelas mãos sublimes
Que nos entreteceram o berço
Entre as forças do mundo,
Que fizeram escolas,
Aquelas que tomaram nossos dedos,
Revestidas por ti de amor terno e profundo
A fim de penetrarmos nos segredos
Das palavras e letras da instrução...
As que encontramos no caminho,
Quando a sombra da mágoa nos alcança
E acendem para nós com simpatia
O facho da esperança.
Aquelas que nos trazem,
Ao sol do dia-a-dia,
Exemplos de trabalho.
As que cavam a terra,
Muita vez suportando espinhos agressores
E vibram de alegria
Ao vê-la transformar-se em celeiro de flores!
As que fazem o pão,
As que costuram vestes multiformes,
Cobertura e agasalho,
Aquelas que nos dão
A bênção da limpeza,
As que buscam nos dons da Natureza,
Quantas vezes, cansadas de lutar,
Os recursos da vida
Que nos erguem o lar...
As que socorrem os doentes,
As que se inclinam para os sofredores,
Em recintos de angústia, lares e hospitais,
Que afagam companheiros indigentes
Ou que protegem pobres pequeninos
Revelando desvelos maternais!
As que orientam para a ordem,
Garantindo a justiça e a segurança,
As que escrevem bondade, educação, beleza,
Em que a estrada se eleva e a mente se aprimora,
Criando, mundo afora,
Ideias de otimismo, reconforto,
Das quais se estende a luz de surpresa em surpresa...
Aquelas que se humilham quais violetas
E, revolvendo o pó,
Levantam nosso irmão ou nossa irmã
Caídos nas sarjetas
Ou no esgoto comum,
De coração dizendo a cada um:
– “Você não está só”.
As que foram batidas
Por críticas mordazes
E prosseguem agindo como fazes,
Retribuindo o mal com o bem;
As que ajudam e passam
Sem ferir a ninguém...
Benditas sejam elas
Todas as mãos, Senhor, que procuram servir,
– Exército de estrelas a buscar-te,
Edificando, em toda parte,
O Reino do Porvir.
E agradecendo-as, rogo-te, Jesus:
Toma-me as mãos vazias,
Faze-me trabalhar
Em todos os meus dias!
E porque me conheça
Tão pobre quanto sou,
De revés em revés,
Sem nem mesmo poder
Aspirar, ante os séculos futuros,
À sublime ventura,
Anseio conquistar a posição
Da serva que se esqueça
Nas tarefas de amor que o teu amor reparte.
E, a despeito de minha imperfeição,
Frágil, errada e inculta, quero dar-te
Meu próprio coração.


Do cap. 5 do livro Diálogo dos Vivos, obra de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos Diversos.



sexta-feira, 21 de junho de 2013

Com que finalidade existimos?


O título acima foi suscitado por um confrade de Araraquara (SP) que nos perguntou:
– Por que Deus nos criou?
A pergunta proposta, embora clara e objetiva, requer uma resposta difícil de ser redigida.
Criados simples e ignorantes, os Espíritos nascem dotados da possibilidade real de progredir e sua meta é, conforme aprendemos na Doutrina Espírita, a perfeição.
Todos nós chegaremos lá, este é um ponto indiscutível segundo o Espiritismo, compatível, por sinal, com o pensamento evangélico segundo o qual tudo o que Jesus fazia poderemos fazer também e – segundo o Cristo – muito mais.
A informação de que Deus nos criou é muito clara na Doutrina Espírita. Nós somos suas criaturas. Mas o confrade deseja saber algo mais: Por que Ele decidiu criar-nos?
Sinceramente, não sabemos a resposta, porque essa indagação equivale a perguntar a um grande poeta por que faz poesia, ou a um grande romancista por que escreve romances. Evidentemente, somente o romancista, o poeta e o Criador poderão, em sã consciência, respondê-las.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

Pílulas gramaticais (56)

Um amigo nos pergunta se está correta a expressão “coleta em domicílio”, utilizada por um laboratório que envia seu funcionário à residência das pessoas e ali efetua a coleta de sangue para exame. 
Lembremos, primeiramente, o significado da palavra domicílio [do lat. domiciliu]: 1.Casa de residência; habitação fixa. 2. Jur. Lugar onde alguém reside com ânimo de permanecer. 3. Lugar da sede da administração das pessoas jurídicas. 
A expressão “coleta em domicílio” está, portanto, corretíssima e não cabe usar, na hipótese citada, esta outra: “coleta a domicílio”, uma vez que a preposição “a” que compõe a expressão subentende a presença de um verbo que indique movimento, como nos exemplos abaixo:
Levar a domicílio. (“Levamos sua encomenda a domicílio.”)
Enviar a domicílio
Transportar a domicílio. 
O caso de “coleta em domicílio” é semelhante a este: “Ministram-se aulas em domicílio”, isto é, as aulas são ministradas na residência da pessoa interessada.

*
O avião aterrizou.
A frase acima está correta? Ou o certo é: O avião aterrissou?
Ambas estão corretas. O verbo aterrissar [do fr. atterrisser] significa: 1. pousar em terra (aeronave); aterrizar, aterrar.  2. Descer à terra; aterrizar, aterrar. 
A forma aterrizar – escrita com z – está, portanto, correta e é, por sinal, muito usada.



quarta-feira, 19 de junho de 2013

Liberdade... para que te quero?


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Liberdade... quanta ânsia para consegui-la. De repente, ela parece ser conquistada. E agora? Foi o que aconteceu com um cãozinho de mais ou menos um ano de idade. Vivia num quintal bastante espaçoso, mas queria mais, queria a liberdade de fora daquele lugar caseiro.
E na primeira oportunidade - portão aberto - saiu em disparada, corria sem saber para onde. Finalmente, alcançara o objetivo, mas o que fazer? Depois de alguns minutos, o dono percebeu sua ausência e não perdeu tempo, foi à procura. Logo o avistou e foi em sua direção. O cão, desesperado e com seu coraçãozinho batendo além da conta, veio ainda mais rápido para o reencontro.
Os pelinhos estavam molhados e misturados com um pouco de lama; havia chovido muito antes.
Que alegria seus olhinhos demonstraram!
– Meu dono, meu “papai”!
O dono, com todo carinho, resgatou-o, mesmo enlameado; era o amor acima de tudo. E é verdade, como queremos bem a essas pequenas criaturas!
E o cãozinho compreendeu que a liberdade tão almejada, porém, não compreendida, torna-se problema para quem a persegue e para os que parte fazem do enredo.
A liberdade pode ser vivenciada em qualquer metragem de espaço, não é a área que assegurará o objetivo, mas o estado de espírito no qual o ser se encontra.
Quando o amor realmente for maior que os outros sentimentos, e ainda receber o brilho verdadeiro que a ele pertence, o coração estará em paz e com liberdade onde estiver.
Valorizar o que se tem e quem se é, fazer do hoje o melhor do seu tempo e buscar o esmero, isso é a conquista real da liberdade na vida.
O cãozinho, sujo e trêmulo, mas muito feliz nos braços do seu “papai”, chorava baixinho de alegria, queria voltar logo para seu quintal caseiro e para sua maravilhosa vida que só agora começaria a valorizar de fato.
A liberdade só possui sentido quando é compreendida, assim como o viver.

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terça-feira, 18 de junho de 2013

Moisés é impedido de entrar na terra prometida


Iniciamos hoje à noite no miniauditório do “Nosso Lar”, em Londrina, o estudo metódico e sequencial do Deuteronômio, livro que integra o chamado Pentateuco Mosaico.

Foram quatro as questões propostas para debate:

1. Em que consiste o Deuteronômio?
2. De que trata o primeiro discurso de Moisés?
3. Por que os hebreus não poderiam atacar os amonitas?
4. É verdade que Moisés foi impedido de entrar na terra prometida?

*

Depois de ligeiro debate acerca das questões citadas, fez-se o estudo da noite e, no final, foram apresentadas e comentadas as respostas dadas às perguntas propostas.

Ei-las:

1. Em que consiste o Deuteronômio?

O quinto livro do Pentateuco ou Tora encerra um registro de textos legislativos e é a "Segunda Lei" ditada por Moisés antes de sua morte. Nele se expõem de novo as leis, agora retocadas e adaptadas às novas condições de vida sedentária que o povo haveria de enfrentar na Palestina. A obra apresenta-se em forma de discurso: ao todo, são quatro discursos que representam o testamento de Moisés ao povo de Israel. Parece que esse código de leis foi preparado pelos escribas de Ezequias, com o objetivo de enfatizar o conceito de Deus único. ("A Bíblia Sagrada", edição de Livros do Brasil S/A, vol. I, pp. XII e XIII.)

2. De que trata o primeiro discurso de Moisés?

No discurso, Moisés relembra fatos já descritos com todos os pormenores em livros anteriores. Menciona, por exemplo, a escolha, feita em Horeb, de homens sábios e nobres, que foram constituídos príncipes, tribunos, centuriões e comandantes de cinquenta e de dez, para ajudá-lo na administração dos negócios de Israel. Cita depois a expedição feita por doze homens escolhidos dentre as tribos de Israel, enviados por ele à terra prometida, cujo desfecho foi a sublevação do povo, antecedida de murmurações que fizeram com que o Senhor ficasse irado e decretasse que nenhum dos homens adultos de Israel, salvo Caleb e Josué, veria a excelente terra, pois todos morreriam antes que isso se desse. Depois, o condutor dos hebreus recorda a soberba do povo que, embora advertido dos perigos de subir ao monte dos amorreus, acabou derrotado e retalhado pelos inimigos, desde Seir até Horma. (Dt., 1:1-45.)

3. Por que os hebreus não poderiam atacar os amonitas?

A preservação dos amonitas se devia ao mesmo motivo alegado com relação aos moabitas: uns e outros eram descendentes de Ló, e suas terras o Senhor havia dado aos filhos de Ló. Amon e Moab foram filhos de Ló (também conhecido como Lot) e seu nascimento é narrado em Gênesis, 19:29-38. Havendo sido salvo da morte por ser sobrinho de Abraão, Ló acabou, por medo, retirando-se de Segor, metendo-se numa caverna com suas duas filhas. Então a mais velha disse para a mais jovem que o pai estava velho e na terra não ficara nenhum homem com quem pudessem procriar, conservando a linhagem da família. Sugeriu então que lhe dessem vinho, de modo a levá-lo à embriaguez; e a filha mais velha dormiu com ele, sem que Ló percebesse. No dia seguinte, repetiram a experiência e a filha mais jovem também dormiu com o pai, de tal modo que ambas pariram duas crianças. A mais velha foi mãe de Moab, pai dos moabitas, e a mais moça pariu Amon, pai dos amonitas. (Dt., 2:1-25.)

4. É verdade que Moisés foi impedido de entrar na terra prometida?

Sim. No seu discurso ele lembra esse fato. Quanto à proibição de entrar na terra da promissão, o condutor dos hebreus disse que o Senhor o advertira nestes termos: "Sobe ao cume do monte Fasga, e lança os teus olhos em roda para o ocidente, e para o setentrião, para o meio-dia, e para o oriente, e olha: porque tu não passarás este Jordão. Dá as tuas ordens a Josué, e anima-o e fortalece-o, porque ele é que há de marchar diante deste povo, e que há de repartir por eles a terra que tu verás". (Dt., 2:26-37 e 3:1-29.)

*

Na próxima terça-feira apresentaremos aqui o resumo do estudo realizado, para que o leitor, caso queira, possa acompanhar o desenvolvimento de nossas reuniões.



segunda-feira, 17 de junho de 2013

As mais lindas canções que ouvi (40)


Jeito de Mato

Paula Fernandes e Maurício Santini


De onde é que vêm esses olhos tão tristes?
Vêm da campina onde o sol se deita,
Do regalo de terra que teu dorso ajeita
E dorme serena, no sereno e sonha...

De onde é que salta essa voz tão risonha?
Da chuva que teima, mas o céu rejeita,
Do mato, do medo, da perda tristonha
Mas que o sol resgata, arde e deleita.

Há uma estrada de pedra que passa na fazenda
É o destino, é tua senda
Onde nascem com as canções,
As tempestades do tempo que marcam tua história,
Fogo que queima na memória e acende os corações.

Sim, dos teus pés na terra nascem flores,
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha cores vivas pelo ar...
Sim, dos teus olhos saem cachoeiras,
Sete lagoas, mel e brincadeiras,
Espumas, ondas, águas do teu mar.

Há uma estrada de pedra que passa na fazenda,
É teu destino, é tua senda
Onde nascem com as canções
As tempestades do tempo que marcam tua história,
Fogo que queima na memória e acende os corações.

Sim, dos teus pés na terra nascem flores,
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha cores vivas pelo ar...
Sim, dos teus olhos saem cachoeiras,
Sete lagoas, mel e brincadeiras,
Espumas, ondas, águas do teu mar...

De onde é que vêm esses olhos tão tristes?
Vêm das campinas onde o sol se deita.
De onde é que salta essa voz tão risonha?
Dorme serena,
No sereno e sonha...
De onde é que vêm esses olhos tão tristes?
Dorme serena e sonha...


Clicando neste link - https://www.youtube.com/watch?v=yNn4gloyeJs - você ouvirá esta canção na voz de Paula Fernandes, com participação de Almir Sater. Mais informações sobre a música em foco podem ser vistas na internet na página http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1ssaro_de_Fogo_(%C3%A1lbum)



domingo, 16 de junho de 2013

Por que é tão difícil aprimorar-nos moralmente?


Um conhecido escritor, em seminário ministrado anos atrás, propôs ao público presente a seguinte questão:
– Por que, como ninguém ignora, o progresso intelectual se efetua de modo mais rápido que o progresso moral?
A veracidade do conteúdo da pergunta é incontestável. Um jovem totalmente ignorante das leis que regem determinada ciência consegue, depois de cinco ou seis anos numa faculdade, dominar boa parte dos segredos dessa ou daquela disciplina, tornando-se, em um tempo relativamente curto, um profissional respeitado da medicina, da engenharia ou do direito.
Paralelamente a isso, existem pessoas que guardam em seu coração mágoas profundas por algo que lhes ocorreu 20, 30, 40 anos atrás. Se eram ciumentas na juventude, continuam ciumentas; se eram apegadas ao dinheiro, seu apego à matéria persiste ainda, e tal comportamento se repete nas diversas manifestações que se apresentam à criatura humana ao longo da vida.
Em nosso meio existe algo que é por demais conhecido e tanto mal tem feito às pessoas e às instituições espíritas. Falamos do melindre, essa facilidade de magoar-se que muitas pessoas das mais diferentes idades e classes sociais apresentam.
É evidente que ninguém se melindra porque quer. Em muitos casos, é provável que o indivíduo gostaria de comportar-se de forma diferente, sem se importar com o fato que o magoou. Mas a tendência para melindrar-se – decorrente do nível evolutivo em que se encontra – é mais forte.
No seminário a que inicialmente nos referimos o público emitiu opiniões diversas como resposta à questão apresentada.
De um modo geral, o pensamento mais comum é que aprender uma nova disciplina é mais fácil do que educar os sentimentos, o que explicaria o que todos vemos no planeta Terra, que nos oferece a cada dia ideias inventivas e inovações tecnológicas extraordinárias e, no entanto, não tem sido capaz de erradicar de sua face a guerra, a corrupção e muitas das mazelas morais que a Igreja arrolou como sendo os chamados sete pecados capitais – a cupidez, a luxúria e a ira, para citar apenas alguns deles.
Ouvidas as diferentes opiniões, o palestrante examinou o problema proposto e suas várias nuanças e, concluindo, afirmou que o principal fator que determina a lentidão do progresso moral tem sido não darmos a ele a importância que ele merece.
Lembrou então que muitos pais costumam matricular os filhos nas melhores escolas, com vistas a um futuro promissor numa faculdade importante, mas não encontram tempo de orar com eles, de orientá-los e mesmo de levá-los às escolinhas de moral cristã que as igrejas e as casas espíritas oferecem graciosamente.
É evidente que somente esse fato não é suficiente para determinar a transformação moral de uma pessoa, porque mesmo entre os chamados religiosos, espíritas ou não, o problema do melindre e muitas das mazelas citadas também se verificam; mas preocupar-se com a educação moral de nossas crianças constitui, sem dúvida, um importante passo.
A transformação moral é um objetivo que todos nós, adultos e crianças, devemos perseguir, e é preciso ter em mente que ela virá somente se para isso nos esforçarmos, como, aliás, ocorre nos diferentes setores da vida, visto que o jovem, para ingressar numa faculdade, tem de se esforçar bastante, direcionando para tal objetivo toda a sua energia e seu tempo.
Afinal, não custa lembrar que, segundo Kardec, o verdadeiro espírita se reconhece por sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar suas inclinações inferiores, o que implica dizer que os que se dizem espíritas não podem contentar-se com o estágio moral em que se encontram, porque enquanto estivermos por aqui ainda haverá tempo.




sábado, 15 de junho de 2013

Pérolas literárias (40)


Sinos

Alphonsus de Guimarães


Escuto ainda a voz dos campanários
Entre aromas de rosas e açucenas,
Vozes de sinos pelos santuários,
Enchendo as grandes vastidões serenas...

E seguindo outros seres solitários,
Retomo velhos quadros, velhas cenas,
Rezando as orações dos Septenários,
Dos Ofícios, dos Terços, das Novenas...

A morte que nos salva não nos priva
De ir ao pé de um sacrário abandonado,
Chorar, como inda faz a alma cativa!

Ó sinos dolorosos e plangentes,
Cantai, como cantáveis no passado,
Dizendo a mesma Fé que salva os crentes!


O poeta Alphonsus de Guimarães, mineiro de Ouro Preto, nasceu em 24 de julho de 1870 e desencarnou em 15 de julho de 1921. O soneto acima foi psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Podemos falar com o amigo que partiu para o Além?

O título acima foi suscitado por uma pergunta que uma leitora nos fez, a saber: Que é preciso para que um Espírito se comunique?
Segundo a doutrina espírita, para que um Espírito se comunique, é preciso, além da permissão de Deus ou de seus prepostos:
1° - que lhe convenha fazê-lo;
2° - que sua posição ou suas ocupações lho permitam;
3° - que encontre no médium um instrumento apropriado à sua natureza.
Em princípio, podemos comunicar-nos com os Espíritos de todas as categorias, com os nossos parentes e amigos, com os mais elevados e também com os mais vulgares; porém, independentemente das condições individuais de possibilidade, eles vêm mais ou menos de boa-vontade segundo as circunstâncias e, sobretudo, segundo a simpatia que tenham pelas pessoas que os chamam, e não pelo pedido do primeiro que tenha a fantasia de evocá-los por puro sentimento de curiosidade. É claro que se eles, quando na Terra, não se incomodariam com elas, depois da morte não o fazem também.
Os Espíritos sérios só comparecem às reuniões sérias, para onde os chamam com recolhimento e para assuntos também sérios. Não se prestam a responder a perguntas de curiosidade, ou de prova, ou com um fim fútil, nem também a experiência alguma.
Os Espíritos frívolos andam por toda a parte; contudo, nas reuniões sérias eles se calam e conservam-se afastados, para escutar, como fariam estudantes em uma assembleia de doutos.
Em face das explicações acima, fica fácil entender por que Chico Xavier disse, certa vez: “O telefone com o Além toca de lá para cá”, ou seja, os desencarnados nos buscam quando podem e quando existem fortes razões para isso.



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Pílulas gramaticais (55)


Frade e frei são vocábulos sinônimos, mas não podemos usá-los de qualquer modo, indiferentemente. Se depois do vocábulo vier um nome, usaremos frei. Isolado, usaremos frade.
Exemplos:
Frei Nereu morreu ontem; foi ele um frade admirável.
Frei Ambrósio chegou.
Frei Bento é, dentre os frades de São Paulo, o mais antigo.
Frei Boaventura insiste em negar a reencarnação, mas nem todos os frades pensam como ele.
Devemos essa obra aos frades de nossa cidade.

*


Menino prodígio, crianças prodígios – é assim que se escrevem tais palavras. Note que não há necessidade de hífen. Além disso, o vocábulo prodígio se flexiona normalmente, como se fosse um adjetivo.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Planeta azul


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR 

Aurora boreal. Até mesmo o nome é encantador.
Certo dia, ainda criança, alguém me mostrou uma foto da aurora boreal. Foi amor à primeira vista. As cores se entrelaçavam e se transformavam na maior corrente energética a qual havia visto até o momento.
Outra vez na escola, a professora nos apresentou as nuvens Mammatus; elas pareciam bolsas ou pingentes enormes pendurados no céu e ainda com uma teoria de que essas nuvens eram compostas de gelo ou água de hidrometeoros. Quanta novidade!
Como não se encantar com o nosso Planeta, ou seja, como não perceber tantos tesouros naturais? E a vida sempre nos surpreende.
A surpresa de um dia após o outro; a maravilha de poder se aprimorar a cada novo tempo; o fascínio de conhecer formas inusitadas jamais pensadas; rios cuja água parece tinta vermelha; árvores com formatos de cogumelos; arquipélagos desenhados minuciosamente e coloridos com a liberdade da imaginação.
Há ainda as pedras de muitos quilos que se movem por determinado deserto; há as flores espalhadas que não se pode querer inventar; há os animais e insetos que pisam a superfície, voam pelos ares, que se refugiam na terra, na água, em seu habitat.
É impossível descrever e enumerar o maravilhoso conjunto que forma o Planeta. E como o que mais nos agrada se deixa para o final, então, agora quero citar o tão fantástico habitante da Terra: o ser humano.
Ser capaz de entender, de fazer, de amar, de edificar, de amparar, de sobreviver, de alegrar, de aprender, de instruir... de viver.
Também é capaz de fazer todo o contrário, mas como de um filho se espera sempre o melhor, o Planeta também espera do seu “filho” a mais adequada conduta para a continuação de ambos.
Há sempre um novo meio de refazer a vida, de redecorá-la. Para isso é necessário compreender que a Terra, agora, é o nosso lar.

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