quarta-feira, 5 de junho de 2013

A criação se confirma por si

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Num bate-papo informal entre jovens, surge o assunto sobre Deus. Como sempre, há os que creem e os que não. Certos temas quando iniciados são um pouco inflamáveis e esse, em questão, era um deles.
A maioria defendia severamente a existência suprema; uma mínima parte precisava da ação de Tomé: “ver para crer”.
Nesse momento, ao ar livre, pois os jovens estavam sentados em círculo, à beira de um rio, feriado no dia, era impossível não perceberem a grandeza absoluta. E na hora mais febril da conversa, um beija-flor azul pairou no ar, no meio deles, e ficou ali alguns segundinhos mágicos.
A discussão foi perdendo força até silenciar e a observação tomou conta dos olhos joviais para o pequenino pássaro que, para permanecer imóvel no ar, batia suas asinhas até oitenta vezes por segundo.
– Magnífico! – foi a palavra lançada por uma das jovens.
Na ocasião, o céu estava entre o rosa e o laranja; o ar alimentava os pulmões; os olhos podiam ver a beleza esculpida da natureza; os peixes nadavam no rio; as belas flores estavam em toda parte naquele local; o arco-íris, no fundo, tornava-se vivo; o espetáculo da vida se fazia presente, pois é ininterrupto, é eterno.
Olharam-se e permaneceram quietos. Os que criam comprovaram mais uma vez; os seguidores de Tomé, com o suspiro suspenso, deixaram o brilho dos olhos dizer por eles.
A noite chegava para seu turno; as estrelas, ao longe, e com a lua perfeita, continuariam com o show da vida. Era anunciado um breve boa noite, e logo viria um lindo bom dia. A cada milésimo de tempo sem intervalo se evidencia a existência divina.

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