quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Pílulas gramaticais (62)

Um leitor, considerando que a palavra “fôrma” voltou a ser graficamente acentuada, pergunta-nos se está correto escrever “pão de fôrma”.
Segundo o novo Acordo Ortográfico vigente no Brasil, a palavra citada é acentuada, mas o uso do acento não é obrigatório.
Lembremos que, de acordo com as normas ortográficas anteriores, a palavra "forma" não tinha acento, independentemente de sua pronúncia, fosse fechada ou aberta. O acento, obrigatório até 1971, havia sido abolido. Mas atualmente a recomendação é para que o acento seja usado somente nos casos em que isso for indispensável à compreensão do texto.
Vejamos esta frase, que é típica na terminologia espírita: “O perispírito é a fôrma da forma”. 
A frase quer dizer que o perispírito é o molde, o modelo organizador do corpo material, ou seja, da forma. O uso do acento diferencial concorre, como se vê, para a perfeita compreensão da frase.
No dicionário Aurélio, em defesa do uso do acento diferencial, são mencionados o poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira, e estes versos de Martins Fontes:
"Pela penugem, primeiro,
E, depois, segundo a norma,
Pelo gosto, pelo cheiro,
Pela fôrma, ou pela forma,
Certas frutas europeias
Como o pêssego
– oh! prazer! –
Por vezes nos dão ideias
Que me acanho de dizer".
Observa o dicionário que seria difícil compreender o poema acima sem o uso do acento diferencial na palavra “fôrma”.
No tocante, porém, à consulta do leitor, o correto é escrever “pão de forma”, visto que não existe aí dúvida ou ambiguidade que exija o uso do acento diferencial.

*

Alguém nos pergunta qual é o significado da palavra “huguenote”.
Trata-se de uma designação depreciativa que os católicos franceses deram aos protestantes, especialmente aos calvinistas, e que estes adotaram. Por extensão, a palavra identifica quem é protestante.
A origem da palavra "huguenote" não é clara. Há quem diga que deriva de Besançon Hugues, líder da revolta em Genebra. Outros, como Bernard Cottret, afirmam que "huguenote" vem do termo francês "eidguenot", que significa “confederados”, nome que designava as cidades e cantões helvéticos partidários da Reforma.



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