quarta-feira, 16 de abril de 2014

O primeiro dever do espírita é servir


Realizamos ontem à noite no Centro Espírita Nosso Lar a penúltima etapa do estudo do livro O Tesouro dos Espíritas, de Miguel Vives y Vives, conforme tradução de J. Herculano Pires, publicada pela EDICEL.

Estas foram as questões propostas para o debate inicial:

1. Que cuidados deve a Casa Espírita tomar com relação ao envolvimento político?
2. Como encarar a participação do espírita na política?
3. Como os espíritas devem tratar a questão sexual?

Foi realizada em seguida a leitura do texto que serviu de base aos estudos da noite, verificando-se, a cada item lido, os comentários pertinentes:

175. Os espíritas devem ter o maior cuidado em evitar as infiltrações políticas nas sociedades espíritas, particularmente nos Centros Espíritas, que devem ser casas de oração e de paz, de amor e fraternidade. Os Centros que se deixam levar pela política estão preferindo César a Deus, desvirtuando as suas funções, desviando-se dos caminhos árduos do espírito e mergulhando no caminho largo e fácil das comodidades materiais. (P. 193)
176. Nem por isso, entretanto, o espírita deve abster-se dos seus deveres políticos. Pelo contrário, esses deveres devem ser cumpridos escrupulosamente. (P. 195)
177. O primeiro dever do espírita é servir. E para servir ele não precisa de cargos em partidos políticos ou na administração pública. Jesus não precisou da política romana ou da judaica para cumprir a mais bela e mais eficaz de todas as missões políticas já realizadas no mundo. Kardec não precisou da política francesa, para implantar na França e no mundo a política de amor do Espiritismo. (P. 196)
178. Em resumo: O espírita, desde que aceitou o Espiritismo, alistou-se na política do amor  universal, mas seu único partido é o do Reino de Deus e sua plataforma política é o Sermão da Montanha. Caso seja levado a cargos públicos, não deve jamais esquecer a sua qualidade de espírita e tudo fazer para que a luz que nele há não sejam trevas. Amor e caridade devem constituir suas armas políticas, mesmo que isso lhe custe a oposição dos próprios companheiros. (P. 198)
179. Os homens fizeram do sexo um motivo de escândalo, mas o espírita não pode encarar a questão sexual como assunto proibido. O sexo é a própria dialética da Criação e existe em todos os Reinos da Natureza. (P. 199)
180. O Cristianismo condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. Mas o Espiritismo reconsidera a questão, colocando-se num meio-termo entre os exageros pagãos e cristãos. O sexo é um grande campo de experiências para o Espírito em evolução e é através dele que a lei da reencarnação se processa na vida terrena. Como pois considerá-lo impuro e repelente? (P. 200)
181. A educação sexual deve ser encarada seriamente nos meios espíritas e não pode ser deixada à margem da pedagogia espírita. No âmbito da família, a atitude mais acertada é a de não se responder com mentiras doiradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Mas não se deve também responder de maneira crua. A regra mais certa é a resposta verdadeira, de maneira indireta. Por exemplo: se a criança perguntar: “Como a gente nasce?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os gatinhos”. Começando assim, os próprios pais vão descobrindo a técnica de vencer as dificuldades, sem embair os filhos com lendas e mentiras que criariam um ambiente de excitação perigosa. (PP. 202 e 203)
182. Na escola espírita, o problema deve ser colocado com o mesmo cuidado, pois a situação é ainda mais melindrosa, visto que as crianças pertencem a famílias diferentes. É perigosa a chamada “atitude científica”, geralmente seguida nos ginásios pelos professores de ciências. A frieza científica não leva em consideração as sutilezas psicológicas e, em verdade, a questão é mais de pedagogia do que de ciências. (P. 203)
183. O jovem espírita, embora esclarecido pela doutrina, não está menos sujeito a desequilíbrios sexuais, que podem ter duas fontes principais: os abusos e vícios do passado, cometidos em encarnações desregradas, e as influências de entidades perigosas, muitas vezes ligadas aos jovens pelo passado delituoso. É por isso que o problema só pode ser tratado de maneira elevada, com grande senso de responsabilidade, no que os médicos espíritas podem ajudar muito as Mocidades Espíritas. (P. 204)
184. Encarando o sexo sem malícia, como uma função natural e uma necessidade vital, o espírita ao mesmo tempo se corrige e modifica o ambiente em que vive, afastando do mesmo os Espíritos viciosos e maliciosos, que não mais encontram pasto para os seus abusos. (P. 205)
185. Nos casos dolorosos de inversão sexual, o espírita vê-se geralmente em dificuldade. O mais certo é apelar para os conhecimentos doutrinários e para o poder da prece, ajudando o irmão em desajuste a lutar corajosamente para a sua própria recuperação. Trabalhos mediúnicos bem orientados, preces, leituras e estudos, conversações instrutivas e passes espirituais, aplicados de maneira metódica, poderão ajudar muito o irmão que queira realmente reequilibrar-se. (P. 207)
186. Ninguém está condenado ao vício e ao desequilíbrio, a não ser pela sua própria vontade ou falta de vontade para reagir. Encaremos o sexo como uma manifestação do poder criador, tratando-o com o devido respeito, e mudaremos a nós mesmos, aos outros e à sociedade em que vivemos. (P. 208)

Na conclusão do estudo, foram lidas e comentadas as respostas dadas às perguntas propostas:

1. Que cuidados deve a Casa Espírita tomar com relação ao envolvimento político?
Os espíritas devem ter o maior cuidado em evitar as infiltrações políticas nas sociedades espíritas, particularmente nos Centros Espíritas, que devem ser casas de oração e de paz, de amor e fraternidade. Os Centros que se deixam levar pela política estão preferindo César a Deus, desvirtuando as suas funções, desviando-se dos caminhos árduos do espírito e mergulhando no caminho largo e fácil das comodidades materiais. (O Tesouro dos Espíritas, 2ª Parte, Marcha para o Futuro, p. 193.)

2. Como encarar a participação do espírita na política?
O primeiro dever do espírita é servir. E para servir ele não precisa de cargos em partidos políticos ou na administração pública. Jesus não precisou da política romana ou da judaica para cumprir a mais bela e mais eficaz de todas as missões políticas já realizadas no mundo. Kardec não precisou da política francesa, para implantar na França e no mundo a política de amor do Espiritismo. O espírita, desde que aceitou o Espiritismo, alistou-se na política do amor universal, mas seu único partido é o do Reino de Deus e sua plataforma política é o Sermão da Montanha. Caso seja levado a cargos públicos, não deve jamais esquecer a sua qualidade de espírita e tudo fazer para que a luz que nele há não sejam trevas. Amor e caridade devem constituir suas armas políticas, mesmo que isso lhe custe a oposição dos próprios companheiros. (Obra citada, pp. 196 a 198.)

3. Como os espíritas devem tratar a questão sexual?
Os homens fizeram do sexo um motivo de escândalo, mas o espírita não pode encarar a questão sexual como assunto proibido. O sexo é a própria dialética da Criação e existe em todos os Reinos da Natureza. O Cristianismo condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. Mas o Espiritismo reconsidera a questão, colocando-se num meio-termo entre os exageros pagãos e cristãos. O sexo é um grande campo de experiências para o Espírito em evolução e é através dele que a lei da reencarnação se processa na vida terrena. Como, pois, considerá-lo impuro e repelente? A educação sexual deve ser encarada seriamente nos meios espíritas e não pode ser deixada à margem da pedagogia espírita. No âmbito da família, a atitude mais acertada é a de não se responder com mentiras doiradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Mas não se deve também responder de maneira crua. A regra mais certa é a resposta verdadeira, de maneira indireta. Por exemplo: se a criança perguntar: “Como a gente nasce?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os gatinhos”. Começando assim, os próprios pais vão descobrindo a técnica de vencer as dificuldades, sem embair os filhos com lendas e mentiras que criariam um ambiente de excitação perigosa. (Obra citada, pp. 199 a 203.)



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