terça-feira, 5 de agosto de 2014

A sutil lembrança das existências


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Foi por ouvir as notas musicais lançadas pelo piano de cauda, que minha lembrança reagiu com a emoção tão profunda, sentida. Quanta saudade da minha casa cujo um dia lá também foi, dos momentos das existências que lá vivi e tão marcantes me foram.
Recordo-me dos pequenos paralelepípedos das ruas antigas da Europa que amo, do tempo que caminhava até a escola e, assim, sucessivamente, com os outros dias. Parece que vejo à minha frente toda a construção mais antiga e sinto a atmosfera com vento mais friozinho, no entanto, aquecendo minha alma com alegria. Sei que já fui cidadã dos seus vários países, dos mais frios com neve constante até os que respeitam disciplinadamente as estações.
Vejo, de olhos fechados, as estradas rurais com as plantações organizadas em carreiras tão bem distribuídas, os parreirais de uva, a energia dos girassóis e os campos de tulipas. Avisto os castelos antigos que se tornaram monumentos de visitação e continuaram, todos, com o encanto o qual foram criados.
Ah, mas o que mais me deixa curiosa e surpresa é a saudade tão profunda que sinto dos costumes; do aroma; da história vivida; da comida nutritiva e natural, sem nenhum conservante; dos animais que via nos prados verdes normalmente molhados pela chuva; quanta saudade da vida que um dia vivi nos campos europeus.
Entretanto, junto do ar tão bucólico, as cidades também foram, na verdade, o maior tempo de cenário, pois me formei em universidades bastante conceituadas em termos literários e linguísticos.
Desenvolvi projetos observados com muita sobriedade para o progresso da aprendizagem de idiomas latinos. E como amava todo o processo educacional, tanto o que recebia e também o que pouco já podia ministrar.
Pois é, quanta saudade meu espírito sente da Europa dos meus sonhos, por tantas vezes ter vivido em seu solo e adquirido um pouquinho mais de experiência; sim, quanta saudade. Sei que em uma vez mais e outras muitas voltarei para o seu ar, para o seu ambiente tão característico. No entanto, valorizo muito esta oportunidade de estar na América do Sul, país onde se denominou a Pátria do Evangelho, apenas sinto a saudade do que me tão intenso e importante foi, as minhas muitas existências das terras antigas do Continente Europeu.
E aqui, neste país de tanta emoção, a cada amanhecer, inicio novo aprendizado com os meus próximos irmãos, os quais tanto necessito da sua presença. Todos se encontram onde mais precisam, embora, em muitos casos, não seja onde desejariam.
Portanto, estou onde devo estar, mas plenamente feliz por mais esta oportunidade e por tantas mais existidas na Europa dos meus dias, na minha terra de palavras também latinas e inglesas, da cultura antiga que compartilha ainda na atualidade do tempo.
Onde nos encontramos é onde mais podemos caminhar, crescer e fazer ações em prol do bem coletivo e do progresso do mundo. E oxalá que as lembranças sejam sempre de bons sentimentos e de proveitosas, quando, assim, permitidas, recordações. Então, que a estrada da vida e o presente dos dias sejam à luz do esclarecimento e do amor.

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