sábado, 28 de março de 2015

Escândalos político-econômicos...



JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF  

— Mino Carta, estou contigo: a corrupção no Brasil existe desde seu “descobrimento”, ou seja, 515 anos. E de quem é a culpa? Minha? Tua? De Dom Manuel, o venturoso? Negativo, respondo-te. É dos nativos desta terra de Santa Cruz, também confundida, por sua mandatária, com a “Ilha de Santa Cuba” ...
— Discordo de ti, meu caro Machado. A culpa é das elites (ver site CartaCapital, 2/3/2015).  “A par de suas grifes, ignorância, parvoíce, vocação de trapaça, incapacidade crônica para a ironia [...]”
— Pode parar! Tudo, menos ironia...
— A nossa conversa é coisa séria, Machado. “A culpa é das estrelas” ...
— Talvez por isso, Mino, há mais de dois mil anos, um carpinteiro humilde e desprezado pelo governo israelense tenha dito estas palavras: “— Graças te dou, Pai, por não teres revelado estas coisas aos doutos, mas aos simples e pequenos” (Mateus, 11:25). Os escândalos político-econômicos atuais, do Brasil, estão levando nosso país à falência não somente material como também moral.
Molto fumo e poco arrosto.[1] Para recuperar o crescimento, o Brasil tem que investir em infraestrutura: construção de portos, aeroportos, hidrelétricas...
— E já não investe? Segundo o site Spotniks (acesso em 17 mar. 2015), o BNDES financiou, de 2009 a 2014, mais de 3.000 empresas. Veja só isto:
1)     Porto de Mariel (em Cuba): US$ 682 milhões;
2)     Hidroelétrica de San Francisco (no Equador): US$ 243 milhões;
3)     Hidroelétrica Mandariacu (no Equador): US$ 90 milhões;
4)     Hidroelétrica de Chaglla (Peru): US$ 320 milhões;
5)     Aeroporto de Nacala (Moçambique): US$ 125 milhões...
E isso é só uma pequena amostra do que vem por aí. Há pouco, ouvi na TV que funcionários da Caixa Econômica Federal superfaturaram em até mil por cento o preço de imóveis...
— Creio que estejas procurando chifres em cabeça de cavalo, meu caro Assis...
— Aguarda um pouco e ouve um velho tema em homenagem à economia brasileira.
— O quê?... Não vás dizer que vais declamar o soneto de Vicente de Carvalho...
— Não, Mino, o tema é de uma composição musical que, cantada na época do governo militar, nunca perde sua atualidade...
— Só gosto de música internacional...
— Certo, Carta, mas esta faz menção à cidade de um grande país, sempre imitado por nós, mas que, atualmente, morre de rir dos sucessivos e intermináveis escândalos políticos e econômicos da terra dos arawetés, bororos, guaranis, pataxós, tupinambás, yanomamis, etc., etc. etc.
— Adeus, Machado, continuas muito falador... Fatti i cazzi tua, ca campi cent’anni.[2]
— Vai com Deus, amigo, mas não vás embora sem antes ouvir a música que te recomendei. Quem sabe te não possas agradar ouvi-la, dançar e até cantá-la?











[1] Molto fumo e poco arrosto. Expressão italiana que significa “Muita fumaça, mas pouco fogo”.
[2] Fatti i cazzi tua, ca campi cent’anni. Em italiano: “Cuida da tua própria vida e viverás cem anos”.

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