quinta-feira, 9 de abril de 2015

A mistificação na prática mediúnica, diz Kardec, é fácil de evitar


Um leitor pergunta-nos como devemos proceder para que evitemos a ocorrência da mistificação na prática mediúnica. Segundo Allan Kardec, a mistificação é fácil de evitar. Basta, para isso, diz ele, não exigir do Espiritismo senão o que ele pode e deve dar, que é a melhoria moral da Humanidade. "Se vocês não se afastarem daí, não serão jamais enganados", advertiu o Espírito de Verdade, que no mesmo passo esclareceu: "Os Espíritos vêm instruí-los e guiá-los no caminho do bem e não no caminho das honras e da fortuna, ou para servirem suas mesquinhas paixões. Se não lhes pedissem jamais nada de fútil ou fora de suas atribuições, não dariam oportunidade alguma aos Espíritos enganadores; donde vocês devem concluir que quem é mistificado tem apenas o que merece." (O Livro dos Médiuns, cap. XXVII, item 303, 1ª pergunta.)
Na obra mencionada, o Espírito de Verdade ensina também que "Deus permite as mistificações para provar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que fazem do Espiritismo um objeto de divertimento". (L.M., cap. XXVII, item 303, 2ª pergunta.)
A mistificação experimentada por um médium, explica Emmanuel, traz sempre uma finalidade útil, que é a de afastá-lo do amor-próprio, da preguiça no estudo de suas necessidades próprias, da vaidade pessoal ou dos excessos de confiança em si mesmo, razão pela qual não ocorre à revelia dos seus mentores mais elevados, que, somente assim, o conduzem à vigilância precisa e às realizações da humildade e da prudência no seu mundo subjetivo. (O Consolador, questão no 401.)
Comentando o assunto, Kardec diz que um dos meios mais frequentes que os Espíritos usam, para lograr-nos, é estimular a nossa cupidez e o nosso interesse por fortunas ou facilidades materiais. É preciso, também, ficar alertas quanto às predições de data certa e evitar qualquer providência prescrita ou sugerida pelos Espíritos quando o objetivo não for evidentemente racional. Outro ponto relevante é não nos deixarmos deslumbrar pelos nomes que os Espíritos tomam para darem uma aparência de verdade a suas palavras e desconfiemos "de teorias e sistemas científicos arriscados" e “de tudo o que se afastar do objetivo moral das manifestações". (O Livro dos Médiuns, cap. XXVII, “Observação” de Kardec  posta depois da 2ª pergunta do item 303.)
A mistificação, como se sabe, pressupõe mentira, engodo, trapaça, e pode ocorrer com o conhecimento dos mentores espirituais, como se deu na própria Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, quando um Espírito enganador usou o nome de São Luís, dirigente espiritual da Sociedade, estando este presente.
Nada, absolutamente nada, ocorre por acaso. Quem se dedica à mediunidade deve, pois, manter-se vigilante e não ignorar jamais a advertência de Erasto contida no cap. XX, item 230, d´O Livro dos Médiuns: “Melhor será repelir dez verdades do que admitir uma única mentira, uma só teoria falsa”. “As falsas comunicações, que de tempos a tempos ele recebe – afirma Divaldo Franco –, são avisos para que não se considere infalível e não se ensoberbeça.” (Moldando o Terceiro Milênio, de Fernando Worm, cap. 7, pág. 62.)
Além das advertências e recomendações aqui referidas, Allan Kardec fornece-nos seguras orientações a respeito do tema no cap. XXIV, item 268, d' O Livro dos Médiuns, em que os interessados poderão colher informações importantes que os ajudarão a prevenir o fato a que nos reportamos.
Sobre o assunto sugerimos ao leitor que leia também o artigo “O que é mistificação e como proceder para evitá-la”, publicado na edição 240 da revista O Consolador. Eis o link que remete ao artigo: http://www.oconsolador.com.br/ano5/240/especial.html



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