sábado, 30 de maio de 2015

De Porto Seguro para o Brasil



JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Nem imaginam vocês onde estamos. Isso mesmo, estamos em terras baianas. O caramujo saiu de sua concha e acompanha seu fiel "escudeiro" nas andanças que ele faz pela rota do descobrimento do Brasil. Desse modo, mudando meus hábitos de cidadão carioca avesso a viagens, vim parar em Porto Seguro, na Bahia.
Foi exatamente aqui que Cabral aportou com suas treze caravelas após se desviar da rota marítima que o levaria às Índias para comercializar finas especiarias.
Viu a distância um monte e, por estarem na semana da Páscoa, chamou-o de Pascoal. Era o dia 22 de abril de 1500.
Ao chegarem a estas terras de Porto Seguro, avistou dezenas de homens e mulheres nus e pediu ao poliglota Gaspar Gama para conversar com eles e traduzir-lhes a fala. O tradutor aproveitou para pegar umas receitas culinárias com as belas índias, assim chamadas em homenagem à nação parceira comercial dos portugueses. Descobriu-se, então, o gosto refinado dos nativos locais que, além do vatapá, faziam um delicioso caruru.
Uma cozinheira local também colheu na horta um feijão especial, o fradinho, moeu-o, fez uma pasta com ele, pegou uns quiabos e camarões, acrescentou-lhes dendê, pimenta e fez o primeiro acarajé de que se tem notícia no mundo, salvo engano da lenda.
Como os portugueses eram muito católicos, no dia 26 de abril, Cabral pediu a Frei Henrique de Coimbra que celebrasse a primeira missa, em Santa Cruz Cabrália, de Porto Seguro.
Alguns dias depois, em 1º de maio de 1500, o comandante pediu novamente a Frei Henrique de Coimbra que rezasse nova missa, diante do brasão real que inaugurava sua chegada e a posse da nova terra pelos lusitanos.
Em seguida, o comandante partiu para as Índias, onde comercializaria cravo, mostarda, pimenta do reino, etc. Não sem antes encaminhar Gaspar Lemos com a carta de Pero
Vaz de Caminha a Dom Manuel sobre o achado feliz.
O nome das terras descobertas passou por diversos enganos. Inicialmente, pensou-se estar numa ilha. Daí chamou-a Cabral de Ilha de Vera Cruz.
Em seguida, percebeu-se que daqui se estenderiam  os espaços por terras imensas. Então o comandante optou por Terra de Santa Cruz, pois afinal de contas ele era um homem muito piedoso.
Após algumas décadas em que uma graciosa árvore produtora da madeira chamada pau brasil se tornou fonte de ricos comércios entre Portugal e o resto do mundo, chegou-se ao nome atual de Brasil. Afinal, aquele era um "negócio da China" que muitas riquezas proporcionara a Portugal até a devastação dessa árvore na nova colônia.
Com o passar dos séculos, outros produtos agrícolas foram sendo produzidos aqui e comercializados, no mundo, com grandes lucros para a metrópole portuguesa: açúcar, café, petróleo...
- Petróleo? Como assim, Machado? o "ouro negro" só se tornou fonte de grande riqueza, em nosso país, nas últimas décadas do século XX, quando já somos uma nação independente...
- É verdade, amigo, mas foi tanto dinheiro desviado para o exterior, que agora nossa presidenta fez um acordo com a China e esta, só para começar, vai injetar 10 bilhões de dólares em nossa economia.
Além disso, bancos suíços envergonhados, estão mandando de volta centenas de milhões de dólares desviados de nossa economia e depositados lá. A intenção é repatriar o que nos tem sido roubado e transferir para a Ásia o sangue das nossas entranhas, também chamado pré-sal.
Depois disso, quem sabe o nome Brasil não fique obsoleto e resolvam renomear o país, de uma vez por todas, para... "Porto Seguro"? 
- Acho que não... Já existe o Porto Rico, e seu povo pode se sentir ofendido com a concorrência... Afinal, já basta o fracasso do nome "pátria educadora".
- É verdade, esquecemo-nos de que a Bahia é um dos estados líderes no ranking do analfabetismo brasileiro.



Como consultar as matérias deste blog?
Se você não conhece ainda a estrutura deste blog, clique neste link: http://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.



Nenhum comentário:

Postar um comentário