sexta-feira, 1 de maio de 2015

Pérolas literárias (96)


Aos descrentes

Olavo Bilac


Vós, que seguis a turba desvairada,
As hostes dos descrentes e dos loucos,
Que de olhos cegos e de ouvidos moucos
Estão longe da senda iluminada,

Retrocedei dos vossos mundos ocos,
Começai outra vida em nova estrada,
Sem a ideia falaz do grande Nada,
Que entorpece, envenena e mata aos poucos.

Ó ateus como eu fui — na sombra imensa
Erguei de novo o eterno altar da crença,
Da fé viva, sem cárcere mesquinho!

Banhai-vos na divina claridade
Que promana das luzes da Verdade,
Sol eterno na glória do caminho!



Olavo Bilac, natural do Rio de Janeiro, nasceu em 16 de dezembro de 1865 e faleceu em 1918. Considerado, ao seu tempo, o Príncipe dos Poetas Brasileiros, foi sócio fundador da Academia Brasileira de Letras. O soneto acima, psicografado pelo médium Chico Xavier, integra o livro Parnaso de Além-Túmulo.




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