segunda-feira, 13 de julho de 2015

O retorno de Arthur Bernardes à pátria espiritual



Quase 48 horas depois de ser levado a um coma induzido, após uma cirurgia a que se submeteu na sexta-feira, faleceu ontem à noite em Juiz de Fora nosso querido irmão Arthur Bernardes de Oliveira.
Nascido em julho de 1931, ele faria dentro de poucos dias 84 anos.
Arthur foi o terceiro filho que Anita Borela e Astolfo Olegário tiveram em sua derradeira existência. Antes dele, nasceram Lila e Amaury; depois dele, Edna, Marly, Ayres, Anita, Eunice, Icléa, este que registra estas notas e Ali.
O leitor há de compreender como nos é difícil escrever sobre a desencarnação de uma pessoa tão querida... É como tentar enumerar os amigos que nos ajudaram na caminhada e correr o risco de esquecer um nome.
Além de irmão muito próximo, Arthur foi também nosso professor, tanto na Casa Espírita como no colégio em que cursamos o ginasial e o ensino secundário, como eram chamados na época os ensinos fundamental e médio.
Foi dele que adquirimos o gosto pela Língua Portuguesa, da qual foi um excepcional professor. E dele também foi que recebemos, como presente de aniversário, aos 16 anos, um exemplar do “Nosso Lar”, conhecido livro de autoria de André Luiz, psicografado por Chico Xavier. Foi esse o primeiro livro espírita que ganhei e li.
Vencida a fase em que ambos residimos em Astolfo Dutra (MG), fomos colegas em um mesmo concurso que nos levou a ingressar na Secretaria da Receita Federal, na qual seguimos caminhos bem parecidos. Na mesma ocasião em que ele foi Delegado da Receita Federal em Juiz de Fora, exercemos também função idêntica em Curitiba. Pouco tempo depois, Ayres e Amaury exerceram a mesma função em Goiânia e Curitiba, respectivamente.
Quando nos reuníamos, o que ocorria com certa frequência nas festas de família e nas Semanas Espíritas de Astolfo Dutra, assunto era que não faltava. Espiritismo, problemas de família, Receita Federal, futebol, música, eis temas que nos interessavam a todos, o que indica que os dias eram muito curtos quando estávamos reunidos – e nem falamos dos jogos de cartas, em que a miquilina era a preferência geral. (Para o leitor poder entender que jogo é esse, clique em https://pt.wikipedia.org/wiki/Copas_(jogo_de_cartas) e verá que há para ele diversas variações.)
Os anos rolaram e, em 2007, Arthur fez-se também presente quando, ao fundarmos a revista O Consolador, ele se engajou com todo o entusiasmo no projeto da revista como um dos articulistas e membro ativo do Conselho Editorial.
De sua participação na revista resultou um livro importante – “Reflexões à luz do Consolador” (capa ao lado), que publicamos pela EVOC no dia 27 de março deste ano. Do prefácio que ele escreveu extraímos este trecho: 

“O que se vai ler a seguir são lembranças que deixei fixadas para, quando eu não mais estiver aqui, meus filhos, netos e amigos possam recordar o pai, o avô, o amigo, viajando com ele pelos caminhos que ele percorreu, colhendo amigos e testemunhando fatos que não podem ficar esquecidos das pessoas.
Há nestas páginas lembranças e saudade de pessoas com quem aprendi muita coisa e fatos de importância no estudo da fenomenologia mediúnica.
Não foram escritas com o objetivo de se transformarem, um dia, em livro.
Foram apenas minha modesta colaboração à revista eletrônica O Consolador, de cuja fundação tivemos a ventura de participar e que hoje está presente em todos os continentes do planeta, atendendo à ânsia de aprender dos brasileiros que buscaram trabalho lá fora, mas que continuam com o coração cada vez mais vinculado à sua pátria.
Ficarei muito agradecido a Deus e à vida se essas páginas puderem levar um pouco de entretenimento a quem se dispuser a lê-las.”

Enviamos daqui a nossa saudação e o nosso abraço aos filhos, às noras, aos netos e às netas do Arthur e, de modo especial, à Elizabeth, a querida companheira a quem ele dedicou um livro inesquecível – “Uma estrela em forma de flor” (capa ao lado) –, que tivemos a grata satisfação de publicar, livro esse que nos permitirá relembrar, sempre que desejarmos, peripécias importantes da vida de uma criatura excepcional.
Como sempre temos dito e escrito, ninguém morre. O que morre é o corpo físico, não a alma, pois que essa, por ser imortal, viverá para sempre.
Arthur Bernardes apenas mudou de endereço e – podem todos ter certeza – está reunido novamente com pessoas que ele ama e que igualmente o amam muito, como todos nós o amamos.
Que o leitor nos perdoe, mas não conseguimos por ora escrever mais nada, exceto deixar aqui, como lembrança, um vídeo de parte da última palestra que Arthur proferiu  no dia 15 de outubro de 2014 no Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora, na qual ele tece valiosas considerações acerca do que é a vida e qual é o nosso compromisso perante ela. Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=-3u9iKka0K0


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