domingo, 27 de setembro de 2015

No mundo, ninguém é proprietário de nada; somos meros usufrutuários


Os casos de corrupção que a cada dia vêm à tona, envolvendo políticos e até mesmo ex-religiosos que optaram por servir a Mamon, evidenciam como ingênuos e despreparados são certos indivíduos a quem, em data recente, confiamos o nosso voto, certos de que elegíamos pessoas sérias e idealistas que supúnhamos haver ingressado na política para servir ao povo, e não servir-se.
Consideramo-los ingênuos, não porque foram imprudentes e deixaram pelo caminho marcas e sinais dos seus atos inconfessáveis. Mas, sim, porque se esqueceram de que todos os patrimônios da vida pertencem a Deus e, por isso, tenham sido adquiridos lícita ou ilicitamente, haverão um dia de ser restituídos.
Uns, evidentemente, os restituirão com a consciência tranquila e em paz. Quanto aos outros... é melhor nem pensar!
Uma das grandes contribuições de André Luiz para os que leem seus livros foi haver exemplificado o que ocorre com aqueles que, tendo vindo à crosta planetária com determinada tarefa, fracassaram nos seus propósitos.
Na obra Os Mensageiros, publicada pela FEB em 1944, André Luiz apresenta-nos inúmeros casos assim. Vicente, Otávio, Acelino, Mariana, Ernestina, Joel, Belarmino, Monteiro,  Alfredo – eis personalidades que, movidas pelo remorso, relataram, em todas as suas minúcias, o malogro em que se transformaram suas derradeiras existências.
Em todas elas, uma causa praticamente comum aparece de forma nítida, como o instrutor Tobias, da colônia “Nosso Lar”, explicou a André Luiz, ao conduzi-lo até o Centro de Mensageiros, no Ministério da Comunicação da mencionada colônia.
André ficara deslumbrado com a série de majestosos edifícios que compunham a sede da instituição. Parecia-lhe que encontrava ali algumas universidades reunidas, tal a enorme extensão deles. Pátios amplos, arvoredos, jardins... O Centro era, de fato, muito vasto e ali situavam-se apenas a administração central e alguns pavilhões destinados ao ensino e à preparação em geral.
A finalidade do Centro de Mensageiros é o preparo de pessoas, para que se transformem em cartas vivas de socorro e auxílio aos que sofrem no Umbral, na Crosta e nas Trevas.
Ali se preparam numerosos companheiros para a difusão de esperanças e consolos, instruções e avisos, nos diversos setores da evolução planetária.
Organizam-se turmas compactas de aprendizes para a reencarnação.
Médiuns e doutrinadores dali saem às centenas, anualmente.
Tarefeiros do conforto espiritual encaminham-se para os círculos carnais, em quantidade considerável, habilitados pelo Centro de Mensageiros.
São muito raros, porém, os que triunfam. Alguns conseguem execução parcial da tarefa, outros fracassam de todo.
Eis a explicação dada por Tobias:

“Raros triunfam, porque quase todos estamos ainda ligados a extenso pretérito de erros criminosos, que nos deformaram a personalidade. Em cada novo ciclo de empreendimentos carnais, acreditamos muito mais em nossas tendências inferiores do passado, que nas possibilidades divinas do presente, complicando sempre o futuro. É desse modo que prosseguimos, por lá, agarrados ao mal e esquecidos do bem, chegando, por vezes, ao disparate de interpretar dificuldades como punições, quando todo obstáculo traduz oportunidade verdadeiramente preciosa aos que já tenham "olhos de ver". (Os Mensageiros, cap. 3, pág. 24.)

Aprendemos no Espiritismo que na esfera carnal o maior interesse da alma deve ser a realização de algo útil para o bem de todos, com vistas ao Infinito e à Eternidade.
Nesse propósito, é indispensável contar com o assédio de todos os elementos contrários. Ironias, ataques, sugestões inferiores surgirão, com certeza, no caminho de todo trabalhador fiel. Essas são, pois, circunstâncias lógicas e fatais do serviço, porque ninguém vem ao mundo físico para descanso injustificável, mas para lutar por sua própria melhoria, a despeito de todo impedimento fortuito.
Apropriar-se dos recursos que a comunidade entrega aos administradores públicos é algo que não se concebe e que muitos sofrimentos acarretará a todos que, crendo-se imunes aos tentáculos da lei humana, não fugirão ao julgamento do tribunal da própria consciência, como André Luiz nos mostrou na obra a que nos reportamos.


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