domingo, 27 de dezembro de 2015

É preciso humildade para aguardar e compreender as respostas de Deus


Quando ditas de coração, são boas as preces de todos os cultos. Este é um pensamento conhecido no meio espírita, mas ainda assim existem pessoas que contestam a eficácia da oração, com fundamento na tese de que, conhecendo o Criador as nossas necessidades, seria desnecessário e inútil expô-las ao nosso Pai ou a algum dos seus prepostos.
Esse argumento não passa de um sofisma, utilizado talvez inconscientemente por aqueles que não têm o hábito de orar, e é, ademais, fruto de um pensamento incorreto, porque, independentemente de Deus conhecer ou não as nossas necessidades, a oração proporciona por si só a quem ora um bem-estar muito grande, visto que aproxima a criatura do Criador e, filha primogênita da fé, nos encaminha para a senda que conduz a Deus. Como escreveu certa vez Joanna de Ângelis, a prece fervorosa coloca a pessoa que ora em comunhão com as fontes superiores que regem a vida e com isso, tão somente por isso, ela se vitaliza.
Como ninguém ignora, não existe uma fórmula especial para que alguém ore. Quando partem do coração e não apenas dos lábios, as preces são sempre importantes e úteis, mas, independentemente da fórmula utilizada, o principal é que sejam claras, simples, concisas. 
Uma prece pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação.
Se dirigidas a Deus, são elas ouvidas pelos Espíritos incumbidos pelo Criador de executar sua vontade. Eis por que, valendo-se da prece, o homem obtém o concurso dos bons Espíritos, que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Aquele que ora com fervor adquire, desse modo, a força moral necessária para vencer as dificuldades e retornar ao caminho reto, se deste se afastou, podendo também, por esse meio, desviar de si os males que atrairia com novas faltas.
Jesus disse certa vez que tudo o que pedirmos com fé, em oração, nós o receberemos. Seria ilógico, porém, deduzir dessas palavras que basta pedir para obter, do mesmo modo que é enorme injustiça acusar a Providência se esta não atende a toda súplica que lhe fazemos.
Cabe-nos ter sempre em mente que o Criador sabe, melhor do que nós, o que realmente nos convém nessa ou naquela circunstância, porque ninguém ignora que um pai criterioso também recusa ao filho o que seja contrário aos interesses do seu tutelado.
Não podemos também esquecer, em todos os momentos e circunstâncias da vida, é o exercício da prece do trabalho e da dedicação, no santuário das lutas purificadoras, porque Jesus abençoará sempre as realizações decorrentes do esforço sincero. 
O lar que reúne criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais, mas, para tanto, não pode a prece ser um movimento mecânico de lábios, ou um disco de fácil repetição no aparelho da mente. Ela é, e deve ser sempre, vibração, energia, poder. 
A pessoa que ora, mobilizando as próprias forças, realiza um trabalho de grande significação e põe-se em contato, como acima foi dito, com as fontes superiores da vida. Os raios divinos expedidos pela prece santificadora convertem-se em fatores adiantados de cooperação eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e na iluminação da consciência. Toda prece elevada é, pois, manancial de magnetismo criador e vivificante e, por isso, a criatura que cultiva a oração com o devido equilíbrio transforma-se gradativamente em foco irradiante de energias da Divindade. 
Aprendamos, assim, a orar e igualmente a entender as respostas do Alto às nossas súplicas. Se vamos relacionar na oração ao Senhor os nossos obstáculos, suplicando as providências que nos sejam necessárias à paz e à execução dos encargos que a vida nos delegou, peçamos também ao Pai nos ilumine o entendimento para que saibamos receber dignamente suas decisões.
Entre a solicitação que parte da Terra e a resposta que vem do Alto, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado. Confiemos em Deus e roguemos o seu amparo, mas – se quisermos receber a bênção divina – procuremos esvaziar o coração de tudo o que discorde das nossas petições, para ofertar à bênção divina um clima de aceitação, base e lugar. 
Em verdade, todos podemos endereçar a Deus, em qualquer lugar e em qualquer tempo, as mais variadas preces; contudo, precisamos cultivar paciência e humildade para esperar, aguardar e compreender as respostas de Deus.



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