domingo, 22 de janeiro de 2017

Reflexões à luz do Espiritismo


Fazer o bem é importante?

Discutia-se entre alguns amigos qual teria sido a contribuição de natureza doutrinária mais significativa que nos foi trazida pelo Espiritismo.
Todos mencionaram, obviamente, os princípios fundamentais da doutrina espírita – a existência de Deus, a imortalidade da alma, a pluralidade das existências, a lei de causa e efeito e o intercâmbio entre os homens e os Espíritos –, aos quais já nos referimos neste mesmo espaço.
Um dos amigos, porém, pôs sobre a mesa uma questão pouco discutida no meio espírita, mas de enorme importância para o futuro de todos nós. Referimo-nos à questão 642 d´O Livro dos Espíritos, em que Allan Kardec formulou aos Espíritos a seguinte pergunta:
Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?
Antes de ver a resposta dada pelos imortais, é importante lembrar que o tema “o bem e o mal” já havia sido objeto de outra pergunta apresentada pelo codificador do Espiritismo:
– Como se pode distinguir o bem do mal?
Eis a resposta que lhe deram os instrutores espirituais:
“O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la.” (O Livro dos Espíritos, questão 630.)
A resposta obtida por Kardec suscitou duas outras questões, publicadas na mesma obra, que importa relembrar:
– O homem tem meios de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal?
“Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro.” (O Livro dos Espíritos, questão 631.)
– Estando sujeito ao erro, não pode o homem enganar-se na apreciação do bem e do mal e crer que pratica o bem quando em realidade pratica o mal?
“Jesus disse: vede o que queríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis.” (L.E., 632.)
Jesus referiu-se ao tema que ora examinamos na parte final do discurso anotado por Mateus e que passou à história do Cristianismo com o nome de Sermão da Montanha. Suas advertências foram na ocasião bastante claras e facilmente inteligíveis:
“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus! (Mateus, 7:21-23.)
Notemos todos que a frase dita por Jesus diz respeito a fazer a vontade de nosso Pai, e não apenas ensiná-la, professá-la ou nela crer.
Pois bem. A resposta dada pelos instrutores espirituais à pergunta 642 d´O Livro dos Espíritos, que mencionamos inicialmente, não poderia ser diferente da que Kardec obteve e publicou:
– Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?
“Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.” (O Livro dos Espíritos, questão 642.)
E os instrutores acrescentaram:
“Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.” (L.E., questão 643.) (Negritamos)
A lição que colhemos nas palavras acima é por demais óbvia: fazer o bem é importante e essencial à vida... e não há quem não possa fazê-lo.




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