sexta-feira, 24 de março de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas




Por que creio na imortalidade da alma

Sir Oliver Lodge

Parte 8

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Por que creio na imortalidade da alma, de autoria de Sir Oliver Lodge, de acordo com a tradução feita por Francisco Klörs Werneck, publicada pela Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1989.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Que é que Lodge fala sobre o conteúdo das comunicações dos Espíritos?
B. Como Lodge considerava as palestras mantidas com os Espíritos?
C. Por que para algumas pessoas é difícil acreditar nas comunicações mediúnicas?

Texto para leitura

92. Como exemplo de comunicações com os mortos, Oliver Lodge relata diversos trechos de palestras realizadas com seu filho Raymond, então desencarnado, a respeito do Além e das condições da vida post mortem. (PP. 65 e 66)
93. Lodge mostra, com esse relato, que as palestras com o Além não se limitam aos afazeres domésticos e a outras ninharias, mas, com frequência, tratam de assuntos mais elevados e mais generosos. (PP. 66 e 67)
94. Os diálogos transcritos datam de 16 de setembro de 1927. A médium é a senhora Gladys Osborne Leonard e o comunicante é Feda, uma índia americana que desencarnou mocinha. Feda é, no caso, uma mera intermediária de outros Espíritos, como Myers e Raymond, e transmite o que eles lhe dizem. (P. 67)
95. Eis algumas informações contidas nesses diálogos: I) Aos Espíritos protetores é permitido auxiliar-nos por todos os meios que não afetam o nosso livre-arbítrio. II) Os protetores espirituais não têm permissão para hipnotizar-nos e fazer-nos mudar de intenção, mas podem sugerir-nos algumas coisas e recordar certas condições, esperando que mudemos de resolução por nós mesmos. III) A evolução do Espírito é toda a razão de ser da vida. IV) O livre-arbítrio é o fator que permite ao homem escolher entre o bom e o mau: os Espíritos não podem escolher em nosso lugar. V) Os protetores espirituais podem conduzir-nos ao bom caminho, sem nos forçar, e, se escolhemos tal caminho, lhes é permitido ajudar-nos por todos os meios possíveis. VI) Pode-se modelar o corpo etérico de uma coisa – um piano, um relógio, uma mesa – amando-a e gostando de sua companhia. Assim se lhes imprime uma espécie de vida etérica, se lhes dá o molde mental ou a forma etérica dela. (PP. 68 a 70)
96. A modelagem do corpo etérico de um objeto é, segundo Raymond, algo semelhante a uma materialização às avessas. Depois de dizer isto, Raymond informou que ele e os Espíritos não veem as coisas materiais. “Quando dizemos que fazeis tal ou qual coisa é porque os vossos pensamentos nos orientam.” (P. 70)
97. Cauteloso, Oliver Lodge adverte, ao fim desses diálogos: “Não preciso dizer que considero essas palestras como um debate entre amigos e em que ninguém é infalível, embora alguns estejam mais bem informados do que outros. Não se deve considerá-las como oráculos, porém bastas vezes são sugestivas. Toda tendência para muita fé em informação obtida de outro modo que não pelos nossos próprios esforços deve ser desaprovada”. “Isso pode ser demonstrado por exemplos da Antiguidade.” (P. 72)
98. Examinada, em seguida, a questão dos oráculos e sua validade, Lodge menciona a notável experiência de Creso, rei de uma grande parte da Ásia Menor, a qual comprova o valor dos oráculos quando consultados seriamente. Seis mensageiros foram enviados por Creso a seis oráculos diferentes, os mais famosos de seu tempo, desde a Grécia do Norte até à longínqua Líbia. No centésimo dia de sua partida, eles deveriam perguntar aos oráculos o que Creso fazia em tal momento, trazendo por escrito sua resposta. (P. 73)
99. Heródoto diz ter tomado ciência apenas da resposta dada por uma pitonisa de Delfos, que satisfez plenamente o rei Creso, porque era, entre todas, a mais clara. O rei Creso, que só decidiu o que fazer no último momento, quando chegou o dia pretendido, cortou em pedaços uma tartaruga e um carneiro e os fez cozinhar juntos em um caldeirão de bronze, fato que a pitonisa de Delfos descrevera em versos hexamétricos que se tornaram famosos. (PP. 73 e 74)
100. O resto da história, todo mundo sabe, não foi tão feliz, porque Creso, fiando-se imprudentemente no oráculo, enviou uma segunda pergunta a propósito de sua projetada invasão da Pérsia. A resposta recebida dava lugar a dupla interpretação e ele agiu segundo a pior, com resultados desastrosos. Ciro, que o venceu em batalha, antes de executá-lo ouviu-o citar Sólon: “Não chameis nenhum homem de feliz antes de estar morto” e, magnânimo, poupou-lhe a vida. (P. 74)
101. Lodge diz que uma das razões pelas quais certas pessoas acham que é difícil acreditar nas comunicações mediúnicas é que elas não fazem nenhuma ideia do seu processo, de modo que isso lhes parece estranho e impossível. Ora, se fizermos a análise do processo da conversação entre nós, encarnados, descobriremos aí traços tão bizarros como aqueles que encontramos na literatura espírita. (P. 75)
102. Se queremos comunicar-nos com nossos companheiros, clara e inteligentemente, é preciso fazer mais do que pensar as ideias que desejamos enviar: é preciso dizê-las ou escrevê-las e com este fim empregar um cérebro e um mecanismo nervoso para pôr em ação certos músculos. Em outros termos, é preciso governar uma máquina corporal de modo que ela seja impelida a fazer sinais convencionais em uma folha de papel ou produzir vibrações na atmosfera de um modo previamente estabelecido, chamado linguagem. (P. 77)
103. Estamos de tal forma habituados a esse método de comunicação oral ou pitoresca, que ele nos parece não só natural, mas inevitável; todavia, não é verdadeiramente um processo simples, porquanto tanto mais o analisamos mais ele nos surpreende. (PP. 77 e 78)
104. Quando refletimos sobre a natureza verdadeira da palavra, da escrita e da produção artística, é inteiramente surpreendente que as ideias e as emoções possam ser transmitidas dessa maneira. (P. 78)

Respostas às questões preliminares

A. Que é que Lodge fala sobre o conteúdo das comunicações dos Espíritos?
Ele mostra, em sua obra, que as palestras com o Além não se limitam aos afazeres domésticos e a outras ninharias, mas tratam, com frequência, de assuntos mais elevados e mais generosos. (Por que creio na imortalidade da alma, págs. 66 e 67.)
B. Como Lodge considerava as palestras mantidas com os Espíritos?
Ele as considerava como um debate entre amigos, em que ninguém é infalível, embora alguns estejam mais bem informados do que outros. Não devemos considerá-las como oráculos, embora sejam bastas vezes sugestivas. Toda tendência para muita fé em informação obtida de outro modo que não pelos nossos próprios esforços deve ser desaprovada. “Isso pode ser demonstrado por exemplos da Antiguidade.” (Obra citada, pág. 72.)
C. Por que para algumas pessoas é difícil acreditar nas comunicações mediúnicas?
Uma das razões pelas quais certas pessoas acham difícil acreditar nas comunicações mediúnicas é que elas não fazem nenhuma ideia do seu processo, de modo que isso lhes parece estranho e impossível. Mas, se fizermos a análise do processo da conversação entre nós, encarnados, descobriremos aí traços tão bizarros como aqueles que encontramos na literatura espírita. (Obra citada, pág. 75.)

Nota:
Links que remetem aos 5 textos anteriores:







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