quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mais uma tarde


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Naquela quinta-feira, os dois jovens amigos haviam combinado um encontro às quatro da tarde. Era só mais um de tantos já ocorridos.
Não tinham mais que doze anos e, portanto, quase a mesma idade; gostavam de muitas coisas em comum. Eram meninos simples, conheciam as mais singelas ramificações da vida, ou seja, as melhores.
Estavam na praça da pequena cidade; sempre conversavam muito, riam e brincavam, principalmente, de bola. E o tempo andava a passo lento naquele lugarejo, mas não para os folguedos.
Como o inverno quase se iniciava, o vento, naquela tarde, passou a ser mais gelado e forte.
Seis horas. O sino bateu. Concordaram que era hora de retornar. Um deles chegava mais rápido, visto que a casa era mais central; o outro deveria morar mais distante, pois se despedia do amigo e seguia adiante com seus passos. Então, seguiu.
Já em casa - o da região central - o pai lhe perguntou:
- Tudo bem, filho?
- Sim, pai. - respondeu naturalmente.
Quando o menino se preparava para ir tomar banho, o pai ainda questionou:
- E os amigos? Por que não brinca com seus amigos?
- Meus amigos? Eu sempre estou com um deles, do qual gosto muito. - lançou a explicação.
- Voltando para casa, hoje, vi que brincava, sozinho, de bola na praça. - o pai constatou.
- Não, estava com meu amigo. - respondeu o garoto.
- Filho, fiquei te olhando durante um tempo. Você estava sozinho. - explicou o pai.
- Pai, ele estava lá comigo. Muitas tardes, passamos juntos nos divertindo e buscando respostas para tantos porquês. - com honestidade, ele falou.
- Não estava. Não havia ninguém. - o pai, impaciente, elevou a voz.
O filho, incompreendido, pediu licença e foi para o banho.
Sentado, o pai ficou ali nervoso e afastado do seu menino.
Mundos que se encontram. Frequências existentes em todos os cantos. É, simplesmente, a vida.

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Um comentário:

  1. Bom dia prezados, eu sou autor de uma Proposta: Educação Familiar, porque penso, estivesse avisado talvez, não teria errado na proporção que errei. Por que pregão o amor, não preparam para amar! Abraços. Reinaldo Cantanhêde Lima

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