Doença real e sua cura
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
— Sabe, Joteli, quando vivi na Terra,
imaginava, na juventude, que o espírito não tinha forma, só ideias. Um dia,
porém, reli a frase bíblica de Paulo de Tarso: “Semeia-se corpo animal,
ressuscita-se corpo espiritual”. Daí por diante, passei a imaginar que
viveríamos, no espaço, em um corpo fluídico mais belo e perfeito do que o corpo
físico.
— Faltou-te, Mestre, uma leitura mais
aprofundada dos livros espíritas de Allan Kardec. N’O livro dos médiuns, somos informados de que o tal “corpo
espiritual” citado pelo apóstolo Paulo nada mais é do que o corpo principal de
todos nós, ao qual Kardec denominou de perispírito. É ele que dá forma e molda
o nosso corpo físico no mundo.
— Naturalmente, inepto secretário, você se
recorda de como faleceu Brás Cubas, não é mesmo?
— Ele estava com a ideia fixa de inventar um
remédio que aliviasse a humanidade da melancolia: o emplastro
anti-hipocondríaco, que levaria seu nome. Daí, pegou uma pneumonia e morreu
antes de concluir seu invento.
— Certo, o emplastro Brás Cubas. Panaceia para
a cura de todos os males hipocondríacos. Entretanto, não te esqueças de que,
antes que pela doença, nosso herói faleceu em virtude de um vento frio causador
de uma pneumonia. Isso fê-lo deduzir ter morrido de uma grande ideia, pois esta
foi quem, de fato, minou suas energias. Isso prova que todos os nossos males
têm sua origem na alma. Só depois passam para o corpo espiritual de Paulo, ou perispírito
de Kardec.
— Já em seu romance você demonstrara conhecer
essa verdade, não é mesmo, Mestre?
— Evidentemente, pascácio! Todavia, ao
retornar ao espaço metafísico, em que ainda me encontro, aprofundei meus
estudos sobre o porquê das doenças no corpo físico; e o que descobri
revolucionará a ciência terrena.
— Sempre com a mania de buscar a cura para os
males terrenos, como Cubas, não é mesmo, ó, Machado!
— Meu caro, o emplastro Brás Cubas objetivava
curar a hipocondria humana. Minha proposta é identificar a origem das doenças,
ou seja, ir à sua verdadeira causa, que é a enfermidade da alma. Depois disso,
a cura real estará a um passo...
— Como assim, Bruxo do Cosme Velho? Você quer
dizer que não são as bactérias, os vírus ou mesmo as causas genéticas os
provocadores de nossas doenças ou deformidades?
— Exatamente! Tudo isso não passa de efeitos
agregados ao perispírito que já renasce predisposto às suas influências ou é
atraído para os genes a que faz jus.
— Então...
— Isso mesmo. Sem abandonar os medicamentos de
combate aos efeitos materiais nos corpos predisponentes, é necessário que os
médicos se tornem, antes, profiláticos da alma.
— De que modo, ó ilustre guru!
— Promovendo o equilíbrio da alma, para que
esta se liberte dos vibriões espirituais maléficos impregnados no perispírito
de cada ser humano.
— Como podemos comprovar a verdade de suas
informações?
— Ó, ignaro. Observe que, aí no mundo físico,
cada ser reage de modo diferente às doenças. O que para um é “veneno”, para
outro nada significa. De dois irmãos, nascidos dos mesmos pais, um deles possui
muito mais propensão a certas doenças do que o outro.
Um é magro e saudável, mesmo se se alimenta
pouco; o outro é corpulento, está sempre bem nutrido e disposto a comer bem,
mas fica sempre doentinho. O mais franzino pode ser calmo, paciente em
situações nas quais seu irmão é agitado, nervoso e vice-versa. Tudo isso, e
mais, são reflexos das marcas impregnadas no perispírito. A inteligência
precoce, as tendências diversas da alma, as deformações do corpo físico, o
mongolismo... enfim, tudo o que afeta o corpo carnal nada mais é do que reflexo
do desequilíbrio desse corpo espiritual, o perispírito.
— Como curar-se, cada um de nós, desses males?
— Pelo tratamento espiritual e por uma
educação que prepare o ser humano para a vida eterna e não apenas para uma
efêmera existência. Essa é a verdadeira terapia. Ela começa pela terapêutica
moral e continua pela intelectual de uma forma segura e sem dramas de
consciência.
— E que igreja você recomenda para iniciar o
tratamento moral?
— Nenhuma.
— ?
— Não existe instituição puramente religiosa,
voltada para a exploração comercial terrena, que resolva esse problema. Sua
iniciativa está na mais importante escola da alma: a família. Os pais ou
responsáveis devem promover, no lar, a leitura das obras elevadas que cabe a
cada um selecioná-las para si e sua casa; a realização de um culto do evangelho
no lar. Também cabe aos governos promover, com o apoio da sociedade, o acesso
de todos os cidadãos e cidadãs a escolas cujo princípio seja o do ecumenismo em
relação às ideias elevadas já existentes na Terra, mas cujo expoente moral
máximo chama-se Jesus Cristo.
— É, Machado, a cada dia aprendo um pouco mais
sobre a ciência da alma com você...
— Aos que têm “olhos de ver e ouvidos de
ouvir”, apenas lembro que a promessa do Cristo de nos enviar o Consolador para
nos esclarecer de tudo o que Ele não pudera nos dizer e ficar eternamente
conosco materializou-se, na França, desde 18 de abril de 1857. Esse primeiro
grande passo deu-se a partir de um único livro, depois desdobrado em outros
quatro: O Livro dos Espíritos.
— Por que “dos Espíritos”, se ele foi escrito
por Allan Kardec?
— Leia-o e saberá a resposta. Adianto-lhe
apenas que o mais elevado de todos os seus autores se chama Espírito Verdade, mais conhecido, na
Terra, como Jesus Cristo.
Como consultar as matérias deste blog?
Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: http://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e
os vários recursos que ele nos propicia.
|