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sexta-feira, 15 de junho de 2012

As tentações existem e é possível vencê-las


As tentações que acometem o homem, não há por que duvidar, são inegáveis.
Miguel Vives dedicou ao assunto o cap. IX do seu livro “O Tesouro dos Espíritas”, traduzido para o idioma português pelo saudoso confrade J. Herculano Pires.
A Bíblia faz referência a várias delas.
O Gênesis narra no cap. 3 a tentação exercida sobre Eva, no Paraíso, de tão tristes consequências.
Lucas alude no cap. 4 de seu Evangelho às tentações de Satanás sobre Jesus.
O Eclesiástico trata do assunto nos capítulos 2, 33 e 34 e até mesmo nos oferece uma receita para rechaçá-las.
O Cristo reporta-se ao tema na conhecida passagem que faz parte da oração dominical: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
Tiago menciona o assunto em sua extraordinária epístola, cap. 1, versículo 14.
Jesus retorna à temática quando ressalta a importância da vigilância e da oração para que não caiamos em tentação.
A Doutrina Espírita examina o tema em três questões sucessivas constantes d’ O Livro dos Espíritos, a saber:
Questão122:
“O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Ele não teria mais liberdade se a escolha fosse determinada por uma causa independente da sua vontade. A causa <de seguir o caminho do mal> está nas influências a que cede em virtude de sua vontade livre. É a grande figura da queda do homem e do pecado original; alguns cederam à tentação, outros lhe resistiram.”
Questão 122-A:
De onde provêm as influências que se exercem sobre ele? “Dos Espíritos imperfeitos, que procuram se aproximar para dominá-lo, e que se alegram em fazê-lo sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás.”
Questão 122-B:
Essa influência não se exerce sobre o Espírito senão em sua origem? “Ela o segue na sua vida de Espírito, até que tenha tanto império sobre si mesmo, que os maus desistam de obsidiá-lo.”
Vale ressaltar que não é somente nas questões citadas que “O Livro dos Espíritos” se refere ao assunto, porquanto a principal obra do Espiritismo fere o tema em 27 oportunidades diferentes, como se pode ver nas questões 459, 460, 461, 465, 466, 467, 468, 469, 472, 497, 498, 511, 525, 567, 644, 645, 660, 671, 720 “a”, 753, 845, 851, 872 (1o parágrafo), 909, 971, 971 “a” e 972.
Emmanuel disserta sobre as tentações em dois de seus livros: “Religião dos Espíritos” (cap. 88) e “Caminho, Verdade e Vida” (cap. 129).
André Luiz as examina diretamente em três obras bastante conhecidas: “Nos Domínios da Mediunidade” (cap. 16), “Ação e Reação” (cap. 7, 14 e 18) e “Sexo e Destino” (cap. VI).
Como vimos, o assunto é por demais conhecido no meio espírita, e a tese exposta pela Doutrina dos Espíritos é bem clara: Ninguém na Terra é perfeito, logo estamos todos sujeitos às tentações, que nos acompanham pela vida afora, consoante dito claramente na questão 122-B d’ O Livro dos Espíritos. O Eclesiástico explica o porquê disso.
Temos, portanto, de lembrar e pôr em prática continuamente a lição ensinada por Jesus: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”. Se fugirmos disso, não tenhamos dúvida, certamente cairemos de novo nas mesmas redes em que já sucumbimos no passado.


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