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sábado, 25 de agosto de 2012

Pílulas gramaticais (15)


Uma leitora pergunta-nos se o uso do trema foi realmente eliminado pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que entrou em vigor no início de 2009.
Antes de responder a essa dúvida, que é, aliás, muito comum, lembremos que a palavra trema [do grego trêma, 'orifício (ponto)'] é o nome que se dá ao sinal diacrítico que, sobreposto a uma vogal, serve para indicar que ela não forma ditongo com a que lhe está próxima.
Na ortografia em vigor antes de 2009, o trema era usado apenas sobre o u, quando este, sendo sonoro, aparecia nos grupos gue, gui, que, qui, como nas palavras ungüento, tranqüilo, freqüentar.
Com o novo Acordo Ortográfico, o trema não é mais usado no Brasil e nos países que adotam o idioma português, exceto na grafia de palavras estrangeiras e suas derivadas, a exemplo de Bündchen, Müller, mülleriano.
Veja estes exemplos:
conseqüência - agora é consequência.
qüinqüênio - agora é quinquênio.
seqüela -  agora é sequela.
agüentar - agora é aguentar.
argüir   - agora é arguir.
bilíngüe   - agora é bilíngue.
cinqüenta   - agora é cinquenta.
delinqüente   - agora é delinquente.
eqüestre   - agora é equestre.
lingüiça   - agora é linguiça.
seqüestro   - agora é sequestro.
tranqüilo   - agora é tranquilo.
Observe o leitor que a pronúncia se mantém; só o sinal do trema é que caiu.

*

Vez por outra ouvimos nos programas de rádio locutores e jornalistas pronunciando de forma errônea a palavra gratuito. É comum ouvirmos, então, gratuíto, com acento tônico na letra “i”.
Gratuito deve ser assim pronunciado: gra-túi-to, e não gra-tu-í-to.
O equívoco é semelhante ao que ocorre, no meio espírita, com a palavra fluido, que deve ser assim pronunciada: flúi-do, e não flu-í-do.


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