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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Janelinhas d’alma

Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR

Dois olhinhos pequeninos, mas brilhosos, olhavam para cima à procura de aconchego. Estavam num lugar desconhecido e frio, tão distinto do de antes.
– Onde estou? – angustiava o dono dos olhinhos.
Formigas faziam a caminhada indiana, comunicavam-se umas com as outras, e os olhinhos observavam sentindo a ausência do amparo.
Dois grilos também cantarolavam uma canção, para eles, da harmonia natural. Os olhinhos tudo percebiam, porém de uma forma tão díspar. Era outro o universo onde antes se encontravam. – Que saudade!
Seu coraçãozinho disparava amedrontado. – O que será de mim? – perguntava sem resposta. Uma borboleta, daquelas mais comuns de se ver, mas com o mesmo encanto, pairou sobre o pequenino, examinou, observou e logo seguiu seu destino a conquistar.
Quantos seres diferentes percebiam esses olhinhos, no entanto, estes continuavam olhando para o céu, e o dia realmente estava um azul magnífico, com a energia da proteção.
– Mas e a minha proteção onde está? Mamãe, mamãe... – com soluço e muito medo, os pequeninos se baixaram.
De repente uma sombra se aproxima, vem do alto e cresce dando a segurança que o pequeno tanto buscava. A sombra com asas se aproximou até chegar com leveza perto dos olhinhos que já se voltavam para ver.
– Filho querido, como caiu? – perguntou a mamãe. – Só me ausentei para buscar comida. O ninho é seguro e lá deve ficar até que possa voar para seu céu preferido.
A mamãe pássaro abraçou seu filhote e, com habilidade e amor, devolveu-o ao ninho lar em cima da árvore mais frondosa e bela.

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