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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Ninguém ilude a justiça divina


Realizamos nesta noite, como fazemos todas as terças-feiras, mais uma etapa do estudo do livro Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Eis as questões examinadas na reunião:
1. No fenômeno da possessão, que é que se observa no paciente?
2. A oração pode ajudar de algum modo em casos assim?
3. Onde se radicava a causa da obsessão sofrida por Pedro?

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Após ligeiro debate em torno das questões citadas, foram apresentadas e comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e estudo do texto-base pertinente à matéria da noite.
Eis as respostas dadas às questões mencionadas:
1. No fenômeno da possessão, que é que se observa no paciente?
Primeiro, ele fica incapaz de qualquer domínio sobre si mesmo. No caso de Pedro (o obsidiado), Aulus informou: "Todas as células do córtex sofrem o bombardeio de emissões magnéticas de natureza tóxica. Os centros motores estão desorganizados. Todo o cerebelo está empastado de fluidos deletérios. As vias do equilíbrio aparecem completamente perturbadas". Pedro não dispunha de controle para governar-se, nem de memória comum para registrar a ocorrência. Mas isso somente no setor da forma de matéria densa, visto que, em espírito, ele arquivava todas as particularidades da situação em que se encontrava, de modo a enriquecer o patrimônio das próprias experiências.
Aulus, o Assistente, explicou que estavam diante de um transe mediúnico de baixo teor, embora na linguagem médica o fato constituísse um ataque epiléptico, porquanto ali se via a associação de duas mentes desequilibradas, a prender-se às teias do ódio recíproco. Era assim que Pedro se achava, nas regiões inferiores, antes da presente reencarnação. Havendo por muitos anos rolado, ele e o adversário, nas zonas purgatoriais, em franco duelo, tinha ele melhorado e os reencontros de ambos eram mais espaçados. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 9, págs. 79 a 81.)
2. A oração pode ajudar de algum modo em casos assim?
Sim. E foi isso que a médium Celina, percebendo a dificuldade para atingir o obsessor com a palavra falada, buscou, com o auxílio de Aulus. Formulou, então, vibrante prece, implorando a Compaixão Divina para os infortunados companheiros que ali se digladiavam inutilmente. As palavras da médium libertaram jactos de força luminescente a lhe saltarem das mãos e a envolverem em sensações de alívio os participantes do conflito. O perseguidor, qual se houvesse aspirado alguma substância anestesiante, se desprendeu automaticamente da vítima, que repousou, enfim, num sono profundo e reparador. O obsessor foi, então, conduzido, semiadormecido, a um local de emergência e Dona Celina ofereceu um pouco d'água fluidificada à chorosa e assustadiça genitora do enfermo.
Aludindo ao fenômeno que haviam presenciado, o Assistente mostrou a Hilário a importância da frequência daquele rapaz naquela Casa, onde, aos poucos, recolheria forças para refazer-se, do mesmo modo que uma planta raquítica encontra estímulo para a sua restauração no adubo que lhe oferecem. "Dia a dia, ao contacto de amigos orientados pelo Evangelho, ele e o desafeto – esclareceu Aulus – incorporarão abençoados valores em matéria de compreensão e serviço, modificando gradativamente o campo de elaboração das forças mentais. Sobrevirá, então, um aperfeiçoamento de individualidades, a fim de que a fonte mediúnica surja, mais tarde, tão cristalina quanto desejamos. Salutares e renovadores pensamentos assimilados pela dupla de sofredores em foco expressam melhoria e recuperação para ambos, porque, na imantação recíproca em que se veem, as ideias de um reagem sobre o outro, determinando alterações radicais." (Obra citada, cap. 9, págs. 81 e 82.)
3. Onde se radicava a causa da obsessão sofrida por Pedro?
Pedro estava preso a significativo montante de débitos com o passado. Como sabemos, ninguém pode avançar livremente para o amanhã sem solver os compromissos do passado. Por esse motivo, ele trazia consigo aflitiva mediunidade de provação. "É da Lei que ninguém se emancipe sem pagar o que deve. A rigor, por isso, deve ser encarado como enfermo, requisitando carinho e tratamento", asseverou Aulus.
Em seguida, tocando a fronte de Pedro, auscultou-a demoradamente e, decorridos alguns instantes de silêncio, informou que o verdugo de hoje fora vítima ontem. Na derradeira metade do século findo, Pedro era um médico que abusava da missão de curar. Uma análise mental particularizada identificá-lo-ia em numerosas aventuras menos dignas. O perseguidor que presentemente lhe domina as energias era-lhe irmão consanguíneo, cuja esposa nosso amigo doente de agora procurou seduzir. Para isso, insinuou-se de formas diversas, além de prejudicar o irmão em todos os seus interesses econômicos e sociais, até incliná-lo à internação num hospício, onde estacionou por muitos anos, aparvalhado e inútil, à espera da morte.
Desencarnando e encontrando-o na posse da mulher, desvairou-se no ódio de que passou a nutrir-se. Martelou-lhes, então, a existência e aguardou-os, além-túmulo, onde os três se reuniram em angustioso processo de regeneração. A companheira, menos culpada, foi a primeira a retornar ao mundo, onde mais tarde recebeu o médico delinquente nos braços maternais, como seu próprio filho, purificando o amor de sua alma. O irmão atraiçoado de outro tempo, todavia, ainda não encontrara forças para modificar-se e continuava vampirizando-o, obstinado no ódio a que se rendeu impensadamente.
Resumido o caso de Pedro, o Assistente concluiu: "Penetramos forçosamente no inferno que criamos para os outros, a fim de experimentarmos, por nossa vez, o fogo com que afligimos o próximo. Ninguém ilude a justiça. As reparações podem ser transferidas no tempo, mas são sempre fatais". (Obra citada, cap. 9, págs. 82 e 83.)

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Na próxima terça-feira apresentaremos neste Blog a síntese da matéria estudada, para que os interessados, se assim o desejarem, possam acompanhar os estudos realizados.


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