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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Por que nos esquecemos das existências passadas?


Paulo César nos pergunta: “Se o homem viveu antes, por que não se lembra de suas existências anteriores?”.
Não temos durante a existência corpórea lembrança do que fomos e do que fizemos nas anteriores existências, mas possuímos disso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado.
Não fossem a nossa consciência e a vontade que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, seria difícil resistir a tais pendores. A aptidão para essa ou aquela profissão, a maior ou menor facilidade nessa ou naquela disciplina, as inclinações interiores – eis elementos que não teriam justificativa alguma se não existisse a reencarnação.
Com efeito, se a alma fosse realmente criada junto com o corpo da criança, as pessoas deveriam revelar igual talento e idênticas predileções, mas não é isso que vemos.
No esquecimento das existências anteriores, sobretudo quando foram amarguradas, há algo de providencial e que atesta a bondade e a sabedoria do Criador. Tal como se dá com os sentenciados a longas penas, todos nós desejamos apagar da memória os delitos cometidos e felizes ficamos quando a sociedade não os conhece ou os relega ao esquecimento.
A razão desse desejo é fácil de explicar. Dá-se o mesmo com relação à volta do Espírito a uma nova existência corpórea.
Frequentemente – ensina o Espiritismo – renascemos no mesmo meio em que já vivemos e estabelecemos de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenhamos feito. Se reconhecêssemos nelas criaturas a quem odiamos, talvez o ódio despertasse outra vez em nosso íntimo e, ainda que tal não ocorresse, sentir-nos-íamos humilhados na presença daquelas a quem houvéssemos prejudicado ou ofendido.
Evidentemente, o esquecimento do passado – que constitui uma regra nos processos reencarnatórios – não se estende à vida espiritual, em que recobramos a memória das peripécias passadas, de acordo com a necessidade de que isso se dê, o que revela mais uma vez a bondade do Pai para com seus filhos.


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