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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Há Judas no movimento espírita?


Um leitor de São Paulo-SP pergunta-nos se nas casas espíritas são realizados trabalhos de magia negra. A indagação mostra que o leitor nada conhece de Espiritismo ou, então, o confunde com determinadas seitas que se dedicam ao que ele chama magia negra.
Para que todos saibam, dá-se o nome de magia negra à magia praticada com maus propósitos. Magia negra significa também bruxaria, necromancia, nigromancia.
Quem frequenta um centro espírita sabe que as instituições e os centros espíritas que seguem a doutrina espírita, tal como foi codificada por Allan Kardec, não realizam trabalhos de magia branca ou negra, nem qualquer prática que seja parecida com isso. 
As principais obras de Allan Kardec que contêm os ensinamentos espíritas são estas: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno, A Gênese e o Evangelho segundo o Espiritismo, complementadas pelos artigos que ele publicou na Revista Espírita, no período de 1858 a 1869. 
Em nenhuma delas recomenda-se algo que tenha relação direta ou indireta com as práticas mencionadas, que foram, aliás, objeto de severa crítica por parte do codificador do Espiritismo, conforme o leitor pode verificar no texto seguinte constante da Revista Espírita de 1863, págs. 74 a 77:
“Os Judas existem também no movimento espírita. Eis o que os caracteriza: I) a tendência para fazer o Espiritismo sair dos caminhos da prudência e da moderação; II) o estímulo às publicações excêntricas; III) o costume de provocar nas reuniões assuntos comprometedores sobre política e religião; IV) o hábito de soprar a discórdia enquanto pregam a união entre os espíritas; V) o lançamento ao tapete, com habilidade, de questões irritantes ou ferinas, capazes de provocar dissidências; VI) a implantação da inveja e do desejo de supremacia entre os vários grupos, encantando-se quando, por meras diferenças de opinião, os grupos passam a apedrejar-se, erguendo bandeira contra bandeira. Alguns organizam ou fazem organizar reuniões onde se ocupam exatamente daquilo que o Espiritismo desaconselha, envolvendo a reunião espírita em práticas ridículas de magia negra, cartomancia, quiromancia, leitura da buena-dicha e quejandos, cujo resultado é o descrédito que se lança à doutrina espírita.”
Acreditamos que, à vista destas palavras de Kardec, ninguém poderá nutrir dúvida alguma com relação ao que os espíritas verdadeiros pensam a respeito do assunto.


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