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sábado, 10 de novembro de 2012

Pérolas literárias (9)


Que será de nós?

Cid Franco

Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo tanto quanto o Cristo busca sobreviver em nós?
Não passaremos de símios acorrentados à teia dos cromossomos,
Nascendo,
Morrendo
E renascendo
A fim de aprender a edificar a vida pelo amor,
Mas acabando por ceder às tentações do ódio para destruí-la
Qual vem acontecendo
Na sucessão dos evos.
Que será de nós sem a sobrevivência em Cristo?
Quem livrará os povos superdesenvolvidos dos polvos da ambição e dos cogumelos do extermínio?
Time Square, Piccadilly, Champs Elysées,
Festivais de Cannes, Passarelas de Roma, Carnavais do Rio,
Quem vos garantirá, na retorta da existência, a transformação gradativa convertendo-vos o brilho exterior em felicidade real?
Sociedades de Nações, Academias de Ciências, Institutos de Pesquisas e Organizações Culturais,
Quem vos assegurará a subida em demanda do sol do sentimento,
Para que os vossos raciocínios brilhem de sublimação à plena luz?
Companheiros que vos ocultais sob a névoa grossa da anfetamina
Ou que transitais nas alucinações do ácido lisérgico,
Quem vos soerguerá com paciência, restituindo-vos o equilíbrio nas trilhas naturais?
Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo?
Sem Ele, ai de vós entregues às mandíbulas das máquinas,
Semelhantes a Moloques insaciáveis do sangue das vítimas!
E ai de nós no plano espiritual da Terra,
Que não podemos rogar piedade aos computadores nem pedir vida nova aos foguetes espaciais!
Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo?
Homens, comunidades e nações conhecem a resposta…
Sem sobrevivermos em Cristo, na marcha em direção à solidariedade isenta das pedras do sarcasmo e livre dos punhos e golpes da violência, não passaremos de animais amando e odiando, edificando e arrasando, nas viagens de ida e volta berço-túmulo e túmulo-berço, embora refulgindo no ápice das conquistas biológicas, transistorizadas em nossas lembranças ancestrais a rebentarem através de guerras e mais guerras, conforme a filosofia do imanente e segundo o registro do imemorial.

Poema psicografado pelo médium Chico Xavier, extraído do cap. 15 do livro Astronautas do Além, obra de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos Diversos.



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