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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A Menina Noel


MARCELA CARVALHO
marcela.oc94@gmail.com
De Curitiba-PR

Era dia de festa.
Todos do bairro estavam à espera da noite de 24 de dezembro. A cidade estava linda, toda decorada com luzes e enfeites natalinos. Os preparativos para o jantar de natal estavam em andamento. Era um dia muito quente, 36 graus, e enquanto muitas crianças se divertiam nas piscinas de suas casas, algumas pediam nas ruas um copo d'água para saciar a sede. Muitas roíam as unhas pela ansiedade de ver o bom velhinho. Outras estavam angustiadas para impedir que a garganta secasse.
A família que necessitava de água era grande, uma mãe grávida, dois meninos com idade próxima de doze anos, uma garota de quinze e uma caçula de cinco. Em uma época que as crianças estavam em férias de verão, para essas era um dia de longo trabalho. Precisavam carregar quilos de papelão para pelo menos garantir a água do dia, e o que tinham era insuficiente.
Os meninos, a cada passo que davam, reclamavam da situação; a menina mais velha, a cada papel que catava, resmungava pelo cansaço; a mãe, por ver a condição de seus filhos, ficava mais preocupada com o próximo que nasceria, mas a pequena garotinha estava alegre. Afinal, era Natal e em breve veria o Papai Noel. O sorriso da menininha era reluzente e roubava olhares de quem passava pela família na rua.
Cada cidadão se impressionava com a maneira com que a pequena motivava a família a trabalhar feliz, mesmo sob aquelas condições. Ela cantava uma versão dela mesma: "Jingle Bel Jingle bel, precisamos de papel. Se não tem, não faz mal, pode ser jornal..." e também, dotada de meiguice, pedia às pessoas uma garrafa de água.
Como muitos do bairro tiveram apreço pela caçula, juntaram-se aos que se comoveram com a família e, além de conseguirem litros de água, compraram cestas básicas e presentes para as crianças, a fim de que tivessem um grandioso Natal repleto de alegria. E assim aconteceu.
A pequena, que só tinha vontade de ver o bom velhinho e satisfazer seus desejos, um deles era ver a família feliz, fez nascer muitos sorrisos no rosto de seus irmãos e de sua mãe, e tornou-se nesta noite de Natal a Menina Noel de 2012.


Marcela Carvalho está cursando o 3º período de Jornalismo na PUC-Paraná.


2 comentários:

  1. Quando se pede o necessário com Alegria e ainda mais, motivando nosso entorno, a Esperança se multiplica, a ajuda aparece, pois damos a oportunidade para que um tipo Caridade generosa e envolvente aconteça: aquela que transforma vidas! ...de todos nós! Parabéns pela mensagem da Menina Noel

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  2. É lindo ver uma mensagem tão meiga saindo de você, uma jovem ainda, mas com tanta delicadeza, convicção e firmeza. O Natal é bem assim, ele faz brotar dentro de nós o amor, a esperança, a caridade e o desejo de ver todas as pessoas felizes. Parabéns, Marcela. Seja esta a primeira entre muitas mensagens vindas de você.

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