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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O que ocorre no momento da morte


Um amigo pergunta-nos por que o desprendimento da alma é facilitado no estado de sono e não o é no momento da morte?
A emancipação da alma por ocasião do sono corporal é um fato corriqueiro, mas não passa de um desprendimento parcial, visto que a alma continua ligada ao corpo físico. O que ocorre então é apenas uma expansão do laço perispiritual que une a alma ao corpo, permitindo a ela deslocar-se a lugares distantes do local em que o corpo material repousa.
No caso da morte corpórea, mesmo antes do desligamento completo da alma – fato que o Espiritismo chama de desencarnação – pode ocorrer a emancipação parcial semelhante à do sono, o que explica os fatos de comunicação espírita por ocasião da morte, estudados por vários pesquisadores, como Ernesto Bozzano.
O desprendimento completo da alma, ou a desencarnação, é que requer algum tempo, visto que no processo reencarnatório o perispírito se liga ao corpo molécula a molécula, o que implica dizer que é preciso tempo para que essa ligação molecular se desfaça.
Conforme a questão 155 d´O Livro dos Espíritos, como regra geral, a separação da alma não se dá instantaneamente. Ela se liberta gradualmente e não como um pássaro cativo que, de repente, ganhasse a liberdade.
Tudo, a princípio, é confuso no momento da morte. O Espírito desencarnante precisa de algum tempo para entrar no conhecimento de si mesmo. Ele se acha como que aturdido, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam aos poucos, à medida que se apaga a influência da matéria que ele acaba de abandonar e se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos.
O processo de desprendimento espiritual é lento ou demorado, conforme o temperamento, o caráter moral e as aquisições espirituais de cada ser. Não existem duas desencarnações iguais. Cada pessoa desperta ou se demora na perturbação, conforme as características próprias de sua personalidade.
A perturbação pode, pois, ser considerada o estado normal no instante da morte, e perdurar por tempo indeterminado, variando de algumas horas a alguns anos, de conformidade com o estado evolutivo do Espírito.
Breve no caso das almas elevadas, pode ser longa e penosa no caso das almas culpadas. Para aqueles que já na existência corpórea se identificaram com o estado que os aguardava, menos longa ela é, porque compreendem imediatamente a posição em que se encontram.


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