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sábado, 8 de dezembro de 2012

Pérolas literárias (13)



Mal secreto

Raimundo Correia

Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma e destrói cada ilusão que nasce;
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente talvez que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez, existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!


Juiz de Direito e poeta brasileiro, Raimundo da Mota de Azevedo Correia nasceu em São Luís em 13 de maio de 1859 e faleceu em Paris, em 13 de setembro de 1911.


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