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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

No outono, as folhas caem


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

A natureza é perfeita. Para evitar o gasto de energia, as folhas das árvores caem no outono e, naturalmente, o alaranjado cria um tapete belíssimo nas calçadas e ruas. As árvores não mantêm a aparência a qual não podem no momento.
Nessa estação, tudo se torna agradável: o vento sopra mais fresco; o brilho do céu se acentua tanto à noite, quanto de dia; o bem-estar da vida é lançado para quem quiser sorvê-lo.
Cada folhinha que se desprendera faz agora parte de um novo cenário: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, conforme Lavoisier. As cortinas do palco estão abertas e o espetáculo nunca para. O tempo organiza cada ato.
Meus olhos buscavam os detalhes das folhinhas laranjas caídas na calçada. Em meio a inúmeras delas, escolhi uma para sentir a beleza de mais perto. Quantas ramificações estão marcadas em cada textura; perfeitos espaços entre elas. A leveza, o cheiro, a forma, tudo em harmonia.
Quando estão verdes nas árvores, as folhas, todas juntinhas, montam um grande “sombrero” para dar proteção a outros seres menores; quando, já no chão, transformam o cinza asfalto num caminho agradável de se passar, ver e sentir. Ou seja, a natureza sempre é coerente com suas atitudes.
– Que o homem observe um trechinho por dia desta “senhora” companheira e, assim, possa se melhorar e, consequentemente, transformar o meio em que está – são minhas observações.
Com a folhinha na mão, levantei-me e olhei ao redor; as pessoas nem se davam conta da formosura. Continuei os passos em direção ao trabalho. Olhei para o céu... senti a vida.
Mais um dia de outono com as folhas laranjas.

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