Um leitor pergunta-nos: – Qual é, exatamente, a
diferença entre expiação e prova?
Lembremos, em primeiro lugar, que o planeta Terra é
classificado pelos Espíritos superiores como um mundo de provas e expiação.
Prova é o mesmo que teste. Recebido o aprendizado na
vida espiritual ou na existência corpórea, o Espírito terá de provar que assimilou
o que aprendeu.
São provas a riqueza e a pobreza, a beleza e a
fealdade, o poder e a subalternidade, a vida difícil e a vida fácil, nascer num
meio pacífico ou num meio violento, viver em uma região voltada para a paz ou
viver em região conflagrada pela guerra.
A prova, como é fácil perceber, independe do insucesso
anterior. É claro que, tal como na escola, se o aluno não passar na provas
finais relativas ao ano 1, terá de repeti-lo, e só passará ao ano 2 quando as
enfrentar e superá-las.
Dizia o saudoso escritor J. Herculano Pires que as
provas não vêm em nosso caminho para nos abater ou esmagar, mas para serem
superadas e assimiladas.
Expiação é uma palavra oriunda do verbo expiar, que
significa remir culpa, sofrer, padecer, em consequência de um ato errado que se
cometeu, seja na atual existência, seja em existências passadas.
Quem matar uma pessoa valendo-se de uma espada, desta
será vítima. A semeadura é livre, mas a colheita é compulsória. Quem com ferro
fere, com ferro será ferido.
As frases citadas são expressões fundamentadas em
ensinamentos transmitidos por Jesus e que servem de exemplos de como funciona
em nossa vida a conhecida lei de causa e efeito ou de ação e reação.
A Terra é, e o será por bom tempo, um mundo de provas
e expiações porque os Espíritos que aqui reencarnam são bastante atrasados e
necessitam dessas experiências.
A respeito do tema expiação, colhemos em “O Livro dos
Espíritos” três ensinamentos que nos parecem fundamentais.
O primeiro – constante da questão 262 – diz-nos que
Deus sabe esperar e não apressa a expiação.
O segundo – expresso na questão 998 – ensina-nos que a
expiação se cumpre durante a existência corporal mediante as provas a que o
Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais,
inerentes ao estado de inferioridade do Espírito. Esses sofrimentos por que
passa o indivíduo no plano espiritual é que, em muitos casos, determinam o rumo
que ele decide seguir na existência corpórea seguinte.
O terceiro, certamente o mais importante, explica por
que na sociedade em que vivemos as classes sofredoras são mais numerosas do que
as felizes. Apresentada tal questão aos Espíritos superiores, eis o que Kardec
consignou na questão 931 da obra mencionada:
“Nenhuma é perfeitamente feliz e o que julgais ser a
felicidade muitas vezes oculta pungentes aflições. O sofrimento está por toda
parte. Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes a que
chamas sofredoras são mais numerosas, por ser a Terra lugar de expiação. Quando
a houver transformado em morada do bem e de Espíritos bons, o homem deixará de
ser infeliz aí e ela lhe será o paraíso terrestre.”
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