Realizamos
hoje à noite no “Nosso Lar”, em Londrina, o seminário “A mediunidade e os seus
cuidados”, que foi desdobrado em duas partes. A parte final será apresentada na
próxima terça-feira.
Os tópicos
tratados nesta noite foram:
I. Conceito
de médium
II. Quem são
os médiuns na atualidade
III. Como
desenvolver ou educar a faculdade mediúnica
IV.
Necessidades do médium.
*
Eis, na
sequência, a reprodução do texto que serviu de base ao seminário:
I – Conceito de médium
“Todo aquele
que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato,
médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um
privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam
alguns rudimentos.” (O Livro dos Médiuns, cap. 14, item 159.)
“Médium:
pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens.” (L.M.,
cap. 32.)
Afirma
Emmanuel: “A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e
prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na
Terra”. (O Consolador, questão 382.)
A faculdade
mediúnica radica-se no organismo. Mencionada por Kardec, essa informação tem
sido confirmada ao longo dos anos.
André Luiz
descreve em sua obra o caso de Otávio que se preparou-se durante trinta anos
consecutivos, para voltar à Terra em tarefa mediúnica. O objetivo de Otávio era
saldar dívidas contraídas no passado. (Os Mensageiros, cap. 7, pp. 41 a 46.)
II – Quem são os médiuns na atualidade
Os médiuns,
em sua generalidade, são almas que fracassaram desastradamente. Quase sempre,
são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da
autoridade, da fortuna e da inteligência. [Emmanuel, pp. 65 e 66.]
“Não existe
médium perfeito aqui na Terra”, afirma Divaldo Franco.
“Todos somos
falíveis, exceção apenas de Jesus, que foi o médium perfeito de Deus.”
[Moldando o Terceiro Milênio, p. 40.]
Os atributos
medianímicos são como os talentos do Evangelho, cuja parábola é bem conhecida.
Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno de
confiança de Jesus. Multiplicados no bem, os talentos crescem para Jesus. (O
Consolador, questão 389.)
Se, porém, os
talentos mediúnicos sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da
exploração inferior, podem deixar o médium entre as sombras pesadas do
estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação. (O Consolador,
questão 389.)
No capítulo 2
do livro “Os Mensageiros” há relatos de inúmeros médiuns que fracassaram em sua
tarefa e os respectivos motivos.
III - Como desenvolver ou educar a
faculdade mediúnica
A mediunidade não deve ser fruto de
precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porque nesse
assunto a espontaneidade é indispensável, visto que as tarefas mediúnicas são
dirigidas pelos mentores do plano espiritual. (O Consolador, questão 384.)
Ensina Léon
Denis que, para colimar tal objetivo, o
homem tem de se submeter a uma complexa preparação e observar certas regras de
conduta.
É-lhe
preciso, simultaneamente, a cultura da inteligência, a meditação, o
recolhimento, e o desprendimento das coisas humanas.
A educação
mediúnica exige, em primeiro plano, o conhecimento pelo estudo da mediunidade.
Depois do
conhecimento, vem a educação moral e, como consequência, o exercício e a
vivência da conduta cristã. (Diretrizes de Segurança, q. 102.)
Nada se
conseguirá, porém, se faltarem as principais condições, que são o trabalho e a
perseverança, ao lado do estudo, do exercício, da calma e da boa vontade.
(Médiuns e Mediunidade, p. 44.)
Todos os dons
mediúnicos – diz Cairbar Schutel – são
suscetíveis de desenvolvimento. (Médiuns e Mediunidade, p. 44.)
O melhor
meio, porém, de desenvolver a mediunidade é preparar-se moral e mentalmente
para poder assumir o compromisso de se tornar médium desenvolvido. Esse preparo
não pode ser rápido. (Cânticos do Coração, Volume II, p. 105.)
Se a
mediunidade não se apresentar espontaneamente, é sinal de que ainda não está
amadurecida o bastante para explodir. (Cânticos do Coração, Volume II, p. 105.)
A faculdade
mediúnica precisa ser controlada, educada, e seu possuidor reformado em seus
defeitos. (Cânticos do Coração, Vol. II,
pp. 93 e 94.)
É, pois, de
bom conselho repetir aos médiuns: reeduquem-se, combatam seus vícios, inclusive
os mentais, aprendam a ser bons, evangelizem-se todos os dias, sejam amigos do
bons livros educativos, procurem Deus através da prece. (Cânticos do Coração,
Vol. II, pp. 93 e 94.)
A
evangelização do médium é a sua salvação, é o amparo celeste iluminando o seu
carreiro na trilha da redenção. (Cânticos do Coração, Vol. II, p. 94.)
O médium deve
estudar a Doutrina Espírita e o Evangelho, diariamente, evitando o fanatismo
pelas obras mediúnicas e meditando criteriosamente sobre as clássicas.
(Cânticos do Coração, Volume II, p. 109.)
O
desenvolvimento da mediunidade deve ser o burilamento da criatura em si. (Chico
Xavier em Goiânia, pergunta 23.)
O
aperfeiçoamento do instrumento naturalmente permitirá ao Espírito manifestar-se
em melhores condições. (Chico Xavier em Goiânia, pergunta 23.)
É o
aprimoramento moral, adquirido à custa de bons atos, bons pensamentos e bons
sentimentos, que propiciará ao médium modificar seu padrão vibratório e, com
isso, sintonizar com entidades mais elevadas.
IV – Necessidades do médium
O primeiro
inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Frequentemente, é o personalismo, a
ambição, a ignorância ou a rebeldia no desconhecimento dos seus deveres à luz
do Evangelho, os quais, não raro, o conduzem à invigilância, à leviandade e à
confusão dos campos improdutivos. (O Consolador, questão 410.)
O segundo
inimigo poderoso do apostolado mediúnico situa-se no próprio seio das
instituições espíritas, quando o indivíduo se convenceu quanto aos fenômenos,
mas não se converteu ao Evangelho pelo coração e traz para as fileiras do
Consolador os seus caprichos pessoais, as suas paixões inferiores, as suas
tendências nocivas. Irônicos, acusadores, procedem quase sempre como crianças
levianas e inquietas. (O Consolador, questão 410.)
A primeira
necessidade do médium é, pois, evangelizar-se a si mesmo, antes de se entregar
às grandes tarefas doutrinárias, pois senão pode esbarrar com o fantasma do
personalismo, em detrimento de sua missão. (O Consolador, questão 387.)
O estudo da
Doutrina e o cultivo da autoevangelização devem ser para ele ininterruptos. (O
Consolador, questão 409.)
O médium tem
obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os
instantes pela sua própria iluminação.
Somente assim poderá habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe
foi confiada. (O Consolador, questão 392.)
O bom médium
é o que simpatiza com os bons Espíritos e não recebe senão boas comunicações.
(Revista Espírita de 1859, p. 3.)
Antes de
cogitar da doutrinação dos outros, o médium sincero necessita compreender que é
preciso a iluminação de si próprio pelo conhecimento, pelo cumprimento dos
deveres mais elevados e pelo seu esforço na assimilação perfeita dos princípios
doutrinários, sem jamais descuidar-se da vigilância. (O Consolador, questão
409.)
A alma exerce
sobre os Espíritos uma espécie de atração, ou repulsão, conforme o grau de
semelhança existente entre eles. Os bons têm afinidade com os bons, e os maus
com os maus.
Eis o que
atrai os bons Espíritos: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração,
o amor ao próximo e o desprendimento das coisas materiais. [L.M., item 227.]
Eis o que os
repele: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a
sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria. [L.M., item
227.]
De todas as
disposições morais, a que maior entrada oferece aos Espíritos imperfeitos é o
orgulho, que se desenvolve no médium à medida que cresce sua faculdade.
(Revista Espírita de 1859, p. 36.)
*
Na próxima
terça-feira apresentaremos aqui a conclusão do seminário, para que os leitores
deste blog, caso queiram, possam acompanhar os estudos que fizemos.
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