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terça-feira, 21 de maio de 2013

A mediunidade e os seus cuidados

    

Realizamos hoje à noite no “Nosso Lar”, em Londrina, o seminário “A mediunidade e os seus cuidados”, que foi desdobrado em duas partes. A parte final será apresentada na próxima terça-feira. 

Os tópicos tratados nesta noite foram:
I. Conceito de médium
II. Quem são os médiuns na atualidade
III. Como desenvolver ou educar a faculdade mediúnica
IV. Necessidades do médium.

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Eis, na sequência, a reprodução do texto que serviu de base ao seminário:

I – Conceito de médium

“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.” (O Livro dos Médiuns, cap. 14, item 159.)
“Médium: pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens.” (L.M., cap. 32.)
Afirma Emmanuel: “A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra”. (O Consolador, questão 382.)
A faculdade mediúnica radica-se no organismo. Mencionada por Kardec, essa informação tem sido confirmada ao longo dos anos.
André Luiz descreve em sua obra o caso de Otávio que se preparou-se durante trinta anos consecutivos, para voltar à Terra em tarefa mediúnica. O objetivo de Otávio era saldar dívidas contraídas no passado. (Os Mensageiros, cap. 7, pp. 41 a 46.)

II – Quem são os médiuns na atualidade

Os médiuns, em sua generalidade, são almas que fracassaram desastradamente. Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência. [Emmanuel, pp. 65 e 66.]
“Não existe médium perfeito aqui na Terra”, afirma Divaldo Franco.
“Todos somos falíveis, exceção apenas de Jesus, que foi o médium perfeito de Deus.” [Moldando o Terceiro Milênio, p. 40.]
Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho, cuja parábola é bem conhecida. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno de confiança de Jesus. Multiplicados no bem, os talentos crescem para Jesus. (O Consolador, questão 389.)
Se, porém, os talentos mediúnicos sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o médium entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação. (O Consolador, questão 389.)
No capítulo 2 do livro “Os Mensageiros” há relatos de inúmeros médiuns que fracassaram em sua tarefa e os respectivos motivos.

III - Como desenvolver ou educar a faculdade mediúnica

 A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porque nesse assunto a espontaneidade é indispensável, visto que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual. (O Consolador, questão 384.)
Ensina Léon Denis que, para colimar tal objetivo,  o homem tem de se submeter a uma complexa preparação e observar certas regras de conduta. 
É-lhe preciso, simultaneamente, a cultura da inteligência, a meditação, o recolhimento, e o desprendimento das coisas humanas.
A educação mediúnica exige, em primeiro plano, o conhecimento pelo estudo da mediunidade.
Depois do conhecimento, vem a educação moral e, como consequência, o exercício e a vivência da conduta cristã. (Diretrizes de Segurança, q. 102.)
Nada se conseguirá, porém, se faltarem as principais condições, que são o trabalho e a perseverança, ao lado do estudo, do exercício, da calma e da boa vontade. (Médiuns e Mediunidade, p. 44.)
Todos os dons mediúnicos – diz Cairbar Schutel –  são suscetíveis de desenvolvimento. (Médiuns e Mediunidade, p. 44.)
O melhor meio, porém, de desenvolver a mediunidade é preparar-se moral e mentalmente para poder assumir o compromisso de se tornar médium desenvolvido. Esse preparo não pode ser rápido. (Cânticos do Coração, Volume II, p. 105.)
Se a mediunidade não se apresentar espontaneamente, é sinal de que ainda não está amadurecida o bastante para explodir. (Cânticos do Coração, Volume II, p. 105.)
A faculdade mediúnica precisa ser controlada, educada, e seu possuidor reformado em seus defeitos.  (Cânticos do Coração, Vol. II, pp. 93 e 94.)
É, pois, de bom conselho repetir aos médiuns: reeduquem-se, combatam seus vícios, inclusive os mentais, aprendam a ser bons, evangelizem-se todos os dias, sejam amigos do bons livros educativos, procurem Deus através da prece. (Cânticos do Coração, Vol. II, pp. 93 e 94.)
A evangelização do médium é a sua salvação, é o amparo celeste iluminando o seu carreiro na trilha da redenção. (Cânticos do Coração, Vol. II, p. 94.)
O médium deve estudar a Doutrina Espírita e o Evangelho, diariamente, evitando o fanatismo pelas obras mediúnicas e meditando criteriosamente sobre as clássicas. (Cânticos do Coração, Volume II, p. 109.)
O desenvolvimento da mediunidade deve ser o burilamento da criatura em si. (Chico Xavier em Goiânia, pergunta 23.)
O aperfeiçoamento do instrumento naturalmente permitirá ao Espírito manifestar-se em melhores condições. (Chico Xavier em Goiânia, pergunta 23.)
É o aprimoramento moral, adquirido à custa de bons atos, bons pensamentos e bons sentimentos, que propiciará ao médium modificar seu padrão vibratório e, com isso, sintonizar com entidades mais elevadas.

IV – Necessidades do médium

O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Frequentemente, é o personalismo, a ambição, a ignorância ou a rebeldia no desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, os quais, não raro, o conduzem à invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos. (O Consolador, questão 410.)
O segundo inimigo poderoso do apostolado mediúnico situa-se no próprio seio das instituições espíritas, quando o indivíduo se convenceu quanto aos fenômenos, mas não se converteu ao Evangelho pelo coração e traz para as fileiras do Consolador os seus caprichos pessoais, as suas paixões inferiores, as suas tendências nocivas. Irônicos, acusadores, procedem quase sempre como crianças levianas e inquietas. (O Consolador, questão 410.)
A primeira necessidade do médium é, pois, evangelizar-se a si mesmo, antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois senão pode esbarrar com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão. (O Consolador, questão 387.)
O estudo da Doutrina e o cultivo da autoevangelização devem ser para ele ininterruptos. (O Consolador, questão 409.)
O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação.  Somente assim poderá habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada. (O Consolador, questão 392.)
O bom médium é o que simpatiza com os bons Espíritos e não recebe senão boas comunicações. (Revista Espírita de 1859, p. 3.)
Antes de cogitar da doutrinação dos outros, o médium sincero necessita compreender que é preciso a iluminação de si próprio pelo conhecimento, pelo cumprimento dos deveres mais elevados e pelo seu esforço na assimilação perfeita dos princípios doutrinários, sem jamais descuidar-se da vigilância. (O Consolador, questão 409.)
A alma exerce sobre os Espíritos uma espécie de atração, ou repulsão, conforme o grau de semelhança existente entre eles. Os bons têm afinidade com os bons, e os maus com os maus.
Eis o que atrai os bons Espíritos: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor ao próximo e o desprendimento das coisas materiais.  [L.M., item 227.]
Eis o que os repele: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria. [L.M., item 227.]
De todas as disposições morais, a que maior entrada oferece aos Espíritos imperfeitos é o orgulho, que se desenvolve no médium à medida que cresce sua faculdade. (Revista Espírita de 1859, p. 36.)

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Na próxima terça-feira apresentaremos aqui a conclusão do seminário, para que os leitores deste blog, caso queiram, possam acompanhar os estudos que fizemos.



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