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domingo, 23 de junho de 2013

Clamor das massas


Nenhuma pessoa que ame este País e deseja o bem-estar para todos os brasileiros pode negar a importância das manifestações que tomaram o Brasil nas últimas semanas.
Iniciadas em São Paulo, elas se espalharam por todas as capitais dos Estados e pelas cidades do interior mais importantes, para mostrar que esta nação necessita de maior seriedade e sensibilidade no trato da coisa pública.
Uma educação de qualidade, um sistema de transporte rápido e digno, assistência médica para todos, independentemente de terem ou não planos de saúde, tolerância zero com a corrupção, fim da impunidade, segurança efetiva para que se possa ir e vir sem medo, eis algumas das bandeiras que, sem cor partidária nem finalidade eleitoreira, foram apresentadas com clareza na sucessão dos dias. Fosse em Porto Alegre ou em Macapá, na gigantesca São Paulo ou na pequena e não menos importante Cataguases, o povo expressou toda a sua indignação com o que vem ocorrendo neste país, onde a corrupção, o descaso, o deboche e a indiferença atingiram níveis jamais vistos.
É-nos, por isso, difícil acrescentar alguma coisa, razão pela qual fazemos nossas as palavras que, com o título de “Clamor social: o clímax e a indiferença dos governantes”, Divaldo Franco escreveu em seu artigo quinzenal publicado no dia 20 de junho no jornal A Tarde, de Salvador-BA.
Eis o texto assinado por Divaldo:
“Quando as injustiças sociais atingem o clímax e a indiferença dos governantes pelo povo que estorcega nas amarras das necessidades diárias, sob o açodar dos conflitos íntimos e do sofrimento, se generaliza, nas culturas democráticas, as massas correm às ruas e às praças das cidades para apresentar o seu clamor, para exigir respeito, para que sejam cumpridas as promessas eleitoreiras que lhes foram feitas...
Já não é mais possível amordaçar as pessoas, oprimindo-as e ameaçando-as com os instrumentos da agressividade policial e da indiferença pelas suas dores.
O ser humano da atualidade encontra-se inquieto em toda parte, recorrendo ao direito de ser respeitado e de ter ensejo de viver com o mínimo de dignidade.
Não há mais lugar na cultura moderna para o absurdo de governos arbitrários, nem da aplicação dos recursos que são arrancados do povo para extravagâncias disfarçadas de necessárias, enquanto a educação, a saúde, o trabalho são escassos ou colocados em plano inferior.
A utilização de estatísticas falsas, adaptadas aos interesses dos administradores, não consegue aplacar a fome, iluminar a ignorância, auxiliar na libertação das doenças, ampliar o leque de trabalho digno em vez do assistencialismo que mascara os sofrimentos e abre espaço para o clamor que hoje explode no País e em diversas cidades do mundo.
É lamentável, porém, que pessoas inescrupulosas, arruaceiras, que vivem a soldo da anarquia e do desrespeito, aproveitem-se desses nobres movimentos e os transformem em festival de destruição.
Que, para esses inconsequentes, sejam aplicadas as corrigendas previstas pelas leis, mas que se preservem os direitos do cidadão para reclamar justiça e apoio nas suas reivindicações.
O povo, quando clama em sofrimento, não silencia sua voz, senão quando atendidas as suas justas reivindicações. Nesse sentido, cabe aos jovens, os cidadãos do futuro, a iniciativa de invectivar contra as infames condutas... porém, em ordem e em paz.”


Texto escrito por mim para publicação na edição 318 da revista “O Consolador” – www.oconsolador.com




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