A brandura
Andradina América de
Andrada e Oliveira
Asserena-te e vara a
desventura
No caminho de dor,
áspero e azedo;
Serenidade – o lúcido
segredo
Em que a vida se
eleva e transfigura.
Tudo cresce na força
da brandura.
A água desgasta os
punhos do rochedo;
Olha a chuva cantando
no arvoredo,
A transfundir-se em
pão, bondosa e pura.
De coração batido e
lodo à face,
Inda que o fel da
injúria te traspasse,
Semeia o bem que as
mágoas alivia...
Mesmo trazendo o
peito por cratera,
Suporta, ampara e
crê, ajuda e espera,
Que amanhã será
sempre novo dia.
Andradina América de Andrada e
Oliveira nasceu em Porto
Alegre , Rio Grande do Sul, em 12 de Junho de 1878 e faleceu em S. Paulo-SP , em 19 de
Junho de 1935. O soneto acima integra o livro “Antologia dos Imortais”,
psicografado pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
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