CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Sou Téo, um garoto comum do ensino fundamental
de uma escola pública no século XXI. Tenho de fazer um trabalho para a Feira de
Ciências com o seguinte tema: Qual planeta gostaria de conhecer melhor e
futuramente morar?
O professor nos passou um material amplo com o
assunto em questão.
Trazia informações sobre alguns planetas já conhecidos, pelo
menos por nome, como: Júpiter, Plutão, Netuno. Li todo o conteúdo; gostei mais
de um do que de outros, mas em minha mente já havia toda a imagem do planeta
dos meus sonhos.
De início, era preciso desenhar e montar uma
maquete do lugar. Nunca fui bom em artes, mas não havia outro meio, eu
precisava fazer, valia nota. Pronto. Tinha o material necessário; porém, nossa
imaginação cria tudo com muita rapidez, facilidade, com detalhes e de forma tão
generosa para se consertar, adaptar-se, até se moldar conforme a imagem
idealizada, bem diferente da prática.
Comecei pelo começo, ou seja, a base. Aprendi
que aqui na Terra todo lugar necessita de um chão para se firmar, aprendi que
isso se chama gravidade, mas o meu planeta pode ser como desejo.
O lugar era, antes de tudo, limpo e organizado,
pois não se pode realizar grandes feitos em meio à bagunça e sujeira; amplo,
sem tantas coisas aglomeradas, de fato quando muitos objetos ficam amontoados,
a energia existente não é tão boa; isso aprendi com um inesquecível professor
no ano passado... ele vivia com amor à vida.
No meu planeta, a compreensão, a ajuda, a
disciplina, o respeito, o amor seriam nossos como o ar é do pulmão; como a água
é para a vida; como a bondade é para o manso coração.
Haveria muito desenvolvimento, no entanto, a
modernidade não atrapalharia o que há de melhor: o relacionamento entre os
seres. Haveria também muitos animais e nenhum aprisionado, muito menos
maltratado; os moradores compreenderiam que uma pessoa sozinha, raramente, é
capaz de realizar grandes ações, mas quando se somam braços e bom sentimento,
sempre se conquistam patamares elevados.
A fauna, a flora, os rios, os mares, o céu, o
sol e o ar, penso que seja melhor com ar, embora muitos planetas não mais
necessitem, seriam preservados para o uso produtivo, eficaz e vital.
As casas seriam todas de forma igualável e com
muitas flores coloridas na entrada; no quintal, pés de frutas alimentariam,
salutarmente, seus moradores e embelezariam os terrenos sob medida. Os
animaizinhos seriam bem cuidados e respeitados, ou melhor, nossos irmãos
menores receberiam o amparo e a proteção.
Os muros seriam bem baixinhos, somente para a
constatação e organização do espaço; todos seriam parte do todo. O vizinho
seria um amigo morando ao lado; cada cidade preencheria o ambiente planetário.
Haveria, para os seus moradores, tudo do que
necessitassem, nem de menos, nem de mais; prevaleceria o equilíbrio, ajuste
perfeito para o progresso.
A harmonia seria o sopro em todo lugar.
Então, esse seria o planeta no qual gostaria de
morar, pois já o conheço de forma consciente ou não, por saber que há sempre
algo melhor a desvendar, a sentir, a viver, a construir.
O professor não me deu a nota máxima pelo
trabalho, mas se sentiu feliz por perceber que este planeta está em mãos de
idealizadores com olhos para conquistas próximas e benéficas, e que o planeta
sugerido é o reflexo para toda realização a ser alcançada.
Ah, o nome do meu planeta... é Felicidade.
Tenho certeza de que a Terra passará por essa
feliz denominação.
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