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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sensível mundo novo

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Sou Téo, um garoto comum do ensino fundamental de uma escola pública no século XXI. Tenho de fazer um trabalho para a Feira de Ciências com o seguinte tema: Qual planeta gostaria de conhecer melhor e futuramente morar?
O professor nos passou um material amplo com o assunto em questão. Trazia informações sobre alguns planetas já conhecidos, pelo menos por nome, como: Júpiter, Plutão, Netuno. Li todo o conteúdo; gostei mais de um do que de outros, mas em minha mente já havia toda a imagem do planeta dos meus sonhos.
De início, era preciso desenhar e montar uma maquete do lugar. Nunca fui bom em artes, mas não havia outro meio, eu precisava fazer, valia nota. Pronto. Tinha o material necessário; porém, nossa imaginação cria tudo com muita rapidez, facilidade, com detalhes e de forma tão generosa para se consertar, adaptar-se, até se moldar conforme a imagem idealizada, bem diferente da prática.
Comecei pelo começo, ou seja, a base. Aprendi que aqui na Terra todo lugar necessita de um chão para se firmar, aprendi que isso se chama gravidade, mas o meu planeta pode ser como desejo.
O lugar era, antes de tudo, limpo e organizado, pois não se pode realizar grandes feitos em meio à bagunça e sujeira; amplo, sem tantas coisas aglomeradas, de fato quando muitos objetos ficam amontoados, a energia existente não é tão boa; isso aprendi com um inesquecível professor no ano passado... ele vivia com amor à vida.
No meu planeta, a compreensão, a ajuda, a disciplina, o respeito, o amor seriam nossos como o ar é do pulmão; como a água é para a vida; como a bondade é para o manso coração.
Haveria muito desenvolvimento, no entanto, a modernidade não atrapalharia o que há de melhor: o relacionamento entre os seres. Haveria também muitos animais e nenhum aprisionado, muito menos maltratado; os moradores compreenderiam que uma pessoa sozinha, raramente, é capaz de realizar grandes ações, mas quando se somam braços e bom sentimento, sempre se conquistam patamares elevados.
A fauna, a flora, os rios, os mares, o céu, o sol e o ar, penso que seja melhor com ar, embora muitos planetas não mais necessitem, seriam preservados para o uso produtivo, eficaz e vital.
As casas seriam todas de forma igualável e com muitas flores coloridas na entrada; no quintal, pés de frutas alimentariam, salutarmente, seus moradores e embelezariam os terrenos sob medida. Os animaizinhos seriam bem cuidados e respeitados, ou melhor, nossos irmãos menores receberiam o amparo e a proteção.
Os muros seriam bem baixinhos, somente para a constatação e organização do espaço; todos seriam parte do todo. O vizinho seria um amigo morando ao lado; cada cidade preencheria o ambiente planetário.
Haveria, para os seus moradores, tudo do que necessitassem, nem de menos, nem de mais; prevaleceria o equilíbrio, ajuste perfeito para o progresso.
A harmonia seria o sopro em todo lugar.
Então, esse seria o planeta no qual gostaria de morar, pois já o conheço de forma consciente ou não, por saber que há sempre algo melhor a desvendar, a sentir, a viver, a construir.
O professor não me deu a nota máxima pelo trabalho, mas se sentiu feliz por perceber que este planeta está em mãos de idealizadores com olhos para conquistas próximas e benéficas, e que o planeta sugerido é o reflexo para toda realização a ser alcançada.
Ah, o nome do meu planeta... é Felicidade.
Tenho certeza de que a Terra passará por essa feliz denominação.


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