CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Infinitos pontos iluminados, uns mais próximos,
outros nem tanto. A pintura estava com um tom encorpado. Em segundo plano ainda
restava a tonalidade alaranjada da energia mais quente; em primeiro, os
transeuntes ali estavam inquietos e pulsava toda a agitação do centro urbano.
Final de tarde.
A imensidão celeste é esplêndida; dificilmente
se verifica o início, tampouco o seu fim. Existe e é a razão de assuntos
teóricos, místicos, históricos, relativos, cenários de prosa e, além de tudo,
passagem. Alguns dizem que é a passagem para o mundo dos espíritos, mas eles
estão aqui conosco; somos um estágio enlaçado em outro, no entanto, dimensões
distintas.
A grandeza da vida é infinita e por enquanto
somos nós pequeninos seres olhando para o imenso celeste. Mas a cada dia, um
pouquinho mais, crescemos - é o esperado - e o céu se aproxima por causa do
nosso amadurecimento.
As crianças olham de dia para o céu e veem
desenhos de carneirinhos, cachorrinhos, ursinhos tão ternos nas nuvens; à
noite, essas crianças, no mesmo céu, reconhecem o lar de onde vieram. Estrelas
brilham, suscitam saudade de outro lugar; como aperta o peito, mas as crianças,
normalmente, não conseguem ainda se expressar e é tão recente a vinda para cá.
Estar no céu, expressão que delibera bem-estar e
plenitude. Também é para onde se quer ir após a passagem, a transição
inevitável.
Céu, na verdade, é o estado no qual o espírito
se encontra; é a conduta reta diante das decisões e caminhadas; é o cumprimento
do dever e a satisfação dos direitos conquistados; é servir o próximo quando
este tanto necessitar; é olhar ao redor e perceber que se pode amparar; é
inflar o coração do mais benéfico sentimento amoroso, piedoso, fraterno e
compreensivo. Céu é poder trilhar com a consciência leve e em paz e perceber
quanto, a cada amanhecer, se é capaz de bem realizar.
O infinito céu permanece intacto, confiável,
decidido porque conquistou seu espaço, formato e eternidade. Tudo é concedido
pelos méritos apresentados. O céu possui o ar aprazível devido à sua energia; o
espírito escala sua atmosfera por meio dos seus pensamentos, palavras,
sentimentos e atitudes.
Estaremos no céu quando o nosso coração estiver
em paz, com a consciência feliz pelos bons atos e pela aquisição de aprendizado
que se transforma em sublime luz para a emancipação do espírito.
E o céu, à noite, estava estrelado, vivo,
intenso; quando amanheceu, transformou-se no mais belo azul regenerador e
sublime.
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