Suave caminho
Mário Pederneiras
Assim... Ambos assim,
no mesmo passo,
Iremos percorrendo a
mesma estrada;
Tu, no meu braço trêmulo amparada,
Eu, amparado no teu
lindo braço.
Ligados neste arrimo,
embora escasso,
Venceremos as urzes
da jornada...
E tu te sentirás
menos cansada
E eu menos sentirei o
meu cansaço.
E assim, ligados
pelos bens supremos,
Que para mim o teu
carinho trouxe,
Placidamente pela
vida iremos,
Calcando mágoas,
afastando espinhos,
Como se a escarpa
desta vida fosse
O mais suave de todos
os caminhos.
Mário Pederneiras nasceu no Rio
de Janeiro em 1868 e faleceu na mesma cidade em 1915, deixando para nosso
encantamento “Agonia”, “Rondas Noturnas” e “Outono”.
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