Um leitor, reportando-se ao tema emancipação da alma,
pergunta-nos:
· durante o sono
corpóreo, a alma também dorme ao lado do corpo?
· quando a alma se
afasta do corpo, como se dá a comunicação entre eles?
Os dois assuntos foram tratados com clareza por Allan
Kardec, como o leitor pode conferir lendo Obras
Póstumas, um livro publicado depois da desencarnação do Codificador do
Espiritismo, composto por artigos e textos que ele deixara, muitos deles até
então inéditos.
A resposta à primeira pergunta é: não.
Geralmente, a alma não dorme ao lado do corpo; somente
o corpo repousa durante o sono corpóreo.
É claro que pode haver situações em que, em estado de
perturbação ou enfermidade, a alma permaneça ao lado do corpo que dorme, mas
isso é, antes, uma exceção à regra, segundo a qual a alma aproveita o repouso
corporal e os momentos em que sua presença não se faz necessária, para ir a
outros lugares, dando atenção a assuntos e tarefas que é preciso atender.
É dessa movimentação que resultam os chamados sonhos,
que, em linhas gerais, são a recordação do que se passou durante o tempo em que
o corpo repousava.
Estando a alma distante do corpo, como eles se
comunicam?
Esta é uma questão interessante e, sem dúvida,
importante.
Segundo aprendemos na doutrina espírita, durante a
existência corpórea a alma jamais está completamente separada do corpo. Seja
qual for a distância a que ela se transporte, está sempre ligada ao veículo
físico por um laço fluídico que serve para chamá-la, caso sua presença se faça
necessária.
Esse laço somente se desata com a morte e é a isso – a
separação definitiva entre alma e corpo – que chamamos desencarnação.
Para compreender melhor a explicação, imaginemos
alguém que esteja dormindo profundamente. Ocorre na casa alguma emergência e
essa pessoa é sacudida, para que desperte. A sacudidela chega ao conhecimento
da alma por meio desse laço fluídico e, então, ela retorna, assume o corpo
físico e desperta.
Além do sono, existem outros fenômenos conhecidos de
emancipação da alma durante a existência corpórea. O sonambulismo e o êxtase, a
letargia e a catalepsia são alguns desses fenômenos, todos eles examinados por
Allan Kardec e por diversos autores espíritas.
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