CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
O menino, deitado na
grama, admirava o céu e imaginava como criaria uma árvore. Pela riqueza
criativa das crianças, essa árvore seria realmente muito encantadora, frondosa
e a mais bonita com suas folhas brilhantes e verdes, seu tronco bem alto e
forte; nem com a tempestade poderia se abalar. Seria essa uma possibilidade da
criação.
E o brilho de seus olhos
se intensificava olhando para o alto. Suspirou e começou a imaginá-la.
– Plantaria a minha
árvore numa terra forte e faria um buraco fundo para sua raiz ficar bem segura;
depois de plantada, todos os dias, regaria um pouco, não muito, tudo deve ter
seu equilíbrio; falaria, com carinho, quanto é importante para mim;
acompanharia, diariamente, seu crescimento; à querida árvore daria a minha
proteção.
E os pensamentos voavam
longe, criavam formas com características perfeitas. Seu desejo tornava-se
exageradamente real que o sorriso do menino passou a nascer com facilidade
durante o momento da criação. Finalmente, a árvore já estava crescida, formada
e com suas folhas e frutos completando-a.
Então, para si,
descreveu em voz alta como seria a sua árvore:
– Que linda! Minha
árvore está pronta. É da altura do alcance das mãos, pois assim, quem quiser
colher seu fruto poderá, com prontidão, retirá-lo. Esse fruto será variado,
agradando ao maior número de pessoas.
E continuava:
– Depois de alimentadas
por ele, as pessoas se sentiriam muito bem, como se um conhecimento a mais
despertasse na mente e no coração; quando retirado um fruto, mais três
nasceriam no lugar. Com essa árvore, toda a rua, o bairro, a cidade, o país...
melhor se entenderiam. O Planeta brilharia ainda mais e a vida agradeceria a
todos por compreendê-la e preservá-la. Ela se chamaria “árvore do
conhecimento”, pois os seus frutos seriam livros... livros com as palavras em
arranjo para a sonata do ensino. Histórias contadas com amor, com brandura, com
a realidade de se aprender o conteúdo que responda aos porquês da grandeza da
vida e, assim, mais e mais valorizá-la.
Seus olhos mais
brilhavam...
– Da minha árvore,
ninguém sairia de perto, ao contrário, as pessoas gostariam de se aconchegar
sob o consolo dos aflitos, sob a resposta para infinitas perguntas, sob o
entendimento eficiente de quem são, onde estão e para onde irão. A
acessibilidade atual do conhecimento se assemelha com a árvore criada pela
minha imaginação real.
E assim, o menino criara
sua linda árvore levando luz a todos que se interessassem e desejassem
melhorar. Ele compreendia, de alguma forma, que a felicidade se associa ao entendimento,
pois quando se compreende, aceita-se com amor e vive-se com sabedoria.
Depois de sua conquista,
o menino recobrou energia, abriu os olhos, viu o céu e sentiu algo em seu
peito. Passou a mão e verificou que era um dos frutos de sua árvore. O nome do
fruto era “O menino que gostava de ler”, livro que trouxera junto quando se
deitou na grama verdinha daquela tarde de setembro.
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