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terça-feira, 8 de abril de 2014

Observações sobre a real essência da vida


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Apreciar é uma arte.
A apreciação consiste em amar e nunca possuir, pois a posse aprisiona tanto o ser possuído quanto o seu possuidor.
Tudo é na vida. Cada ínfima partícula é um ser que completa o todo.
O filho é o companheiro mais próximo por suas várias razões decorridas ao longo do tempo, mas é, antes de tudo, um olhar que quer o horizonte e necessita conquistar o seu raio de luz. Deve, sim, receber orientação e amor, e nunca ser aprisionado pela exigência paternal.
O cônjuge pode ser um amigo a compartilhar as vitórias, a abraçar as causas justas, a crescer e propiciar crescimento ao companheiro da hora. Também pode ser a esposa como o marido notáveis inimigos a se reconciliarem no pulsar do tempo; em ambos os casos são espíritos na gradação universal e precisam da liberdade da vida.
Dessa forma, o caminheiro fraterno pode ser um companheiro de mesmo ideal e de harmônica sintonia, com o qual tanto se é capaz de realizar em benefício de um futuro produtivo para muitos outros irmãos; como pode ser o caminheiro de vivências anteriores, tão prejudicado, por quem hoje está em sua companhia imbuído de muito auxiliá-lo.
Por isso, qualquer sentimento que ainda não emite luz e bem-estar é aprisionador e a vida é para ser apreciada, é para cada vez mais o seu integrante querer, dela, participar.
Se há amor, há todos os outros nobres sentimentos em sustentação do maior.
Cada ser possui seus direitos e seus deveres e ambos são benéficos para todos.
Quando um ser se apodera de algo do qual gosta muito, sim, tê-lo-á junto de si ou até mesmo em suas mãos; porém, quando a flor é arrancada, em breve deixará de ser flor; quando alguém é aprisionado, não será mais feliz.
Onde houver amor, haverá aproximação natural. A sabedoria mostra que se pode ter o mundo inteiro no nosso coração por meio do pensamento e sentimento, dons eternos, sem a mínima necessidade de enclausurar o ser amado. Quando há clausura, não há amor.
E assim, por tanto ainda a dizer sobre a vida, sinto que há muito mais belezas a cultivar, amores a se amar, liberdade a ser livre, bem mais sorrisos a nascer, uma vida inteira a apreciar.
Colocaria o ponto final, mas justamente agora, um beija-flor, iluminado e colorido, beberica do suco de uva de meu copo e eu o aprecio com o amor que sinto pela vida. Fiz questão de lhe relatar, pois ele é a justa descrição do que realmente é viver: liberdade, leveza, equilíbrio, entendimento, amor.
Ninguém é posse, mas todos são seres vitais completando o cenário maior.

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