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quinta-feira, 1 de maio de 2014

É possível a comunicação mediúnica entre vivos?



Um leitor pergunta-nos se é possível a comunicação mediúnica com um Espírito ainda encarnado.
Sim, o fato é possível e foi tratado por Allan Kardec e também por Ernesto Bozzano, autor de um clássico sobre o assunto: “Comunicações mediúnicas entre vivos”.
Kardec examinou o assunto na Revista Espírita de 1859, 1860, 1865, 1867 e 1869, bem como em Obras Póstumas.
Comentando um caso de aparição de um jovem encarnado à sua mãe, relatado pelo Journal de Rouen de 22/12/1868 e reproduzido pela Revista Espírita, Allan Kardec, além de considerar o fato possível, explicou que o fenômeno se devia à faculdade que tem a alma de desprender-se do corpo físico e aparecer a distância. Foi o que ocorreu.
Uma outra dúvida, pertinente ao caso, foi quanto à roupa usada na aparição pelo jovem. A vestimenta também se desprende? Kardec foi taxativo: tanto as roupas, quanto o corpo material, ficaram em seu lugar. O Espírito do jovem apresentou-se diante de sua mãe com o corpo perispiritual e bastou-lhe pensar em sua roupa habitual para que esse pensamento desse ao seu perispírito as aparências dessa roupa. “As formas exteriores que revestem os Espíritos que se tornam visíveis – diz Kardec – são, pois, verdadeiras criações fluídicas, muitas vezes inconscientes. A roupa, os sinais particulares, os ferimentos, os defeitos físicos, os objetos que usa, são o reflexo de seu próprio pensamento no envoltório perispiritual.” (Revista Espírita de 1869, pp. 73 a 75.)
Dos casos mencionados por Kardec na Revista Espírita, dois merecem destaque.
O primeiro diz respeito a um jovem de 13 anos, Charles de Saint-G..., cujas faculdades intelectuais eram praticamente nulas. Charles seria o que hoje chamamos de criança especial.
Com a permissão do Espírito de São Luís, Kardec evocou o Espírito de Charles, cujo corpo dormia naquele momento. Charles se manifestou. No diálogo com o Codificador, ele revelou ter consciência do seu estado e sabia por que nascera naquelas condições. "Sou um pobre Espírito ligado à terra, como uma ave por um pé", definiu o jovem.
Kardec, comentando o caso, diz que a imperfeição dos órgãos é apenas um obstáculo à livre manifestação das faculdades, mas não as aniquila. (Revista Espírita de 1860, pp. 181 a 183.)
O outro caso relatado na Revista Espírita reporta-se a um diálogo travado no ano de 1862 entre o sr. Rul, membro da Sociedade Espírita de Paris, e o Espírito de um jovem surdo-mudo de 12 a 13 anos, ainda encarnado. Na conversa, o jovem disse que nascera assim como expiação de seus crimes no passado: ele fora parricida. (Revista Espírita de 1865, pp. 19 e 20.)




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