Demos
sequência ontem à noite no Centro Espírita Nosso Lar ao estudo do livro Ação e
Reação, de André Luiz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco
Cândido Xavier, publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis o roteiro
e o texto que serviram de base ao estudo:
Questões para debate
A. Como Silas
compensaria Aída do mal que lhe causara?
B. Existe, de
fato, a regular nossos atos, a chamada lei de ação e reação?
C. A confissão
de Silas exerceu algum efeito sobre os irmãos Clarindo e Leonel?
Texto para leitura
58. Silas fala de seu retorno à carne
– Findo o relato, Leonel rompeu o silêncio perguntando a Silas se ele
retornaria à existência na carne, assim tão breve. "Oh! quem me dera a
ventura de regressar tão apressadamente quanto possível!..." -- suspirou o
Assistente, acrescentando: "O devedor está inelutavelmente ligado ao
interesse dos credores... Assim, antes de tudo, é imprescindível venha a
encontrar minha madrasta, no vasto país de sombra em que nos achamos, para
encetar a difícil tarefa de minha liberação moral". Era preciso lembrar
novamente a lição do Senhor: "ajudai aos vossos inimigos". Sem
auxiliar a mulher em cujo coração criara importante adversária de sua paz, não
lhe seria possível receber o auxílio fraterno. "Vali-me da fraqueza de
Aída -- lembrou Silas -- para arrojá-la ao despenhadeiro da perturbação,
fazendo-a mais frágil do que já era em si mesma... Agora, eu e meu pai, que lhe
complicamos o caminho, somos naturalmente constrangidos a buscá-la, soerguê-la,
ampará-la e restituir-lhe o equilíbrio relativo na Terra, para que venhamos a
solver, pelo menos em parte, a nossa imensa dívida..." Seu pai e sua mãe
-- ela em estágio nas Esferas Mais Altas, como benfeitora de ambos --, tão logo
a Divina Misericórdia o permita, voltarão à carne, na condição de cônjuges,
para recolher Aída e Silas como seus filhos. "Aída e eu seremos irmãos nas
teias consanguíneas", afirmou o Assistente, acrescentando que ele se
consagraria à atividade médica e que sua madrasta renasceria em corpo franzino,
de maneira a sanar as difíceis psicoses que estava adquirindo sob o domínio das
trevas, o que lhe marcaria a existência na carne sob a forma de estranhas
enfermidades mentais. "Ser-lhe-ei, assim -- concluiu Silas --, não apenas
o irmão do lar, mas também o enfermeiro e o amigo, o companheiro e o médico,
pagando em sacrifício e boa vontade, afeto e carinho, o equilíbrio e a
felicidade que lhe furtei..." (Ação de Reação, capítulo 9, pp. 125 a 127.)
59. O serviço de resgate é pessoal e
intransferível – A confissão de Silas valia por todo um compêndio vivo
de experiências preciosas e, talvez por isso, todos entraram em grave
meditação. Hilário, contudo, como quem não desejava perder o fio do
ensinamento, indagou ao Assistente: "Meu caro, disse você estar
aguardando, em comunhão com o genitor, a alegria de reencontrar a madrasta...
Como entender-lhe a alegação? porventura, com o seu grau de conhecimento, sofre
alguma dificuldade para saber-lhe a moradia?" Silas confirmou, tristonho:
"Sim, sim..." Por que, então, os benfeitores espirituais não o
orientavam, no objetivo a alcançar? A esta pergunta de Hilário, Silas respondeu
explicando que, qual ocorre entre os homens, ali o professor não podia chamar a
si os deveres do aluno, sob pena de subtrair-lhe o mérito da lição. "Sem
dúvida -- informou -- as bênçãos de amor dos nossos dirigentes hão trazido à
minhalma inapreciáveis recursos... Conferem-me luz interior para que eu sinta e
reconheça minhas fraquezas e auxiliam-me a renovação, a fim de que eu possa
demandar, com mais decisão e facilidade, a meta que me proponho atingir... mas,
em verdade, o serviço de meu próprio resgate é pessoal e
intransferível..." Falando de si mesmo, Silas trabalhava, indiretamente,
para que Leonel e Clarindo se entregassem ao reajuste, e, de fato, pela
expressão de ambos, via-se que os dois irmãos revelavam admirável mudança
íntima. Hilário ponderou, então, que todo aquele drama deveria estar vinculado
a causas do pretérito... Silas confirmou, mas lembrou que naquela atormentada
região não havia tempo mental para qualquer prodígio da memória:
"Achamo-nos presos à recordação das causas próximas de nossas angústias,
dificultando-se-nos a possibilidade de penetrar o domínio das causas remotas,
porquanto a situação de nosso espírito é a de um doente grave, necessitado de
intervenção urgente, a favor do reajuste". (Obra citada, capítulo 9, pp. 127 e 128.)
61. O caso Laudemira – Na noite
seguinte, de regresso ao lar de Luís, André percebeu que o quadro não se
alterara. O sitiante continuava no desequilíbrio de antes, mas Clarindo e
Leonel estavam claramente desligados daquele painel de sombra. Era evidente que
haviam tomado a confissão de Silas para valiosas reflexões. Observando-lhes a
metamorfose, o Assistente convidou-os a acompanhá-lo e, pouco depois,
conseguindo ambos volitar, unidos à caravana socorrista, chegaram com André,
Hilário e o Assistente a vasto hospital situado em movimentada cidade
terrestre. Na portaria, um dos vigilantes espirituais dirigiu-se carinhosamente
a Silas, em saudação fraterna. Era Ludovino, encarregado da necessária
vigilância, a benefício de alguns enfermos de cuja reencarnação cuidava a
Mansão. O Assistente perguntou-lhe por Laudemira, uma das gestantes internadas
no hospital, e Ludovino informou que tudo indicava que ela sofreria perigosa
intervenção, esclarecendo: "Envolta nos fluidos anestesiantes que lhe são desfechados
pelos perseguidores, durante o sono, tem a vida uterina sensivelmente
prejudicada por extrema apatia. O cirurgião voltará dentro de uma hora e, na
hipótese de os recursos aplicados não surtirem efeito, providenciará uma
cesariana como remédio aconselhável..." Silas mostrou-se preocupado com a
cirurgia, porque -- segundo informou -- Laudemira deveria receber ainda mais
três filhos, o que seria inviável com a cesariana. Não havia, pois, tempo a
perder, e eles se dirigiram, de imediato, a uma pequena enfermaria, onde jovem
senhora se lamentava, aflita, tendo a seu lado simpática matrona de cabelos
nevados, em cuja ternura percebia-se a presença materna. (Obra citada, capítulo 10, pp. 131 a 133.)
Respostas às questões propostas
A. Como Silas compensaria Aída do mal que
lhe causara?
Aída e ele
reencarnariam mais tarde, na condição de irmãos consanguíneos. Ele se
consagraria à atividade médica e a ex-madrasta renasceria em corpo franzino, de
maneira a sanar as difíceis psicoses que estava adquirindo sob o domínio das
trevas, o que lhe marcaria a existência na carne sob a forma de estranhas
enfermidades mentais. "Ser-lhe-ei, assim – explicou Silas –, não apenas o
irmão do lar, mas também o enfermeiro e o amigo, o companheiro e o médico,
pagando em sacrifício e boa vontade, afeto e carinho, o equilíbrio e a
felicidade que lhe furtei..." (Ação e Reação, cap. 9, pp. 125 a 127.)
B. Existe, de fato, a regular nossos atos,
a chamada lei de ação e reação?
Sim. A lei é,
com efeito, de ação e reação. A ação do mal pode, às vezes, ser rápida, mas
ninguém sabe quanto tempo exigirá o serviço da reação, indispensável ao
restabelecimento da harmonia da vida, quebrada por nossas atitudes contrárias
ao bem. Espírito algum – explicou Silas – penetrará o Céu sem a paz de
consciência, e, se é mais fácil apagar as nossas querelas e retificar nossos
desacertos enquanto estagiamos no mesmo caminho palmilhado por nossas vítimas
na Terra, é muito difícil providenciar a solução de nossos criminosos enigmas
quando já nos achamos mergulhados nos nevoeiros infernais. (Obra citada, cap.
9, pp. 128 a
130.)
C. A confissão de Silas exerceu algum
efeito sobre os irmãos Clarindo e Leonel?
Evidentemente.
Os irmãos citados haviam tomado a confissão de Silas para valiosas reflexões.
Foi por isso que, observando-lhes a metamorfose, Silas convidou-os a
acompanhá-lo e, pouco depois, conseguindo ambos volitar, unidos à caravana
socorrista, chegaram com André, Hilário e o Assistente a vasto hospital situado
em movimentada cidade terrestre. (Obra citada, cap. 10, pp. 131 a 133.)
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