Um leitor apresenta-nos uma questão já levantada
anteriormente por outros leitores. Trata-se do crescimento populacional da
Terra. Pergunta ele como podemos justificar, à luz da doutrina da reencarnação,
o aumento contínuo da população do planeta. De onde viria esse acréscimo
extraordinário que se verifica a cada ano em nosso globo?
O crescimento da população da Terra tem sido, como
sabemos, utilizado com frequência pelos que combatem a ideia da reencarnação,
mas essa é, em verdade, uma crítica infantil à tese da palingenesia.
É bom recordar que em 1964, em mensagem publicada no "Anuário Espírita", André Luiz (Espírito) revelou-nos que a população
desencarnada da Terra andava perto de 21 bilhões de Espíritos. Como o planeta
registrava na época cerca de 3 bilhões de habitantes – equivalente a 1/8 do
contingente total de encarnados e desencarnados –, não é difícil entender que a
margem para o crescimento populacional em nosso globo é muito grande.
Há, além disso, um fato que os espíritas conhecem e
que tais pessoas evidentemente ignoram, que é o processo migratório que se
verifica entre os diferentes planetas, de tal modo que podemos comparar nosso
globo a uma cidade universitária que recebe periodicamente novas levas de
estudantes provenientes de outras localidades.
Lemos em O Evangelho segundo o Espiritismo uma mensagem
assinada pelo Espírito de Santo Agostinho que nos dá uma informação importante
a respeito da composição dos habitantes da Terra:
“As raças a que chamais selvagens são formadas de
Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim
dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos
mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses
mesmos os Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças
indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos
seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos
povos mais esclarecidos.
Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir
dessa forma, são exóticos na Terra; já estiveram noutros mundos, donde foram
excluídos em consequência da sua obstinação no mal e por se haverem
constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser
degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a
missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo
inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí
vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais
inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se
revestem os infortúnios da vida. É que há nelas mais sensibilidade, sendo,
portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças
primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.” (O Evangelho segundo Espiritismo, cap. III, item 14.)
Obviamente, o aumento do número de habitantes
encarnados guarda relação com as possibilidades de subsistência que o globo
apresenta, o que indica que esse aumento chegará um dia, com toda a certeza, a
um limite, quando o percentual dos nascimentos deverá, então, ser equivalente
ao percentual dos falecimentos, fazendo com que o número de habitantes na Terra
se torne estável.
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