CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Sim. A cada novo momento, mais
me certifico de que levaremos somente as ações e as palavras realizadas e
também a ausência das que, por um motivo ou outro, foram contidas e deixaram de
ser degraus para um mundo melhor ou, em algumas vezes ainda, não se tornaram o
bálsamo para inúmeros corações aflitos.
Os minutos concebidos para a
admiração do céu e das flores; a atenção dada a quem tanta carência tinha de
falar; o carinho ao animalzinho dependente; a valorização da história tão
simples de alguém, mas que era todo seu enredo de vida; o cumprimento afetuoso
encontrado pelo brilho dos olhos; o abraço a alguém que tanto sonhava em recebê-lo;
a partilha de algo saboroso com quem nunca teve um doce nos seus dias; o
ensino, com ternura, ao irmão com dificuldade; a doação de um tempo a quem
tanto é necessitado; o agradecimento ao alto por tão maravilhosa oportunidade
de viver.
Nem sempre teremos os amores de
nossa vida conosco; nem poderemos retificar ações e palavras apenas quando
quisermos, pois as pessoas caminham e buscam outras estradas; nem ajudaremos
quem nos procura somente na ocasião que desejamos; também não poderemos lutar
no campo das boas causas apenas quando nos sobrar tempo.
Nada disso dependerá só de nossa
vontade, pois tudo obedece à lei universal, criada por Deus que,
demasiadamente, nos favorece com oportunidades diárias, no entanto, novas
estradas são criadas e distintos caminhos são tomados, levando-nos a corrigir
situações em tempos diferentes e, algumas vezes, longínquos, acarretando
sofrimento para a centelha que precisa aguardar o ciclo novo para reorganizar
os equívocos antes construídos.
Seres perfectíveis, sim, somos. Entretanto,
há inúmeras condições nesse tempo e espaço. Porém, única indiscutível condição
favorável é a do amor.
Em século ido, atual e futuro, o
maior sentimento capaz de realizar tantos feitos e progresso foi o amor... é o
amor... será o amor. E o Universo espera muito a resposta individual de cada
morador que nele habita.
A florzinha delicada e frágil
encanta os olhos dos valentes seres que lutam por causas notáveis ou nem tanto
para o benéfico novo brilho do mundo. Tudo possui sua importância e seu lugar,
mas na vida, com simples atitudes, tanto se pode tornar mais aprazível e feliz.
O primeiro ato de ajuda individual e universal é fazer ao próximo o que se
deseja a si próprio, pois quando, esclarecido, ou em seu início de
esclarecimento, o espírito já é capaz de definir os bons atos das miseráveis
ações.
A eternidade nos aguarda, no
entanto, agora é o momento ideal para reconciliar-se com o companheiro de
distintas ideias. Traga para os braços o irmão menor que ainda não conquistou
discernimento e, por meio dos bons exemplos, aclare-o com a luz, pois a nossa
bagagem será somente a que couber no coração. A bondade é o maior símbolo da
existência do amor.
Sim, a vida é agora e é o mesmo
tempo para se realizar o bem. Que os atos amorosos no campo próximo e no campo
transcendente entre continentes e planos possam muito se edificar.
Entre tanto a fazer, encerro
essas palavras; há alguém que chama por meu nome exatamente agora, pode ser um
irmão a quem tanto devo atenção e amor e para o qual a oportunidade me abriu a
porta. Não posso deixá-lo esperar, pois da mesma forma inesperada que vem a
ocasião também pode ir e demorar-se meses e anos incontáveis para tornar-se
nova situação oportuna de reparo pelos atos ainda infelizes.
Ontem o sol estava tão intenso e
cheio de energia; o céu, azul, protegia a multidão dos seres; o vento, fresco e
ameno, soprava anunciando a metamorfose da vida. Tudo se movimenta e se renova.
Hoje, bem de manhãzinha, já ouvia o barulho da chuva mansa, alimentando a
natureza. A sabedoria divina encadeia todos os seres e acontecimentos ao
progresso.
E o coração, responsável por si,
criará as ações e as palavras lançadas à vida, também será contemplado pela
reação que tudo criou. Bem mais harmoniosa será a bondade como resultado final.
A chuva passou e o céu azul
voltou a proteger os seres que estão sob seu olhar.
Pássaros, livres, voavam no
horizonte.
Então, agora vou. Senhor
Estêvão, meu vizinho, pede por ajuda.
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