Neste domingo que antecede o Natal não nos seria possível deixar de acentuar, como já fizemos
anteriormente, quão importante é a presença de Jesus em nossas vidas.
Governador
espiritual do planeta, que administra com zelo desde os primórdios do nosso
orbe, o Mestre não se encontra, como alguns pensam, ausente dos problemas e das
grandes decisões relativas ao desenvolvimento do mundo e de nós que o
habitamos.
Inúmeros
fatos poderiam ser lembrados para mostrar como a ação de Jesus em benefício das
pessoas se exerce em nosso meio.
André Luiz reporta-se
ao assunto no cap. 1 do seu livro Obreiros
da Vida Eterna, obra psicografada por Chico Xavier, publicada em 1946.
Referimo-nos ao depoimento que o Instrutor Albano Metelo fez e André anotou
nessa obra.
Albano Metelo
relatou ao grupo de Espíritos que o ouviam sua experiência pessoal em busca da
iluminação própria, que noutro tempo ele procurara atingir, apressadamente. A
Luz o fascinava e, por isso, rompeu todos os laços que o retinham embaixo,
encetando a jornada ascensional. No início, feriu-se nos espinhos pontiagudos
da estrada e experimentou atrozes desenganos. Conseguiu, porém, vencer os
óbices imediatos, ganhando, jubiloso, pequenina eminência. Olhando em torno de
si, espantou-o, contudo e de modo intenso, a visão terrífica do vale: o
sofrimento e a ignorância dominavam em plena treva. Disputas, ódios, egoísmo e
a vaidade imperavam, criando sofrimentos por toda parte.
Metelo chegou
a julgar-se feliz, diante da posição que o distanciava de tantas angústias.
Mas, quanto mais se vangloriava, notou que em certa noite o vale fora invadido
por refulgente luz. Que sol misericordioso visitava o antro sombrio da dor?
Seres angélicos desciam, céleres, de radiosos pináculos, acorrendo às zonas
mais baixas, obedecendo ao poder de atração da claridade bendita. Perguntou,
então: "Que acontecera?" Um mensageiro espiritual lhe respondeu:
"O Senhor Jesus visita hoje os que erram nas trevas do mundo, libertando
consciências escravizadas".
Aquilo lhe
serviu de grande lição. Para onde marchava seu Espírito, despreocupado da
imensa família humana? por que enojar-se ante o vale, se o próprio Jesus
trabalhava, solícito, para que a Luz de Cima penetrasse as entranhas da Terra?
como subir sozinho, organizando um céu exclusivo para sua alma, lastimavelmente
abstraído dos valores da cooperação que o mundo lhe prodigalizava com
generosidade e abundância?
Albano Metelo
deteve-se então e voltou nos próprios passos, porquanto, à medida que os
Espíritos penetram o domínio das alturas, imprimem-se em sua mente e coração as
leis sublimes da fraternidade e da misericórdia, tal como ocorreu com os
grandes orientadores da Humanidade, que não mediram a própria grandeza senão
pela capacidade de regressar aos círculos da ignorância, para exemplificar o
amor e a sabedoria, a renúncia e o perdão aos semelhantes.
O relato que
ora transcrevemos deve servir-nos de meditação nos dias que antecedem o Natal
que se avizinha, em que a Terra enfrenta momentos conturbados, marcados por
conflitos por toda parte, inclusive no países, como o Brasil, onde a população
se declara, majoritariamente, adepta do Cristianismo.
Distúrbios
nas ruas, crimes que não cessam, assaltos em plena luz do dia, violência nos
estádios de futebol, corrupção generalizada em todos ou quase todos os níveis
de governo, sem falarmos nas guerras que persistem em inúmeros países – eis o
retrato de uma sociedade que, apesar dos esforços de Jesus e dos benfeitores espirituais,
continua indiferente e alheia aos ensinamentos que o Meigo Nazareno nos legou
há pouco mais de 2.000 anos.
Até quando
isso ocorrerá?
A resposta a
tal pergunta o próprio Jesus disse ignorar e os anjos também a desconhecem.
Certamente, eis algo que somente o Pai sabe.
Quanto a nós,
esperamos apenas que não demore muito...
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