Reiniciaram-se
ontem à noite os estudos que fazemos semanalmente no Centro Espírita Nosso Lar
(Londrina, PR), relativamente ao livro Ação
e Reação, de André Luiz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco
Cândido Xavier e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
A seguir, o
texto que foi estudado.
Questões para debate
A. Ascânio e Lucas também se
submeteram, por expiação, a um desastre aviatório. Que fatos motivaram esse
desastre?
B. Como se deu, da parte deles, a
opção pelo desastre aviatório?
C. Nossas condições espirituais
têm influência sobre a saúde do corpo físico?
Texto para leitura
119. O caso Ascânio e Lucas - Para ilustrar melhor o
tema "resgate coletivo", Druso relatou a seguinte experiência:
"Há trinta anos, desfrutei o convívio de dois benfeitores, a cuja
abnegação muito devo neste pouso de luz. Ascânio e Lucas, Assistentes
respeitados na Esfera Superior, integravam-nos a equipe de mentores valorosos e
amigos... Quando os conheci em pessoa, já haviam despendido vários lustros no
amparo aos irmãos transviados e sofredores. Cultos e enobrecidos, eram
companheiros infatigáveis em nossas melhores realizações. Acontece, porém, que
depois de largos decênios de luta, nos prélios da fraternidade santificante,
suspirando pelo ingresso nas esferas mais elevadas, para que se lhes
expandissem os ideais de santidade e beleza, não demonstravam a necessária
condição específica para o voo anelado. Totalmente absortos no entusiasmo de
ensinar o caminho do bem aos semelhantes, não cogitavam de qualquer mergulho
no pretérito, por isso que, muitas vezes, quando nos fascinamos pelo esplendor
dos cimos, nem sempre nos sobra disposição para qualquer vistoria aos
nevoeiros do vale... Dessa forma, passaram a desejar ardentemente a ascensão,
sentindo-se algo desencantados pela ausência de apoio das autoridades que lhes
não reconheciam o mérito imprescindível". Druso disse então que, chamados
a exame devido, técnicos do Plano Superior lhes reconduziram a memória a
períodos mais recuados no tempo. Diversas fichas de observação foram
extraídas, então, do campo mnemônico, à maneira das radioscopias dos atuais
serviços médicos no mundo e, através delas, importantes conclusões surgiram à
tona... Ascânio e Lucas possuíam, efetivamente, créditos extensos, adquiridos
em quase cinco séculos sucessivos; no entanto, quando a gradativa auscultação
alcançou o século XV, algo surgiu que lhes impôs dolorosa meditação... "Arrebatadas
ao arquivo da memória e a doer-lhes profundamente no espírito, depois da
operação magnética a que nos referimos – informou Druso –, reapareceram nas
fichas mencionadas as cenas de ominoso delito por ambos cometido, em 1429,
logo após a libertação de Orleães, quando formavam no exército de Joana d'Arc.
Famintos de influência junto aos irmãos de armas, não hesitaram em assassinar
dois companheiros, precipitando-os do alto de uma fortaleza no território
de Gâtinais, sobre fossos imundos, embriagando-se nas honrarias que lhes
valeram, mais tarde, torturantes remorsos além do sepulcro." Nesse ponto,
inquiridos se desejavam prosseguir na sondagem singular, responderam
negativamente, preferindo liquidar a dívida, antes de novas imersões no passado.
(Cap. 18, pp. 247 e 248)
120. Objetivo dos resgates coletivos - Ascânio e
Lucas suplicaram, assim, o retorno ao campo dos homens, no qual pagariam o
débito aludido. Hilário, intrigado com o caso, quis saber a natureza do
resgate e Druso informou: "Já que podiam escolher o gênero de provação, em
vista dos recursos morais amealhados no mundo íntimo, optaram por tarefas no
campo da aeronáutica, a cuja evolução ofereceram as suas vidas. Há dois meses
regressaram às nossas linhas de ação, depois de haverem sofrido a mesma queda
mortal que infligiram aos companheiros de luta no século XV". O diretor
relatou, ainda, que os visitara várias vezes durante os preparativos da
referida reencarnação. "Associavam-se – disse Druso – a grande comunidade
de Espíritos amigos, em departamento específico de reencarnação, no qual
centenas de entidades, com dívidas mais ou menos semelhantes às deles, também
se preparavam para o retorno à carne, abraçando, assim, trabalho redentor em
resgates coletivos." Nem todos, evidentemente, puderam selecionar o
gênero do resgate: apenas os que possuíam grandes créditos morais, como Ascânio
e Lucas. "Assim é que a muitos vi – informou o diretor –, habilitando-se
para sofrer a morte violenta, em favor do progresso da aeronáutica e da
engenharia, da navegação marítima e dos transportes terrestres, da ciência
médica e da indústria em geral, verificando, no entanto, que a maioria, por
força dos débitos contraídos e consoante os ditames da própria consciência, não
alcançava semelhante prerrogativa, cabendo-lhe aceitar sem discutir amargas
provas, na infância, na mocidade ou na velhice, através de acidentes diversos,
desde a mutilação primária até a morte, de modo a redimir-se de faltas
graves." Hilário perguntou-lhe sobre os pais das pessoas que são imoladas
ao progresso ou à justiça: a dor deles é considerada pelos poderes que nos
controlam a vida? "Como não? – respondeu Druso – as entidades que
necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos corações que se
acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou
recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a
fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o
devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao
instituto da família. A dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas
mútuas." Hilário indagou se Ascânio e Lucas, após essa vitória,
precisariam – para a subida aos planos mais altos – de nova consulta ao passado.
Druso foi muito claro: "Caso não demonstrem a condição específica
indispensável, serão novamente submetidos à justa auscultação para o exame e
seleção de novos resgates que se façam precisos". Ficava, desse modo,
evidente que ninguém se eleva a pleno Céu, sem plena quitação com a Terra.
"Quanto mais céu interior na alma, através da sublimação da vida, mais
ampla incursão da alma nos céus exteriores, até que se realize a suprema comunhão
dela com Deus, Nosso Pai", concluiu o diretor. (Cap. 18, pp. 249 a 251)
121. O doente deve ser visto como um todo psicossomático
- Depois de atender a obrigações diversas, Druso concedeu a André e Hilário alguns
minutos de conversação educativa, quando realçou para os amigos a importância
da renovação mental nos padrões do bem e a necessidade do estudo, para a
assimilação do conhecimento superior, e do serviço ao próximo, para a colheita
de simpatia, sem os quais todos os caminhos da evolução surgem complicados e
difíceis de serem transitados. Enquanto prelecionava, fora colocada junto dele
singular escultura – uma estátua que reproduzia com perfeição o corpo humano,
à qual faltava apenas o sopro espiritual para revelar-se viva. Notando a surpresa
dos amigos, o diretor da Mansão disse: "Habitualmente convidamos a atenção
de nossos internados para os veículos de nossas manifestações, mostrando-lhes,
quanto possível, a correspondência entre nossos estados espirituais e as
formas de que nos servimos. É indispensável compreendamos que todo mal por nós
praticado conscientemente expressa, de algum modo, lesão em nossa consciência
e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que
nos exterioriza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito
e manifestação, pensamento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, a Medicina
há de considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente
investir-se da arte de curar". Em seguida, tocando a bela escultura,
Druso passou a dissertar sobre a grandiosidade da vida e sua manifestação no
veículo carnal. (Cap. 19, pp. 253 e 254)
Respostas
às questões propostas
A. Ascânio e Lucas também se submeteram, por expiação, a um
desastre aviatório. Que fatos motivaram esse desastre?
Druso explicou que, submetendo-se eles à regressão da memória,
viram algo ocorrido no século XV que lhes impôs dolorosa meditação – as cenas
de ominoso delito por ambos cometido em 1429, logo após a libertação de
Orleães, quando formavam no exército de Joana d'Arc. Famintos de influência
junto aos irmãos de armas, não hesitaram em assassinar dois companheiros,
precipitando-os do alto de uma fortaleza no território de Gâtinais, sobre
fossos imundos, embriagando-se nas honrarias que lhes valeram, mais tarde,
torturantes remorsos além do sepulcro. Chegados a esse ponto, inquiridos se desejavam
prosseguir na sondagem singular, responderam negativamente, preferindo liquidar
a dívida, antes de novas imersões no passado. (Ação e Reação, cap. 18, pp.
247 e 248.)
B. Como se deu, da parte deles, a opção pelo desastre aviatório?
Ascânio e Lucas suplicaram o retorno ao campo dos homens,
com o objetivo de quitar o débito aludido. Como podiam escolher o gênero de
provação, em vista dos recursos morais já amealhados no mundo íntimo, optaram
por tarefas no campo da aeronáutica, a cuja evolução ofereceram suas vidas,
sofrendo, então, a mesma queda mortal que infligiram aos companheiros de luta
no século XV. (Obra citada, cap. 18, pp. 249 a 251.)
C. Nossas condições espirituais têm influência sobre a
saúde do corpo físico?
Sim. Existe íntima correspondência entre nossos estados
espirituais e as formas de que nos servimos. Segundo Druso, todo mal por nós
praticado conscientemente expressa, de algum modo, lesão em nossa consciência e
toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos
exterioriza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e
manifestação, pensamento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, a Medicina
há de considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente
investir-se da arte de curar. (Obra citada, cap. 19, pp. 253 e 254.)
N.R. - Para
acessar e ler o texto da semana passada, clique em http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2015/01/por-que-pessoas-perecem-em-desastres-de.html
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