Um leitor pergunta-nos em que obra de
Kardec podemos encontrar um texto, redigido em poucas linhas, que permita dar
ao leitor uma síntese relativa à parte fenomênica do Espiritismo.
Allan Kardec teve também essa preocupação
e foi para isso que escreveu um texto que ganhou autonomia e acabou sendo
publicado como obra à parte. Referimo-nos ao livro O Espiritismo em sua mais simples expressão, lançado no dia 15 de
janeiro de 1862 em Paris, obra constituída por apenas 36 páginas e escrita por
Kardec com o objetivo de popularizar o Espiritismo na França.
Existe, no entanto, na obra de Kardec, um
texto ainda menor, que podemos extrair do capítulo IV d´O Livro dos Médiuns, nos itens 37 a 50, em que Kardec analisa os
sistemas que foram formulados ao tempo da codificação do Espiritismo.
Foram em número de 13 esses sistemas, cujo
objetivo era a refutação dos fenômenos e também dos ensinos que constituiriam,
a seguir, a doutrina espírita: sistema de negação, isto é, que negava
simplesmente as manifestações espíritas; sistema do charlatanismo, que atribuía
os fenômenos a trapaças; sistema de loucura; sistema de alucinação; sistema do
músculo que estala; sistema das causas físicas; sistema do reflexo; sistema da
alma coletiva; sistema sonambúlico; sistema demoníaco; sistema otimista;
sistema monospírita e sistema da alma material.
Todos os 13 sistemas foram o resultado
direto de uma observação parcial dos fenômenos ou de sua má interpretação.
Ocorre que, além deles, contrários ao Espiritismo, Kardec faz referência, na
mesma obra, ao sistema polispírita ou multispírita, que é exatamente o sistema
que caracteriza, em todos os pontos, a doutrina espírita.
Eis como o Codificador do Espiritismo o
resumiu (O Livro dos Médiuns, cap.
IV, item 49):
1º Os fenômenos espíritas são produzidos
por inteligências extracorpóreas, às quais também se dá o nome de Espíritos;
2º Os Espíritos constituem o mundo
invisível; estão em toda parte; povoam infinitamente os espaços; temos muitos,
de contínuo, em torno de nós, com os quais nos achamos em contacto;
3º Os Espíritos reagem incessantemente
sobre o mundo físico e sobre o mundo moral e são uma das potências da Natureza;
4º Os Espíritos não são seres à parte,
dentro da criação, mas as almas dos que hão vivido na Terra, ou em outros
mundos, e que despiram o invólucro corpóreo; donde se segue que as almas dos
homens são Espíritos encarnados e que nós, morrendo, nos tornamos Espíritos;
5º Há Espíritos de todos os graus de
bondade e de malícia, de saber e de ignorância;
6º Todos estão submetidos à lei do
progresso e podem todos chegar à perfeição; mas, como têm livre-arbítrio, lá
chegam em tempo mais ou menos longo, conforme seus esforços e vontade;
7º São felizes ou infelizes, de acordo com
o bem ou o mal que praticaram durante a vida e com o grau de adiantamento que
alcançaram. A felicidade perfeita e sem mescla é partilha unicamente dos
Espíritos que atingiram o grau supremo da perfeição;
8º Todos os Espíritos, em dadas
circunstâncias, podem manifestar-se aos homens; indefinido é o número dos que
podem comunicar-se;
9º Os Espíritos se comunicam por médiuns,
que lhes servem de instrumentos e intérpretes;
10º Reconhecem-se a superioridade ou a
inferioridade dos Espíritos pela linguagem de que usam; os bons só aconselham o
bem e só dizem coisas proveitosas; tudo neles lhes atesta a elevação; os maus
enganam e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância.
Aí está, em poucas palavras, uma síntese
da parte fenomênica da doutrina espírita, que pode servir de iniciação aos
neófitos e simpatizantes. E, caso queiram aprofundar-se, podem fazê-lo lendo a
obra que mencionamos inicialmente, O
Espiritismo em sua mais simples expressão, que se encontra disponível no
site da revista “O Consolador”. Eis o link
que permite acessá-la e baixá-la gratuitamente: http://goo.gl/chYkOd
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