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sábado, 14 de fevereiro de 2015

A droga do GAB


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

E aí, vocês assistiram ao último programa do GAB?
Não, não me refiro ao "De frente com a GABi", leitora amiga.
GABinete da presidenta?  Nããão... meu caro leitor.
Ah, reconhecem não saber do que estou falando!?
Pois ainda há milhares de pessoas no país que se deleitam com esse entretenimento.
Sem falar nos binóculos dos lares vizinhos, que ficam até mesmo horas a postos, janela com janela...
Tudo começou na Roma antiga, com a homenagem a Baco, deus do vinho. Inicialmente, por ocasião das vindimas, ocorria um cerimonial sério, como muitas vezes acontece em alguns encontros sociais, nos quais, após o momento sacratíssimo, todos os participantes passam a ritual diferente... Daí, bacanal.
A bacanal, segundo se informa, ocorria inicialmente, durante três dias, uma vez por ano, quando a festa era exclusivamente feminina e secreta. Depois, o homem entrou nela e a farra passou a ser semanal. Nessa festa, ocorria todo o tipo de comilanças, bebedeiras e desregramentos sexuais. Em especial, quando adentrava os palácios de governantes depravados.
A licenciosidade começou entre os romanos, foi para Portugal com o nome de entrudo e veio para o Brasil, em 1854, com a denominação posterior de carnaval. A nova farra começava nas ruas, onde mulheres seminuas e homens embriagados causavam todo o tipo de arruaça: gritos, danças, rebolados, cantos sensuais, risos, limões de cheiro, substituídos, anos mais tarde, por sprays de espuma...
Cheguei a dizer que a onda tinha-se acabado, em 4 de fevereiro de 1894, ano sem carnaval, por incrível que pareça. Na época, aduzi que "rir não é só le propre de l'homme, é ainda uma necessidade dele"...
Ó tempos!
Mas, então, já sabe a resposta à minha pergunta inicial?
Não, também não é sobre o carnaval...
É certo que estou falando de um dos programas mais impróprios para menores atualmente e semelhante aos citados antes. Em português, denomina-se "Grande Amigo do Brasil", daí, GAB, muito conhecido como Big Brother Brasil ou BBB.
O fato é que o BBB atual é apenas uma modalidade restrita de se expor a libido à flor da pele de jovens ou não, como ocorre no carnaval... Ocupa o tempo ocioso de quem não tem o que fazer.
Há pouco, li a declaração de uma bela moça de que já havia dormido com mais de 400 rapazes...
Jovem, acredite em mim. Casar é melhor do que não ter parceiro(a) fixo(a). Eu e "Carola" vivemos felizes 35 anos. E não havia prazer maior do que o do nosso, pois estava alicerçado no amor, lealdade e respeito mútuos...
Quer ouvir uma modinha carnavalesca do meu tempo? Ouça, então, o primeiro grande sucesso de Momo, substituto de Baco. Depois compare com o que se ouve atualmente.
É da época que, embora seus excessos, seu som musical jamais seria defeso às crianças. Clique aqui: http://letras.mus.br/chiquinha-gonzaga/abre-alas/.
A pais e filhos, recomendo a substituição do GAB pelo GIBI educativo, pois é pela leitura dos quadrinhos que se desenvolve o gosto pela boa literatura, a melhor amiga de todos nós.
Mas, pelo amor dos seus filhinhos, nada de GAB.

Leia, quando puder, o blog www.jojorgeleite.blogspot.com



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