CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Conforme o
menino corria pela praça parisiense, as palomas levantavam voo bem rapidinho.
Palomas... Espanha; Paris... França. Europa, história antiga e rica, quem não
tem um pedacinho disso tudo? Descendências e vivências.
Enquanto meus
olhos passavam pelo cenário central, eu comia um doce, assado, com creme de
baunilha. Quantos pés de caminhos diferentes já passaram por essa praça, mesmo
agora, meio acinzentada pelo começo do inverno! Pés que buscavam o encontro com
a paz, com o amor... buscavam encontrar as pessoas amadas que, simplesmente,
perderam. Ainda muitos desses apenas seguiam, pois não tinham para onde ir e
ninguém para recebê-los.
Ainda assim,
com o tom cinzento, algumas flores coloridas faziam a praça feliz. O ambiente
gris era bem maior que o colorido, mas as flores eram, antes, percebidas. Que
bom!
Os passos
felizes também cruzavam a praça. Eu os reconhecia por serem leves feito passos
de dança... feito passos, graciosos, de criança.
Quantos
universos passavam por aquele momento enquanto eu ainda comia o doce! Cada
pessoa, um universo. Histórias atravessadas no tempo. Mesmo espírito cruzando a
mesma praça em estágios diferentes da alma. E também quantas vezes o Sol já
havia desaparecido para a lua brilhar. Sucessivamente.
E cada pessoa
não sabe o que a aguarda, apenas é certo que o presente alimentará o futuro.
Dificilmente
se veem pessoas tão diferentes em mesma companhia. É mais comum seres parecidos
se acompanharem. A lei da atração é comprovada. As pessoas mais velhas cruzam,
calmas, a praça; a experiência lhes ensinou que como o tempo é ininterrupto,
compassado e caminha para a eternidade, melhor viver com mais calmaria, no
entanto, isso não é ausência de energia.
Os jovens,
como se o hoje fosse todo o tempo restante, atravessam com pouca percepção da
riqueza ao redor, pois somente os dias experientes lhes trarão essa
consciência. Chegam ao outro lado, muitas vezes, sem se darem conta de que
havia outros transeuntes da vida.
Palomas
pousam para comer quando sentem um pouco de segurança, elas pressentem que
outros seres ainda podem lhes fazer mal.
Há pessoas paradas, perdidas, com o coração
aflito se esquecendo de olhar para o céu. Há outros corações que doam mais que
recebem e são tão simples e bons. Há os que passam, pela praça, de cabeça
baixa, por não quererem se comprometer com outro olhar. Que pena, pois todos
temos muito, beneficamente, a oferecer.
O jovem pode
amparar o velho que pode ensinar o jovem.
Quando a
sábia maturidade for conquistada pela parte maior dos indivíduos, as praças
serão mais alegres e aconchegantes. Ao invés de pés solitários e tristes
cruzarem friamente de um lado a outro, serão os pés mais brandos e conscientes
a pisarem o proveitoso solo das praças vivas do universo.
E como era
início de inverno, o sol se pôs mais cedo. O vento estava frio e terminei há
pouco de comer o éclair. A praça estava se esvaziando, ela também precisava
descansar. Mas as flores coloridas estarão presentes amanhã, quando, mais uma
vez, a praça receber seus frequentadores com suas histórias, inseridos, no
universo maior.
As
descendências, por aqui, podem até ser diferentes, mas a família é universal,
cuja eternidade, luz e amor são os princípios regidos, pelo criador, para todo
peregrino da vida conquistar.
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