Estudamos semanalmente no Centro Espírita Nosso Lar, de
Londrina (PR), o livro No Invisível,
um dos clássicos do Espiritismo, de autoria de Léon Denis. São duas as turmas
de estudo, uma na terça à noite, a outra na quinta-feira à tarde.
Reproduzimos, em seguida, o texto do módulo concluído nesta
semana, cuja publicação tem por finalidade proporcionar, a quem se interessar,
a oportunidade de acompanhar o mencionado estudo.
Questões para
debate
A. Por que
nem sempre é possível o contato com nossos parentes e amigos falecidos?
Todo
experimentador esclarecido facilmente pode explicar a razão de tais malogros. O
desejo de comunicar com determinado Espírito e igual desejo da parte deste não
bastam só por si; é preciso que outras condições se reúnam, determinadas pela
lei das vibrações. É necessário, antes de mais nada, que nosso cérebro físico e
o cérebro fluídico dele vibrem em uníssono. Aí surge uma primeira dificuldade. O
pensamento dele irradia com demasiada velocidade para que o possamos perceber.
Será, pois, o seu primeiro cuidado imprimir às suas vibrações um movimento mais
lento, mas para isso um estudo mais ou menos prolongado se tornará preciso,
variando as probabilidades de êxito conforme as aptidões e experiências do operador.
(No Invisível - O Espiritismo experimental: VIII - As leis da comunicação
espírita.)
B. As leis
que regem a comunicação espírita são rigorosas?
Sim. Os
fenômenos da mediunidade são regidos por leis que é preciso observar com rigor.
Quaisquer que sejam nossas faculdades e nossos desejos, se não pudermos
satisfazer às suas exigências, nossos pais e amigos falecidos e todas as
legiões invisíveis agiriam em vão sobre nós. (Obra citada - O Espiritismo
experimental: VIII - As leis da comunicação espírita.)
C. É
possível pela orientação de nossos pensamentos modificar as influências que nos
rodeiam?
Sim. Do
conjunto dos estudos sobre as vibrações harmônicas dos cérebros, uma
comprovação resulta: é que, pela orientação e persistência de nossos pensamentos,
podemos modificar as influências que nos rodeiam e entrar em relação com
inteligências e forças similares. Esse fato não é unicamente exato a respeito
dos sensitivos e dos médiuns; também se dá com todo ser pensante. As
influências do Além podem irradiar sobre nós, sem que haja comunicação
consciente com os seres que o povoam. Não é necessário acreditar na existência
do mundo dos Espíritos e querer conhecê-lo, para lhe experimentar os efeitos. A
lei das atrações é inelutável; tudo no homem lhe está submetido. Por isso a
censura que dirigem aos espíritas, acusando-os de atrair exclusivamente, em
virtude de suas práticas, as forças maléficas do Universo, é insubsistente
diante dos fatos. (Obra citada - O Espiritismo experimental: VIII - As leis
da comunicação espírita.)
Texto para leitura
284. Muitas
pessoas se admiram e ficam hesitantes às primeiras dificuldades que encontram
em suas tentativas de comunicar-se com os Espíritos. E perguntam por que é tão
rara, tão pouco concludente a intervenção destes, e por que não está a
Humanidade inteira familiarizada com um fato de tal magnitude. Outras,
prosseguindo as investigações, obtêm provas satisfatórias e tornam-se adeptas
convictas. Entretanto, objetam ainda que os seres amados que têm no Espaço,
parentes e amigos falecidos, apesar de seus veementes desejos e reiteradas
solicitações, nunca lhes deram o menor testemunho de sua presença e esse
insucesso lhes deixa uns restos de dúvida, de desagradável incerteza. Era esse
o sentimento que o próprio Sr. Flammarion exprimia numa publicação recente.
285. Ora,
todo experimentador esclarecido facilmente a si mesmo explicará a razão de tais
malogros. Vosso desejo de comunicar com determinado Espírito e igual desejo da
parte deste não bastam só por si; é preciso que ainda outras condições se
reúnam, determinadas pela lei das vibrações. Vosso amigo invisível escuta os
chamados que lhe dirigis e procura responder-vos.
286. Sabe
que, para comunicar convosco, é preciso que vosso cérebro físico e o cérebro
fluídico dele vibrem em
uníssono. Aí surge uma primeira dificuldade. Seu pensamento
irradia com demasiada velocidade para que o possais perceber. Será, pois, o seu
primeiro cuidado imprimir às suas vibrações um movimento mais lento. Para isso
um estudo mais ou menos prolongado se tornará preciso, variando as
probabilidades de êxito conforme as aptidões e experiências do operador.
287. Se falha
a tentativa, toda comunicação direta se torna impossível e ele terá que confiar
a um Espírito mais poderoso ou mais hábil a transmissão de seus ditados. É o
que frequentemente acontece nas manifestações. Supondes receber o pensamento
direto de vosso amigo e, entretanto, ele não vos chega senão graças ao auxílio
de um intermediário espiritual. Daí certas inexatidões ou obscuridades, atribuíveis
ao transmissor, que vos deixam perplexo, ao passo que a comunicação, em seu
conjunto, apresenta todos os caracteres de autenticidade.
288. Na
hipótese de que vosso amigo do outro mundo disponha dos poderes necessários,
ser-lhe-á preciso procurar um médium cujo cérebro, por seus movimentos
vibratórios, seja suscetível de se harmonizar com o seu. Há, porém, tão grande
variedade entre os cérebros como entre as vozes ou as fisionomias; identidade
absoluta não existe. O Espírito será forçado a contentar-se com o instrumento
menos impróprio ao resultado a que se propõe. Achado esse instrumento,
aplicar-se-á a lhe desenvolver as qualidades receptivas. Poderá conseguir o
desejado êxito em pouco tempo; algumas vezes, porém, serão necessários meses,
anos, para conduzir o médium ao requerido grau de sensitividade.
289. Bem
podeis, ainda, ser vós mesmos esse médium, esse sensitivo. Se tendes
consciência de vossas faculdades, se vos prestais à ação do Espírito,
alcançareis decerto o fim que ele atingir. Para isso se requerem, ao mesmo
tempo, paciência, perseverança, continuidade, regularidade de esforços.
Possuireis acaso essas qualidades? Vossa força de vontade será sempre igual e
inquebrantável? Se procedeis de modo incoerente, hoje com ardor, amanhã tíbio,
de tal forma que as vibrações do vosso cérebro variem em consideráveis
proporções, não tereis de vos admirar da diferença e mesmo da nulidade dos
resultados.
290. Pode
acontecer que, sentindo-se impotente para ativar em grau suficiente, no estado
de vigília, as vibrações do vosso cérebro, recorra o vosso amigo invisível ao
“transe” e, pelo sono, vos procure tornar inconsciente. Então vosso perispírito
se exterioriza; suas irradiações aumentam, se dilatam; a transmissão se faz
possível; exprimis o pensamento do Espírito. Ao despertardes, contudo, não
conservareis lembrança alguma do ocorrido e pelos outros é que sabereis o que
tiverem proferido vossos lábios.
291. Todos
esses fenômenos são regidos por leis rigorosas; quaisquer que sejam vossas
faculdades, vossos desejos, se não podeis satisfazer às suas exigências, vossos
pais e amigos falecidos, todas as legiões invisíveis, debalde, agiriam sobre
vós. Ocorre, todavia, encontrardes desconhecidos, homens ou mulheres, que o
acaso parece colocar em vosso caminho. Nada sabem dessas coisas. A ciência do
além-túmulo pode ser para eles letra morta; entretanto, possuem um organismo
que vibra harmonicamente com o pensamento de vossos parentes, de vosso irmão ou
mãe, e por seu intermédio podem estes convosco entreter colóquios expansivos.
292. Poderei,
a título de exemplo, citar o seguinte fato: meu pai, falecido havia quinze
anos, nunca se tinha podido comunicar, no seio do grupo cujos trabalhos muito
tempo dirigi, por nenhum dos médiuns que aí se haviam sucedido. Apenas um deles
o tinha podido entrever como vaga e indistinta sombra. Perdera eu toda a
esperança de conversar com ele, quando uma noite, em Marselha, por ocasião de
uma visita de despedida feita a uma família amiga, chega uma senhora, que não
aparecia há mais de um ano, e, trocados os cumprimentos habituais, toma lugar
ao nosso lado. Em meio de nossa conversação ela cai num sono espontâneo e, com
grande surpresa minha, o Espírito de meu pai, que ela jamais havia conhecido,
se manifesta por seu intermédio, dá-me as mais irrecusáveis provas de
identidade e, numa enternecida efusão, descreve as sensações, as emoções que
experimentara desde o momento da separação.
293. Do
conjunto dos estudos sobre as vibrações harmônicas dos cérebros, uma
comprovação resulta: é que, pela orientação e persistência de nossos
pensamentos, podemos modificar as influências que nos rodeiam e entrar em
relação com inteligências e forças similares.
294. Esse
fato não é unicamente exato a respeito dos sensitivos e dos médiuns; também se
dá com todo ser pensante. As influências do Além podem irradiar sobre nós, sem
que haja comunicação consciente com os seres que o povoam. Não é necessário
acreditar na existência do mundo dos Espíritos e querer conhecê-lo, para lhe
experimentar os efeitos. A lei das atrações é inelutável; tudo no homem lhe
está submetido. Por isso a censura que dirigem aos espíritas, acusando-os de
atrair exclusivamente, em virtude de suas práticas, as forças maléficas do
Universo, é insubsistente diante dos fatos.
295. Depende
do homem receber as mais diversas inspirações, desde as sublimes às mais
grosseiras. O nosso estado mental é como uma brecha por onde amigos ou inimigos
podem penetrar em nós.
296. Os
sensuais atraem Espíritos sensuais que se associam a seus atos e desejos e lhes
aumentam a intensidade; os criminosos atraem violentos que os impelem cada vez
mais longe na prática do mal. O inventor é auxiliado por investigadores do
Além. O orador tem a percepção de imagens, que fixará em arroubos de eloquência
próprios a emocionar as multidões. O pensador, o músico, o poeta receberão as
vibrações das esferas em que o verdadeiro e o belo constituem um objeto de
culto; almas superiores e poderosas lhes transfundirão as opulências da
inspiração, o sopro divino que acaricia as frontes sonhadoras e produz as
maravilhas do gênio, do talento.
297. Assim, de um ao outro plano, responde o Espírito às
solicitações do Espírito. Todos os planos espirituais se ligam entre si. Os
instintos de ódio, de depravação e crueldade atraem os Espíritos do abismo. A
frivolidade atrai os Espíritos levianos; mas a prece do homem de bem, a súplica
por ele dirigida aos Espíritos celestes se eleva e repercute nota a nota, na
gama ascensional, até às mais elevadas esferas, ao mesmo tempo em que das
regiões profundas do Infinito descem sobre ele as ondas vibratórias, os
eflúvios do pensamento eterno, que o penetram de uma corrente de vida e de
energia. O Universo inteiro vibra sob o pensamento de Deus.
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